A Dissonância entre realidade e plano da Alma

O destino traçado pela alma nem sempre se realiza

Essa é uma reflexão profunda sobre a complexa relação entre nossa essência mais profunda e a realidade que vivenciamos. A dissonância entre realidade e plano da alma, ou seja, o que nossa alma escolheu experienciar e o que efetivamente acontece em nossas vidas é um fenômeno que pode ser compreendido através de várias dimensões.

Por que ocorre essa desconexão?

A premissa causal fundamental reside na perda de conexão com nossa essência autêntica ou Eu Cósmico. Desde cedo, somos moldados por expectativas familiares, pressões sociais e condicionamentos culturais que podem nos afastar gradualmente do que verdadeiramente somos. Portanto, vivemos frequentemente vidas que atendem às expectativas alheias, mas que não nutrem nossa alma.

Existe também a questão do ego versus alma. O ego, com seus medos, necessidades de aprovação e mecanismos de proteção, muitas vezes toma decisões que contrariam os impulsos mais profundos da alma. Escolhemos segurança em vez de crescimento, conformidade em vez de autenticidade, conforto em vez de propósito. Então, preferimos ficar na nossa zona de conforto em vez de correr riscos.

O medo do desconhecido é outro fator poderoso. Contudo, nossa alma pode nos chamar para caminhos que desafiam nossa zona de conforto, mas nossos medos conscientes e inconscientes criam resistência, levando-nos a escolher rotas “mais seguras” que não necessariamente nos realizam.

Há também a influência de traumas e feridas não curadas que criam padrões repetitivos. Então, experiências dolorosas do passado podem gerar crenças limitantes que nos impedem de seguir os impulsos genuínos da alma, criando ciclos onde repetimos situações que nos mantêm presos em padrões que já não nos servem.

O papel das lições de vida

Uma perspectiva interessante considera que algumas dessas “correções de rota” podem, paradoxalmente, ser parte do plano da própria alma. Às vezes, precisamos experienciar o que não queremos para clarificar verdadeiramente o que desejamos. Os desvios e dificuldades podem ser oportunidades para desenvolver qualidades como resiliência, compaixão, discernimento ou humildade.

Como corrigir o percurso?

Cultivar a auto-observação consciente é fundamental. Isso inclui desenvolver a capacidade de fazer pausas regulares para questionar: “Esta escolha está alinhada com quem eu realmente sou? Esta vida que estou vivendo reflete meus valores mais profundos?”

Desenvolver a intuição através de práticas como meditação, contemplação na natureza, ou qualquer atividade que aquiete a mente tagarela e permita que sussurros mais sutis da alma sejam ouvidos. A intuição é invariavelmente a voz da alma nos ajudando a expandir a consciência.

Identificar e questionar crenças limitantes que podem estar sabotando nossa capacidade de viver autenticamente. Muitas vezes carregamos crenças herdadas do inconsciente coletivo sobre o que é possível, seguro ou apropriado que não refletem nossa verdade interior.

Fazer pequenos ajustes consistentes em direção ao alinhamento. Não precisamos revolucionar toda a vida de uma vez. Pequenas escolhas diárias que honram nossa autenticidade gradualmente nos reorientam para o caminho da alma.

Desenvolver coragem para enfrentar medos que nos mantêm presos em situações que já não nos servem. Isso pode significar conversas difíceis, mudanças de carreira, fim de relacionamentos tóxicos, ou qualquer ação que requeira sairmos de nossa zona de conforto.

Buscar apoio e orientação através de terapia, mentoria espiritual, grupos de apoio ou qualquer recurso que nos ajude a processar feridas passadas e desenvolver clareza sobre nosso caminho autêntico.

Praticar o perdão – tanto perdoar a nós mesmos pelas escolhas que nos afastaram de nosso caminho quanto perdoar circunstâncias e pessoas que contribuíram para esses desvios. O perdão libera energia que pode ser redirecionada para criar uma vida mais alinhada.

A Dissonância entre realidade e plano da Alma.

A jornada de retorno

É importante compreender que corrigir o percurso não significa necessariamente abandonar tudo e começar do zero. Muitas vezes, trata-se de trazer mais consciência, intenção e autenticidade para as estruturas já existentes em nossa vida.

Algumas situações podem requerer mudanças mais dramáticas, enquanto outras precisam apenas de ajustes na nossa atitude, perspectiva ou forma de engajamento. A sabedoria está em discernir quando cada abordagem é apropriada.

Sinais de realinhamento

Portanto, quando começamos a nos realinhar com o propósito da alma, frequentemente experimentamos maior energia vital, sincronicidades aumentadas, relacionamentos mais profundos e significativos, e sobretudo uma sensação crescente de que estamos no caminho certo, mesmo quando enfrentamos desafios.

A vida pode não se tornar necessariamente mais fácil, mas certamente se torna mais significativa e autêntica. Os desafios passam a ser vistos como oportunidades de crescimento em vez de obstáculos à felicidade.

Lembre-se de que essa jornada de realinhamento é um processo contínuo, não um destino. Nossa compreensão da escolha da alma pode evoluir com nossa maturidade e experiência. O importante é manter a conexão consciente com essa busca por autenticidade e ter a coragem de fazer os ajustes necessários quando percebemos que nos afastamos do nosso caminho verdadeiro.

Portanto a dissonância entre realidade e plano da alma ocorre e com muita frequência. Entretanto, é possível corrigir, desde que se esteja consciente que a vida é feita de experiências e lições. Que o aprendizado é contínuo e constante e precisamos aprender cm as lições num processo evolutivo em busca da nossa melhor versão. Essa consciência nos credencia a, como foi dito anteriormente, através do desenvolvimento da intuição, identificar e questionar crenças limitantes, fazer pequenos ajustes consistentes, desenvolver coragem para enfrentar medos e praticar o perdão.

Wagner Braga

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