Desospitalização

Caminhos e perspectivas para o cuidado domiciliar

A internação no âmbito hospitalar pode tornar-se bastante desafiadora, pois movimenta a rotina dos pacientes e de seus acompanhantes. Além disso, internações prolongadas podem causar medo e insegurança, afetando vínculos familiares e prejudicando a evolução do tratamento. Nesse sentido, a desospitalização surge como uma estratégia possível para a gestão do cuidado do paciente em seu domicílio. Isto visa uma atenção integral, segura e humana dentro do seu contexto biopsicossocial.

A desospitalização promove ainda uma maior humanização, pois oferece aos usuários uma recuperação mais rápida e uma maior adesão aos cuidados terapêuticos. Além, de evitar riscos e danos ocasionados pela internação, como infecção hospitalar.

Desospitalização. Caminhos e perspectivas para o cuidado domiciliar.

O que é desospitalização?

O termo “desospitalização” visa a transição de pessoas internadas em ambiente hospitalar para os cuidados em seu domicílio. Esse processo deve ser planejado e acompanhado por uma equipe multiprofissional. Não trata-se de uma alta precoce e sim, de uma continuidade do tratamento em ambiente extra hospitalar. Isso se dá por meio de assistência ambulatorial, hospital dia, programas de atenção domiciliar e empresas de home care.

Para ocorrer a desospitalização o paciente deve contar com uma assistência compatível com as suas necessidades, garantindo um tratamento de excelência.

Quando o ambiente familiar é mais propício à recuperação

O tratamento domiciliar oferece uma recuperação mais célere e menos impactante. Todavia o paciente costuma ser menos resistente aos medicamentos e orientações por estar num ambiente familiar no qual sente-se seguro e próximo a seus entes queridos.

No processo de transição do hospital para o ambiente domiciliar, a equipe de profissionais responsável pela desospitalização deve criar um plano terapêutico. O objetivo é implementar ações que coloquem o usuário e a família como participantes ativos no cuidado dentro das suas realidades socioculturais, resgatando seus direito, deveres e necessidades.

Principais desafios da desospitalização

A desospitalização é um processo que deve ser abordado desde o primeiro contato do paciente com a instituição até a sua transição para o ambiente domiciliar. Por isso, é de suma importância que a elaboração e implementação do plano assistencial contemple os campos de atuação da desospitalização: cuidados paliativos, atenção domiciliar, educação em saúde, protagonismo do paciente, gestão de leitos e articulação com as redes de atenção à saúde.

Papel da família no cuidado integral

Para um maior êxito no cuidado domiciliar humanizado, faz-se necessário um acompanhamento mútuo e contínuo por uma equipe especializada, a fim de oferecer amparo à família ou ao cuidador, alinhando as condutas conforme um plano assistencial centrado no paciente, de forma a proporcionar tomadas de decisões assertivas e supervisionar resultados, para com isso garantir maior qualidade na assistência prestada e maior percepção de segurança por parte do paciente e dos familiares.

Considerações

Nesse contexto, a desospitalização passou a se ressignificar, deixando de ser uma mera estratégia de gerenciamento de leitos para um processo de construção de um plano de cuidado assistencial integrando o paciente e seus cuidadores dentro do seu contexto sociocultural. Deixou de ser o mero ato de transferir o cuidado do hospital para o domicílio e passou a se organizar de maneira humanizada, multidisciplinar e coordenada, desde a admissão hospitalar até os cuidados finais do tratamento em casa.

Emília Villar

Bibliografia:

BRASIL Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Superintendência Estadual do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro. Desospitalização : reflexões para o cuidado em saúde e atuação multiprofissional [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria Executiva, Superintendência Estadual do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro. – Brasília : Ministério da Saúde, 2020. 170 p. : il.

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