Bem-aventurados os mansos

Porque herdarão a terra

O artigo desta quinta-feira, aqui na coluna DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL é a terceira bem-aventurança do célebre Sermão da Montanha de Jesus Cristo: bem-aventurados os mansos, pois a mansidão é indício infalível da verdadeira auto-realização.

Portanto, em que consiste a mansidão?

A bem-aventuraça de bem-aventurados os mansos requer a renúncia à violência, tanto física quanto mental, em favor do espírito é uma escolha que transcende os seres conscientes. Enquanto os irracionais recorrem apenas à violência material, o homem, após se tornar intelectualizado, descobre uma forma mais eficiente de agir: a violência mental. Essa manifestação assume diversos nomes entre os homens, como astúcia, sagacidade, política, diplomacia e exploração. No entanto, no cerne, todos esses caminhos são fundamentados em argumentos analíticos que a inteligência utiliza para alcançar seus próprios objetivos pessoais.

Bem-aventurados os mansos

A violência física e mental

No atual estágio da humanidade poucos são aqueles aptos a lançar mão da não violência, tanto mental, quanto intelectual para resolver seus problemas. Aqueles que não dependem de máquinas e dispositivos físicos para concretizar suas ideias recorrem às forças astrais, invisíveis para a maioria das pessoas, mas consideravelmente mais eficazes do que os fenômenos materiais. Infelizmente, o homem ainda se encontra num momento evolutivo altamente dependente da violência mental.

Talvez o maior dos magos mentais que a história conhece tenha sido Moisés, descendente de hebreus
e talvez egípcio. Ele foi iniciado em toda a sabedoria dos egípcios no palácio do faraó, e que alcançou o apogeu da magia mental durante os 40 anos que viveu, como pastor, na silenciosa solidão das estepes da Arábia. Ele conseguiu libertar o seu povo da opressão dos faraós do Egito sem violência física, mas tão somente utilizando as armas invisíveis do plano mental, fulminando contra o Egito as dez pragas, que culminaram com a morte de todos os primogênitos do país. Esta é a violência máxima a que o homem pode chegar, as forças do mundo astral, teleguiadas pela inteligência humana.

A força do plano astral

Quando o homem descobre as capacidades divinas dentro de si, ele abandona completamente qualquer forma de agressão, seja ela corporal ou psicológica. Ele deixa de depender de dispositivos e equipamentos físicos operados pelo intelecto e não busca mais as forças do plano astral para produzir efeitos mágicos que influenciam o mundo tangível.

Por isso, Uma vez que o ser humano descobre em si, essa força suprema, descarta e despreza completamente
recorrer a qualquer força inferior, já que a suprema força do Universo está a seu dispor. É como alguém que nunca dirigiu um carro automático conhece esse conforto e facilidade no dirigir. Nunca mais quer dirigir um carro com câmbio manual.

A autorrealização e a essência imaterial

Aquele que alcança a autorrealização descobre a essência imaterial de si mesmo e de todas as coisas. Agora, as aparências periféricas, que os leigos consideram como realidades, não lhe despertam mais interesse.

Portanto, de seu centro dinâmico e silencioso, ele exerce domínio sobre todas as periferias. Enquanto outros são ruidosamente fracos, ele permanece silenciosamente poderoso, embora seja considerado forte. Esse homem, por experiência própria, compreende que todas as coisas são acrescentadas àquele que busca em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça. Ele não apenas crê nisso, mas vive essa grande verdade a cada dia. Por isto, o homem manso de coração não tem motivo algum para recorrer à fraqueza da violência brutal, quando ele possui a força da suavidade e benevolência espiritual.

Finalmente, esses homens puros de coração serão mansos, isto é, não violentos; nada farão por meio de força bruta, tudo farão com força espiritual. Eis que o espírito da força será substituído pela força do espírito. Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.

Wagner Braga

Fonte: O Sermão da Montanha de Huberto Rohden

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