A principal demonstração de fé da cristandade
Ontem assisti uma palestra de um líder espiritual no Centro de Estudos Amigos de Cristo – CEAC, localizada no na comunidade de Mãe Luíza, sobre a oração do Pai Nosso, que nos foi ensinada por Jesus Cristo há dois mil anos. Essa oração é a principal demonstração de fé de todas as religiões cristãs ao redor do mundo, inclusive do Espiritismo.
Uma evolução espiritual
Ao longo de toda a minha vida, de uma forma ou de outra, sempre estive ligado a cristandade e ao participar dos cultos e celebrações religiosas sempre respeitei e orei junto com os demais participantes. Entretanto não concordava com os termos e a forma como é feita esta oração. Inicialmente, eu achava que era uma blasfêmia discordar de algo tão sagrado, já que havia sido ensinada pelo próprio Jesus aos seus discípulos. Então eu pensava: quem sou eu para discordar e querer mudar uma oração que foi ensinada, pelo próprio Deus para todos nós?
As minhas Crenças Limitantes me diziam que é pecado criticar ou duvidar dos dogmas da igreja e do que está escrito na Bíblia Sagrada. Mas ao longo da minha jornada de vivência, estudos e leituras adquiri conhecimento suficiente para entender certas coisas. Que, por exemplo, a Bíblia é um livro que foi escrito por diversos tipos de pessoas, como: os copistas, os escribas e os monges. O Antigo Testamento foi escrito originalmente, na maior parte, em Hebraico e uma menor parte em Aramaico. O Novo Testamento foi escrito no Grego popular ou Grego Coiné. Depois disso foi traduzida em milhares de idiomas.
Estou explicando isso para justificar o porquê de eu acreditar que a oração do Pai Nosso foi, de certa forma, desvirtuada da sua forma original. Senão vejamos:
O Pai Nosso como nos chegou
O que chegou até os dias atuais foi:
“Pai Nosso que estás nos Céus, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como nos Céus.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amem!”
As passagens que discordo
As passagens que discordo estão selecionadas em itálico e negrito. Para mim deveria ser da seguinte forma:
Que eu seja digno de entrar no vosso Reino.
Que possamos merecer o pão de cada dia através do suor dos nossos rostos.
Ensina-nos a perdoar o nosso próximo como só tu sabes perdoar as nossa ofensas.
Esclarecimentos
Venha a nós o vosso Reino, soa como se estivéssemos sentados numa poltrona e ordenássemos que o Reino de Deus viesse até nós sem que precisássemos mover uma palha para isso acontecer. Sabemos que é bem diferente disso a nossa realidade. Temos que trabalhar muitíssimo a nossa espiritualidade para sermos dignos de entrar no Reino dos Céus.
Da mesma forma, quando pedimos que Deus nos dê o pão de cada dia, dá a entender que desejamos que aconteça o que acontecia com o povo Hebreu no deserto, quando Deus mandava o manja dos Céus para saciar a fome deles.
Quando dizemos, perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, para mim, soa muito arrogante. Como se nós soubéssemos perdoar e estivéssemos ensinando Deus a perdoar. Pois é justamente ao contrário que acontece normalmente. É muito difícil sabermos perdoar quem nos ofende.
Bem, essa é a minha impressão pessoal sobre a forma como se expressa a oração do Pai Nosso e como acho que deveria ser expressada. E você concorda com isso ou não? Deixe sua opinião nos comentários!
Wagner Braga