A busca pela tão sonhada felicidade

Sob o prisma da ética de Aristóteles.

Se ainda não mencionei: estou terminando uma graduação em Ciência da Felicidade, que tem me trazido aprendizados e reflexões interessantes, profundas e inovadoras. Neste momento estamos estudando a Filosofia da Felicidade, portanto o tema a busca pela tão sonhada felicidade tem permeado meus estudos estas últimas semanas.

A felicidade, um tema tão atual, e tão antigo: já presente nas reflexões do filósofo ARISTÓTELES (384 a 322AC). Ele que era cidadão grego, discípulo de Platão, numa época do ápice do pensamento ocidental, tem um lugar especial no seu legado.

A busca pela tão sonhada felicidade sob o prisma da ética de Aristóteles.

A felicidade é um estado de espírito

Para Aristóteles, estudamos a ética, a fim de melhorar nossas vidas e, portanto, sua preocupação principal é a natureza do bem-estar humano. Como Platão, ele considera as virtudes éticas (justiça, coragem, temperança etc.), como habilidades complexas racionais, emocionais e sociais. Segundo ele, o que precisamos, a fim de viver bem, é uma apreciação adequada da maneira em que os bens tais como a amizade, o prazer, a virtude, a honra e a riqueza se encaixam como um todo. A felicidade é o estado de espírito a que aspira o homem e para isso é necessário tanto bens materiais como espirituais. Aristóteles herda o conceito de virtude ou excelência de seus antecessores, Sócrates e Platão, para os quais um homem deve ser senhor de si, isto é, ter autocontrole (autarquia).

Para aplicar esse entendimento geral para casos particulares, devemos adquirir, através da educação adequada e hábitos, a capacidade de ver, em cada ocasião, qual curso de ação é mais bem fundamentada. Portanto, a sabedoria prática, como ele a concebe, não pode ser adquirida apenas ao aprender regras gerais, mas sim através da prática.

Felicidade para ele, que entendia que tudo que existe é para uma certa finalidade (telus: a razão de ser), já era a razão de ser do homem. “A felicidade é o sentido e o propósito da vida, o único objetivo e a finalidade da existência humana”.

Os objetivos explícitos e implicitos da existência humana

Seus questionamentos giravam em torno da finalidade da existência humana, desde o despertar até o adormecer: quais seriam os objetivos explícitos ou implícitos?

Aristóteles propõe a vida contemplativa (intelectual) que traria uma felicidade maior e mais constante ao ser humano, quando comparada à vida política (procura da honra), baseada em prazeres sensoriais.

Então, por que será que muitas pessoas não conseguem ser felizes?? Essa pergunta intrigou muito Aristóteles… E nos intriga hoje em dia!

Felicidade é, também, uma consequência ética: em uma perspectiva coletiva. O ser humano é um ser social e político para Aristóteles – que discute o bem público, a polis, habilidade para o bem comum, que teria a inteligência voltada para nossas ações justas, que busquem a EUDAIMONIA = felicidade.

Pode ser uma busca certeira, ou equivocada: levando ao erro, ou seja, ao desvio da nossa mediania, do meio termo, já que a tendência é cairmos nos extremos – excesso ou falta.

Mas a felicidade seria a consequência da eudaimonia – o bom espírito (bom no sentido intelectual – um espírito inteligente) .

Tudo que é extremo nos distancia da virtude, e nos aproxima do vício, e nos distancia da “boa vida”, ou vida bem vivida.

A busca pela virtude moral é necessária

Segundo ele, apenas esse reconhecimento sobre o que é o correto, não é o suficiente, é necessário a busca pela virtude moral, pela ética em fazer corretamente, agir com equilíbrio e buscar a melhoria constante.

Aristóteles já falava sobre temas tão atuais, aparentemente simples e básicos, como por exemplo o hábito. Chega uma hora que aquilo que era difícil, se torna fácil….. se torna uma segunda natureza, parece que se você não fizer, te faz falta. Você já se apropriou dessa característica que não é natural. Não nascemos gentis, nos tornamos gentis.

A felicideade é uma atividade

Portanto, a felicidade é uma atividade, pois não está acessível àqueles que passam sua vida “adormecidos”. Ela não é uma disposição. À felicidade nada falta, ela é completamente autossuficiente. É uma atividade que não visa a mais nada a não ser a si mesma.

Que tal praticarmos a busca pela tão sonhada felicidade nas pequenas coisas do dia a dia, naquilo que nos está disponível, nas pessoas que nos rodeiam, nas nossas habilidades e práticas?

Eu juro que estou tentando!!!

Sarita Cesana

Psicóloga CRP 17-0979

@saritacesana_              @implementeconsultoria

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