Uma explicação Judaica
Neste último final de semana, especificamente entre sexta e sábado, se comemorou a maior, mais importante, e mais sagrada data do calendário Judaico: o Yom Kippur, que celebra o Dia do Perdão. Por isso é preciso pensar sobre o PERDÃO neste dia.
O calendário judaico é diferente dos calendários gregorianos e solares, comumente usados por várias razões históricas, religiosas e astronômicas. O Yom Kippur é celebrado em uma data fixa no calendário judaico, mas essa data varia no calendário gregoriano de ano para ano. O calendário judaico é lunissolar, baseando-se tanto nos ciclos da lua quanto do sol. Os meses seguem o ciclo lunar, enquanto os anos são ajustados para alinhar com as estações solares.
Tem a origem bíblica: suas raízes na Torá, especificamente no livro do Êxodo, do Egito, quando Deus ordenou aos israelitas que contassem os meses a partir do mês de Nissan.
O calendário judaico e a contagem dos anos
O ano novo judaico (Rosh Hashaná) começa no outono, no primeiro dia do mês de Tishrei, e a contagem dos anos no calendário judaico começa com a criação do mundo, conforme calculado pelas tradições rabínicas. Atualmente, estamos no ano 5784 do calendário judaico (2023-2024 no calendário gregoriano). O calendário determina as datas das festas e observâncias judaicas, que são centrais para a vida religiosa e cultural judaica. Uma curiosidade: No calendário judaico, o dia começa ao pôr do sol e não à meia-noite.
Esta estrutura única permite que o povo judeu mantenha suas tradições religiosas alinhadas com os ciclos naturais, ao mesmo tempo em que preserva sua herança histórica e espiritual. O calendário judaico é um exemplo da interseção entre astronomia, história e religião na cultura judaica.
O Yom Kippur é o Dia do Perdão
Esta introdução é para esclarecer a importância desta data, já que é neste período que o povo se dedica às celebrações de Ano Novo, e após, no 10º dia seguinte, se inicia o Yom Kippur, quando se jejua, durante 25 horas: sendo o jantar inicial, antes do por do sol, e o jantar final, após a cerimônia religiosa, e com o aparecimento da primeira estrela.
Yom Kippur, também conhecido como o Dia do Perdão ou Dia da Expiação, e de reconciliação com Deus, e com outras pessoas. Os judeus buscam o perdão por seus pecados e renovam seu compromisso espiritual.
Os adultos saudáveis abstêm-se de comer e beber por 25 horas. O tempo é dedicado a orações intensivas: Grande parte do dia é passada na sinagoga em oração, além da abstinência de trabalho e outras atividades mundanas. Muitos usam roupas brancas como símbolo de pureza.
As diversas formas de Perdão
O perdão no judaísmo é um conceito fundamental, profundamente enraizado nas tradições e ensinamentos desta antiga religião. Alguns pontos importantes a considerar são:
- Teshuvá: Este é o conceito judaico de arrependimento e retorno a Deus. É um processo essencial para obter e conceder perdão.
- Perdão entre as pessoas: O judaísmo enfatiza a importância de buscar e conceder perdão nas relações interpessoais.
- Perdão divino: A crença de que Deus é misericordioso e está disposto a perdoar aqueles que se arrependem sinceramente.
- Responsabilidade pessoal: O judaísmo ensina que cada indivíduo é responsável por suas ações e deve buscar ativamente o perdão.
- Limites do perdão: Há discussões sobre situações em que o perdão pode não ser obrigatório ou apropriado.
Um período de introspecção profunda
Yom Kippur é um período de introspecção profunda, onde os judeus refletem sobre suas ações do ano passado, buscam perdão e fazem resoluções para melhorar no ano que se inicia. É um dia de seriedade, mas também de esperança e renovação espiritual.
Portanto, para além de uma única data, exercitar o PERDÃO, pode fazer uma grande diferença na nossa vida, e nas nossas relações. Por isso é preciso pensar sobre o PERDÃO, mas também praticá-lo.
“O PRIMEIRO A PEDIR PERDÃO É O MAIS CORAJOSO, O PRIMEIRO A PERDOAR É O MAIS FORTE, E O PRIMEIRO A ESQUECER É O MAIS FELIZ! NUNCA É TARDE PARA MUDAR, PARA RECOMEÇAR, PARA VIVER E AGIR DE FORMA DIFERENTE.” Autor desconhecido.
Sarita Cesana