Conexões Históricas e Simbólicas
Existem muitas conexões importantes entre a Páscoa e Passach, sendo a primeira cristã e o Pessach a Páscoa judaica, já que a primeira tem suas raízes na segunda.
Semelhanças e ligações entre essas duas celebrações:
Então, Jesus era judeu. Ele nasceu em uma família judaica na região da Judeia (atual Israel/Palestina), foi circuncidado conforme a tradição judaica, frequentava sinagogas, celebrava as festas judaicas como o Pessach (Páscoa judaica), e debatia com outros judeus sobre interpretações da lei judaica (Torá).
Jesus era chamado de “Rabi” (mestre religioso judaico) por seus seguidores e contemporâneos. Contudo, seus ensinamentos se baseavam fortemente nas escrituras hebraicas, e ele frequentemente fazia referências aos profetas e à lei judaica.
Portanto, a Última Ceia que Jesus celebrou com seus discípulos, que se tornou a base para a Eucaristia cristã, era na verdade uma refeição de Pessach judaico (Seder).
Todavia, o cristianismo surgiu inicialmente como um movimento dentro do judaísmo, e somente nas décadas e séculos após a morte de Jesus é que se desenvolveu como uma religião separada. Os primeiros seguidores de Jesus continuavam a se identificar como judeus e a frequentar o Templo em Jerusalém.

Origens históricas
- A Última Ceia de Jesus, que precedeu sua crucificação, é geralmente entendida como uma refeição de Pessach (ou Seder);
- Os eventos da Paixão de Cristo ocorreram durante a celebração de Pessach em Jerusalém;
- O próprio nome “Páscoa” deriva do hebraico “Pesach” (Pessach) através do grego “Pascha”.
Temas compartilhados
- Libertação e redenção: Pessach celebra a libertação dos judeus da escravidão no Egito; a Páscoa celebra a libertação da humanidade do pecado através da morte e ressurreição de Jesus;
- Sacrifício: O cordeiro pascal no Pessach; Jesus como “Cordeiro de Deus” na tradição cristã;
- Renovação e esperança: Ambas as festas ocorrem na primavera (no hemisfério norte) e simbolizam novos começos.
Elementos simbólicos comuns
- Pão sem fermento: Matzá no Pessach; hóstia/pão ázimo em muitas tradições cristãs.
- Cordeiro: O sacrifício do cordeiro pascal judaico; Cristo como cordeiro sacrificial.
- Sangue com poder protetor/redentor: Sangue nas portas durante o Êxodo; sangue de Cristo na teologia cristã.
Práticas comemorativas
- Refeições rituais: O Seder de Pessach; a Eucaristia/Santa Ceia cristã;
- Narrativas de libertação e salvação recitadas durante as celebrações;
- Período de preparação e purificação antes da celebração principal.
A Páscoa cristã reinterpretou os símbolos e temas do Pessach à luz da vida, morte e ressurreição de Jesus, mantendo muitas das conexões simbólicas com a celebração judaica mais antiga.
Libertação, renovação e esperança
Tanto a Páscoa quanto o Pessach nos ensinam sobre libertação, renovação e esperança. Em um mundo marcado por divisões e conflitos, estas celebrações antigas nos lembram de nossa humanidade compartilhada e da possibilidade de transformação.
As histórias de libertação que honramos nestas tradições podem inspirar nossa própria jornada em direção à paz. Assim como o povo judeu foi libertado da escravidão no Egito e como a ressurreição de Jesus trouxe nova vida, também podemos escolher libertar-nos dos ciclos de violência e intolerância.
Que possamos encontrar sabedoria nestas tradições milenares para construir pontes onde há muros, para buscar entendimento onde há desconfiança, e para cultivar compaixão onde há sofrimento. Afinal, reconhecer nossas raízes comuns não diminui nossas identidades distintas – apenas enriquece nossa compreensão do outro e abre caminho para um futuro de respeito mútuo e coexistência pacífica. Páscoa e Passach, celebrações que muitas vezes se confundem.
SARITA CESANA
Psicóloga 17/0979
@saritacesana_ @implementeconsultoria