O Amor Incondicional

Ouvindo Mario Sergio Cortella, esta semana, sobre AMOR INCONDICIONAL, fiquei pensativa. Sua perspectiva fez bastante sentido para mim, então resolvi escrever sobre isso.

Amor Incondicional: Um Risco ou uma Virtude?

Quando falamos de amor, frequentemente exaltamos o “amor incondicional” como o mais puro e elevado. Porém, Mario Sergio Cortella nos provoca com uma reflexão contraintuitiva: e se o amor incondicional, aquele que aceita tudo sem limites, for na verdade um risco?

O paradoxo do amor sem condições

O filósofo Mario Sergio Cortella questiona a idealização do amor sem reservas. Segundo ele, o amor verdadeiro não é aquele que aceita qualquer comportamento ou situação, mas precisamente o que impõe condições: “é porque eu te amo, que não quero isso ou aquilo”.

Esta perspectiva nos leva a um entendimento mais profundo: amar verdadeiramente alguém implica em desejar seu bem, sua evolução e sua integridade. Quando amamos, não queremos ver o outro se destruindo, se perdendo ou se prejudicando.

O amor que cuida e que limita

O verdadeiro amor contém em si um elemento de cuidado que por vezes se manifesta como limite. Quando uma mãe diz ao filho “não faça isso porque eu te amo”, ela não está impondo restrições arbitrárias, mas protegendo aquele que ama.

Da mesma forma, nas relações entre parceiros, familiares ou amigos, o amor genuíno carrega consigo a coragem de dizer “não” quando necessário. Não se trata de controle, mas de um desejo profundo pelo florescimento do outro.

O perigo da incondicionalidade

Amar sem condições pode significar aceitar comportamentos destrutivos, relações tóxicas ou situações que prejudicam o amado. O amor incondicional mal compreendido pode se tornar uma porta aberta para relações disfuncionais onde um dos envolvidos é constantemente prejudicado em nome de um suposto “amor sem limites”.

O Amor Incondicional

Repensando o ideal

Talvez o ideal não seja amar sem condições, mas amar com as condições certas: aquelas que nascem do desejo genuíno pelo bem do outro. Este amor não é menos verdadeiro por ter condições – pelo contrário, suas condições são a própria expressão de sua autenticidade.

Cortella nos convida a sair da superficialidade do “amar tudo em você” para a profundidade do “te amo demais para aceitar o que te destrói”.

Conclusão

O amor que coloca condições baseadas no bem-querer pode ser, paradoxalmente, mais profundo e autêntico que o amor que aceita tudo sem questionar. É um amor consciente, maduro e corajoso o suficiente para estabelecer limites quando necessário.

No fim, talvez a verdadeira incondicionalidade do amor não esteja em aceitar tudo, mas em nunca deixar de querer o melhor para quem amamos, mesmo quando isso significa dizer “não”. É uma incondicionalidade de propósito – o bem do outro – e não de aceitação cega de qualquer comportamento.

Acredito que estamos precisando muito disso!!!


E você?

Sarita Cesana

Psicóloga

CRP 17-0979

@saritacesana_                  @implementeconsultoria

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