O desencarne da alma

Momento de reavaliação da encarnação

Segundo os espíritas, os momentos finais de cada pessoa, aqueles que precedem o desencarne da alma, são muito semelhantes aos da maioria dos encarnados neste planeta Terra. Chamamos erroneamente essa separação de morte, pois a alma é imortal, exceto em casos de morte súbita. Há sempre um período para que a consciência reavalie sua encarnação que está chegando ao fim.

Um filme angelical ou de terr0r?

Instantes antes do desligamento, a pessoa em seus últimos momentos vê em sua mente toda a sua vida, desde a infância até o presente. É como se estivesse assistindo ao filme de sua própria existência. Esses momentos são breves, mas suficientes para que toda a sua trajetória nesta encarnação fique clara. Nesse instante, ela sente uma paz reconfortante ou um terror indescritível.

Se a pessoa mereceu a paz nesse estado mais elevado de consciência, começa a vislumbrar cenas de um mundo angelical, o que lhe proporciona uma confiança nunca antes sentida. No entanto, se o “filme” for de terror, as imagens que surgem em sua mente são de monstros e cenas horríveis, provocando um medo jamais experimentado em vida corpórea.

O desencarne da alma

O que poderia ter feito e não fez

Há um outro fato importante relatado por muitos médicos, enfermeiros e familiares que estiveram ao lado de um paciente terminal. Invariavelmente, nesses casos, a pessoa que está no fim da vida expressa os mesmos sentimentos, especialmente em relação aos seus atos e ações. Nesse momento, o que mais importa não são os bens materiais, as responsabilidades, o poder exercido, nem as viagens ou festas. Não importa se seu time ganhou muitos campeonatos, se seu sucesso foi fácil ou difícil, lícito ou ilícito, se sua casa era simples ou um castelo. O que realmente importa são as coisas que poderiam ter sido feitas e não foram, especialmente as boas ações.

É muito comum sentir um profundo arrependimento até por pequenas coisas não realizadas. Abraçar seus entes queridos, dizer que os amava, dedicar tempo aos filhos enquanto pequenos, um olhar gentil para seu envolvimento, um cumprimento aos vizinhos, amigos, colaboradores ou funcionários. Enfim, tudo aquilo que poderia ter feito e não fez.

Conforto consolador ou angustia desesperada?

Essas duas etapas, embora aqui invertidas em sua ordem de ocorrência, antecedem o momento do desencarne. Ambas trazem um conforto consolador ou uma angústia desesperada, já que o tempo se esgota e nada mais pode ser feito. A alma que chega nesse ponto já começa a colher os frutos de suas sementes durante a encarnação atual.

O desencarne da alma, assim como os encontros, chega de forma tão sutil que ninguém percebe o momento exato do desencarne, nem mesmo aqueles que compreendem perfeitamente como esse processo ocorre.

Enfim, ela chega como um sono

Podemos compará-la ao sono. Você não percebe o momento exato em que começa a dormir. Com a morte, não é diferente. Os minutos, horas e dias após o desencarne da alma variam muito para cada alma. Existem também situações distintas para cada um, de acordo com a forma de vida vivida anteriormente. Essa parte é muito bem explicada através da codificação do espiritismo feita por Allan Kardec.

Há também muitas informações trazidas pelos próprios espíritos desencarnados que se manifestam durante trabalhos mediúnicos, seja nos centros espíritas, nos centros de Umbanda, nas salas de terapias quânticas e em tantos outros momentos e lugares.

Wagner Braga

Compartilhar

Deixe um comentário