Justiça dos homens e justiça divina: qual a diferença?
A palavra Justiça tem estado ultimamente na boca de milhões de brasileiros. Não é para menos com tudo que vem acontecendo no nosso país nos últimos anos. É simplesmente surreal as decisões que vêm sendo tomadas pelo nosso judiciário, a começar pela Instância maior, o STF. Não quero entrar no mérito político da questão, pois esse espaço não se presta a falar de política, mas analisar o significado da palavra justiça em sua essência e de repente entender o que é justiça dos homens e justiça Divina! Por isso vamos esclarecer o que é justiça! Existe diferença entre as duas ou somos nós que deturpamos o verdadeiro sentido para “justificar” nossas fraquezas e puxar a brasa para nossa sardinha?
Um Arcabouço único de sabedoria
Gostaria de começar analisando as sábias palavras proferidas por Jesus no espetacular Sermão da Montanha, esse sim, um arcabouço único de sabedoria, que nas palavras do memorável e respeitável Mahatma Gandhi: “Se se perdessem todos os livros sacros da humanidade e só se salvasse “O sermão da montanha”, nada estaria perdido.
Pois bem, a certa altura do Sermão da Montanha Jesus diz: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos”.
Mais adiante ele afirma: Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus.
E numa terceira oportunidade ele professa: “Pois eu digo que, se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos céus”.
O que o Nazareno quis que nós entendêssemos com essas enigmáticas palavras?
Bem, quando eu me coloco no lugar dele consigo enxergar o seguinte panorama:
Jesus veio ao mundo com fome e sede de justiça, para promover o amor e a igualdade entre os homens. E foi perseguido por causa de justiça. Como sabemos é dele o Reino dos Céus e sua justiça é muito superior a dos Fariseus.
Então vamos esclarecer o que é justiça!
A justiça divina não é desse mundo, dessa tridimensionalidade, já que são necessárias muitas experiências de vida para que tenhamos a tal justiça estabelecida definitivamente. Enquanto esse ciclo não se completa ela, a justiça divina, estará em curso, sendo implementada e ao final o indivíduo será uma pessoa muito melhor do que quando iniciou o processo e muito provavelmente a sua melhor versão.
Já a justiça dos homens, devido a tridimensionalidade que vivemos, presos ao lapso temporal pretende ser exequível imediatamente, independentemente das condições de reabilitação do condenado. Que execute-se a pena e ao final de sua aplicação o indivíduo esteja pronto, recuperado e totalmente ressocializada. Nós sabemos que, na prática, não é assim que funciona. O apenado, ao cumprir a pena, na maioria dos casos, retorna à sociedade muito pior do que quando foi recolhido. Isso ocorre por diversos motivos e vários deles todos nós sabemos, mas o principal é que o cárcere não reabilita ninguém nos países de 1º mundo quiçá num país como o Brasil onde o Sistema Prisional não tem o mínimo de estrutura para isso.
Reeducando a alma
Afirmo isso com a convicção de quem sabe que o que reabilita o cidadão é o tratamento da alma em sua essência e isso não existe em nenhum Sistema Prisional do mundo.
Senão vejamos: Qual é o Sistema Prisional que ensina ou reeduca o apenado a aprender a perdoar? Ou a se perdoar? Qual é o Sistema Prisional no mundo que ensina o apenado a enfrentar a sua sombra, os seus medos e os seus erros? E mesmo que tivesse poderia levar o resto da existência do apenado e mesmo assim ele não sair do cárcere totalmente reabilitado, pois como já disse pode ser coisa para várias experiências existenciais.