Mito ou verdade?
Você pergunta: leite é ou não inflamatório? E eu te digo: a cada dia surgem mais questionamentos sobre o real efeito que alguns alimentos podem provocar no nosso organismo. No entanto, é muito importante considerar que um único alimento não deve ser considerado vilão ou mocinho. Entretanto, o conjunto de uma alimentação e estilo de vida e como o seu organismo está preparado para receber esses alimentos, que irão desencadear desfechos positivos ou negativos.
Desmistificando o leite
O leite é um dos alimentos que pode ser inflamatório, para algumas pessoas. Ele pode ser inflamatório para pessoas com disbiose e que começam a desenvolver uma sensibilidade a caseína, proteína presente no leite que muitas vezes pode causar sensibilidade e inflamação. A inflamação sistêmica de baixo grau é considerada um fator etiológico para o desenvolvimento e progressão de vários distúrbios multifatoriais. Neste contexto podemos citar a aterosclerose, síndrome metabólica, diabetes mellitus do tipo 2 e outras doenças cardiovasculares. Concentrações plasmáticas elevadas de proteína C reativa (PCR) e das citocinas pró inflamatórias como TNF-a e IL-6 foram associadas a um risco aumentado de doença cardiovascular.
As diretrizes alimentares recomendam que o indivíduo deve ter uma ingestão diária de leite e outros alimentos lácteos para atender às necessidades nutricionais de minerais como cálcio. O leite auxilia na manutenção de tecidos ósseos e no processo de contração muscular. Padrões alimentares ricos em frutas e vegetais, grãos inteiros, peixes, fibras, ácidos graxos ômega-3, vitamina C, vitamina E e carotenoides, podem promover proteção contra a inflamação sistêmica de baixo grau. Em contraste, dietas ricas em ácidos graxos trans, carnes vermelhas e processadas, doces, refrigerantes, salgadinhos fritos ou grãos refinados, mostraram promover um estado pró inflamatório.
Eliminando a lactose
Considerando que a composição da dieta pode modificar os processos pró e anti-inflamatórios do organismo por meio de muitos mecanismos diferentes. Estudos transversais atuais sugerem que o consumo de alimentos lácteos, especialmente os fermentados com menor teor de lactose, está inversamente associado à inflamação sistêmica de baixo grau.
Acompanhamento médico ou de especialista
Alguns indivíduos possuem alergia às proteínas presentes no leite de vaca, e nesses casos, a ingestão desses componentes desencadeiam uma resposta alérgica e processo inflamatório exacerbado. Também provocam sintomas muito desagradáveis como diarreia, náusea, constipação, dor abdominal e cefaleia. Os pacientes que possuem alergia devem evitar o consumo de leite e seus derivados. Outra questão do leite é a lactose, açúcar do leite que precisa de enzimas para ser digerida. Muitas pessoas têm uma redução ou não tem a produção dessa enzima. Ter um intestino permeável e com alteração na composição das bactérias pode resultar numa sensibilidade ao leite. Sabemos que isso não é para todo mundo, é preciso de um acompanhamento nutricional para saber se o leite pode fazer mal para você! As melhores opções desse grupo para quem tem intolerância à lactose são queijos mais curados e iogurte natural por apresentarem menor carga desse açúcar.
Qualquer restrição ou exclusão alimentar só deve ser feita para casos específicos e sob recomendação de um nutricionista ou médico.