Uma Visão Abrangente
A síndrome do pânico, também conhecida como transtorno do pânico, é um distúrbio de ansiedade caracterizado por ataques recorrentes e inesperados de intenso medo e desconforto em seu mais alto grau de manifestação. Então, vamos explorar esta condição sob diversos aspectos:
Conceito
O transtorno do pânico é caracterizado por episódios súbitos de medo intenso que desencadeiam reações físicas graves quando não há perigo real ou causa aparente. Contudo, os ataques de pânico podem ocorrer inesperadamente ou serem desencadeados por certos gatilhos.
Causas
A síndrome do pânico tem origem multifatorial:
- Biológicas: Desequilíbrios nos neurotransmissores cerebrais, especialmente serotonina e noradrenalina;
- Genéticas: Histórico familiar de transtornos de ansiedade aumenta o risco;
- Psicológicas: Experiências traumáticas, estresse crônico e padrões de pensamento negativos;
- Ambientais: Eventos estressantes, mudanças significativas na vida e traumas.

Sintomas
Os ataques de pânico geralmente incluem uma combinação dos seguintes sintomas:
Físicos:
- Palpitações ou taquicardia;
- Sudorese excessiva;
- Tremores ou calafrios;
- Falta de ar ou sensação de sufocamento;
- Dor ou desconforto no peito;
- Náusea ou desconforto abdominal;
- Tontura, vertigem ou sensação de desmaio;
- Formigamento ou dormência nas extremidades.
Psicológicos:
- Medo intenso de morrer;
- Sensação de perda de controle;
- Despersonalização (sensação de irrealidade);
- Desrealização (sentir-se desconectado do ambiente);
- Medo de “enlouquecer”.
Diagnóstico
O diagnóstico é realizado por profissionais de saúde mental baseado nos critérios do DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), que incluem: ataques de pânico recorrentes e inesperados, preocupação persistente sobre futuros ataques, mudanças significativas no comportamento relacionadas aos ataques, exclusão de outras condições médicas ou efeitos de substâncias.
Análise Sob Diferentes Aspectos
Psíquico
Os ataques de pânico afetam profundamente a experiência mental da pessoa, criando um ciclo de medo-ansiedade-pânico. Todavia, a antecipação ansiosa de novos ataques (medo do medo) pode levar à agorafobia, onde a pessoa evita situações onde um ataque possa ocorrer ou o socorro seja difícil.
Psicológico
O transtorno do pânico frequentemente coexiste com outros transtornos como depressão e ansiedade generalizada. Entretanto, padrões de pensamento distorcidos, como catastrofização e interpretação errônea de sensações corporais normais, contribuem para a manutenção do transtorno.
Genético
Estudos com gêmeos e famílias demonstram uma predisposição hereditária. Pessoas com parentes de primeiro grau com transtorno do pânico têm risco aumentado de desenvolver a condição. No entanto, pesquisas apontam para múltiplos genes envolvidos na regulação da ansiedade e resposta ao estresse.
Físico
O sistema nervoso autônomo desempenha papel crucial nos ataques de pânico, desencadeando a resposta de “luta ou fuga” inapropriadamente. Então, isso resulta na liberação de adrenalina e outros hormônios do estresse, causando os sintomas físicos intensos. Condições médicas como hipertireoidismo, hipoglicemia e problemas cardíacos podem mimetizar ou exacerbar os sintomas.
Aspecto Espiritual
Algumas pessoas encontram na dimensão espiritual um sentido para suas experiências e recursos para enfrentamento. A prática da meditação, mindfulness e técnicas de respiração consciente podem ajudar a reduzir os sintomas. Algumas abordagens terapêuticas incluem elementos espirituais que auxiliam na aceitação e na busca de significado para a experiência vivida.
O tratamento geralmente combina psicoterapia (especialmente a terapia cognitivo comportamental), medicação quando necessária, e mudanças no estilo de vida, como redução de estimulantes (cafeína), prática regular de exercícios físicos e técnicas de relaxamento.
Wagner Braga