Uma jornada transcendental rumo ao coração da ética e da moralidade universal
Hoje vamos nos enveredar pela filosofia na Coluna DICA DE LIVRO. Então, vamos indicar uma das mais espetaculares obras do compêndio filosófico, A Metafísica dos Costumes, do brilhante e não menos espetacular filósofo Immanuel Kant. Um livro que em algum momento das nossas vidas precisamos ler.
Sobre o autor
O pensador prussiano Immanuel Kant nasceu e permaneceu ao longo da vida em Königsberg, sua cidade natal. Com uma personalidade disciplinada e rigorosa, formou-se em Teologia e, desde jovem, dedicou-se à produção de escritos nas áreas da Ciência, Filosofia e Religião. Após concluir seu doutorado em Filosofia, passou a ensinar na Universidade de Königsberg. Contudo a partir de 1770, intensificou sua produção intelectual, desenvolvendo a filosofia crítica e o idealismo transcendental. Um sistema que propõe uma síntese entre empirismo e racionalismo, centrado na análise crítica da razão.
“Kant fundou uma nova teoria do conhecimento, chamada idealismo transcendental, e a sua filosofia, como um todo, fundou o criticismo, corrente crítica do saber filosófico que visava, como queria Kant, a delimitar os limites do conhecimento humano.
Todavia, as obras de Kant possuem uma rara erudição, um estilo literário único e um rigor metodológico e filosófico inigualável. Professor da Universidade de Königsberg por quase cinco décadas, o docente e pesquisador dedicou-se a escrever sobre Lógica, Metafísica, Teoria do Conhecimento e Ética e Filosofia moral.”
Sobre a obra
A Metafísica dos Costumes representa uma exploração profunda em direção aos fundamentos da conduta humana e dos valores morais universais. Neste trabalho revolucionário, Kant rejeita a visão tradicional da moralidade como mero produto de tradições culturais ou sentimentos pessoais. Então, ele ultrapassa os limites do saber experimental e transporta o debate moral para o domínio da racionalidade absoluta.
Por meio de raciocínios cuidadosamente elaborados e de coerência irrefutável, Kant desenvolve uma estrutura onde os comportamentos são julgados não pelos seus resultados ou efeitos práticos, mas pela motivação alinhada com princípios universais e inquestionáveis. Lançada em 1785, a obra ecoa com indagações perenes sobre o significado do agir virtuoso, estimulando o público a contemplar a essência da retidão, da obrigação e da consideração pela dignidade humana.
Kant defende uma moralidade independente de pressões exteriores, fundamentada em comandos categóricos que superam a parcialidade individual ou as contingências do acaso. Portanto, ao revelar a intrincada relação entre a liberdade de escolha e a obrigação ética, A Metafísica dos Costumes de Kant emerge como uma demonstração de ousadia conceitual e precisão acadêmica.
Esta obra transcende a categoria de simples tratado filosófico de relevância – ela constitui um apelo ao exercício da independência moral que continua presente em nossas discussões atuais sobre o significado de uma existência íntegra. Ao explorar suas páginas, o leitor é chamado a integrar um debate permanente sobre os alicerces de nossos valores éticos fundamentais.
Wagner Braga