Dudé, 19 anos, matador profissional
Seguindo a linha da indicação da semana passada, quando indiquei o romance Atirem Direto no meu Coração da jornalista Ilze Scamparini, estou indicando mais um romance nesta quarta-feira. Desta vez, venho prestigiar um autor da nossa terra, o também jornalista Antônio Melo e o seu primeiro livro publicado, A Vingança. Uma das melhores obras de ficção que já tive a oportunidade de ler. Por isso eu super recomendo!
Sobre o autor
Como um jornalista experiente, ele participou de coberturas políticas cruciais no Brasil, destacando-se em sua atuação no “Jornal do Brasil” nos anos 80 e, posteriormente, no marketing político, a partir da campanha presidencial de Mário Covas em 1989.
Posteriormente, em 2018, Antônio Melo lançou o seu primeiro livro, A Vingança, que já está na terceira edição. Em “O diário das folhas mortas” transforma em romance a história de um país cheio de golpes e contragolpes, vergonhas e sem-vergonhices, heróis-bandidos e bandidos-heróis. Um país que não gostaríamos que fosse o nosso. Mas é.

Sobre a obra
O livro de estreia de Antônio Melo, “A Vingança”, promete uma experiência de leitura envolvente e difícil de largar. A narrativa, que flui com um ritmo ágil e um texto direto, é o resultado da expertise jornalística do autor. O olhar de Melo, treinado para observar os detalhes mais sutis — o que não é dito, a linguagem dos gestos e os silêncios — constrói uma trama que cativa o leitor do início ao fim.
A obra vai além de uma simples história de paixão, política e violência no sertão nordestino. Ela se aprofunda na cultura e na complexa relação entre políticos e pistoleiros, uma prática antiga, mas que, infelizmente, ainda ecoa na realidade brasileira do século XXI.
A Fusão da Experiência e da Emoção
A qualidade do romance reflete diretamente a trajetória de Antônio Melo. Essa bagagem profissional se une a uma característica intrínseca do autor: sua profunda humanidade. O texto revela não apenas um olhar preciso, mas também um afeto genuíno pelas pessoas e por suas complexidades. É essa combinação que faz com que os personagens de “A Vingança” pareçam tão reais.
Personagens Plurais e Humanidade Genuína
Em suas páginas, não há heróis perfeitos ou vilões absolutos. Os personagens são retratados como seres de carne e osso, com todas as suas contradições, sem a simplificação de rótulos de “bem” ou “mal”. A visão de Melo é um reflexo de sua aceitação e carinho pela natureza humana, em toda a sua imperfeição, e é isso que torna a narrativa tão autêntica e emocionante.
Wagner Braga