O Espectro da Autoconsciência

Delimitado pelos inconsciente pessoal e coletivo

O espectro da autoconsciência é composto por estados com os quais a consciência se identifica em diferentes fases do desenvolvimento humano. O espectro completo é delimitado, na extremidade inferior, pelo inconsciente pessoal e, na superior, pelo inconsciente coletivo. No entanto, todos os estágios estão presentes na consciência.

Ess a estrutura é concebida de forma evolucionária, e não hierárquica. Portanto, à medida que nos desenvolvemos, nos tornamos menos egocêntricos, até que, no nível mais elevado, não há absolutamente nenhuma identidade discernível com o ego. Por isso, uma grande humildade caracteriza os planos além do ego.

O plano do ego

Nesse estágio, o ser humano se identifica com um conjunto de conceitos condicionados e aprendidos psicossocialmente, nos quais atua. Contudo, esses contextos conferem uma identidade ao ser humano. Entretanto, dependendo do grau de identificação com o ego, o indivíduo nesse estágio tende a ser solipsista.

No nível básico do ego, podemos distinguir duas faixas. A primeira, a patológica, está mais próxima do inconsciente pessoal. Ela é fortemente influenciada por estímulos internos (superposições coerentes que não colapsaram), provenientes do inconsciente. Todavia, indivíduos cujo self se identifica com essa faixa são frequentemente perturbados pelas pulsões e motivações do inconsciente. O ego deles se divide em autoimagem e imagem-sombra, sendo a primeira propagada e a segunda reprimida.

O Espectro da Consciência.

O plano buddhi

Esse plano é caracterizado por um perfil menos restrito do self, uma identidade que explora todo o potencial humano. O motivo pessoal para viver no nível do ego é substituído pela criatividade interior, autoexploração e individuação.

Nesse plano, contudo, podemos identificar várias faixas. Elas, no entanto, não são hierárquicas nem necessariamente experienciadas em qualquer ordem cronológica. Algumas podem até ser desviadas.

A primeira faixa, mais próxima do estágio do ego, será chamada de faixa psíquica/mística. Então, indivíduos que identificam seu self com essa faixa têm experiências psíquicas e místicas não locais, que ampliam sua visão do mundo e de seu papel nele.

A segunda faixa é a transpessoal. Agora há uma certa capacidade e tendência de observar processos pessoais, sem necessariamente externalizá-los. Os contextos psicossociais em que vivemos já não são mais absolutos. Descobre-se, então, o não eu (o outro) e algumas das alegrias dessa descoberta (como a alegria de prestar serviço altruísta) reforçam a motivação.

A terceira faixa, a espiritual, é um plano que, ao que se sabe, poucas pessoas na Terra alcançaram. A vida é vivida primariamente como um samadhi fácil e sem esforço (sahaj, em sânscrito). Portanto, nesse plano o self está mais ou menos integrado e os temas do inconsciente coletivo são amplamente difundidos; e os atos são apropriados aos fatos.

O plano mais alto é o do atman, o plano do self (ou não self), atingível apenas no samadhi. Eis a composição completa do espectro da autoconsciência.

Wagner Braga

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