Uma reflexão sobre posicionamento
Vivemos um momento único na história da humanidade. Um tempo em que a informação viaja à velocidade da luz, em que podemos nos conectar instantaneamente com pessoas do outro lado do mundo, mas também um tempo em que parece cada vez mais difícil nos conectarmos genuinamente uns com os outros. Diariamente, somos confrontados com escolhas que, embora possam parecer pequenas no momento, definem quem somos e o legado que deixaremos. Em cada conversa, em cada post que compartilhamos, em cada reação que temos diante do diferente, estamos escrevendo nossa página na história coletiva da humanidade. Desenvolver um senso crítico, com essa overdose de informações que recebemos, se torna cada vez mais urgente, para que a reflexão sobre “de que lado da história você quer estar” seja consciente e coerente com seus valores e visão de futuro.
Quando os Pilares Tremem
Assistimos, perplexos, ao que parecia ser conquistas sólidas da civilização sendo questionadas ou até mesmo atacadas. Valores que considerávamos universais – como o respeito à dignidade humana, a busca pela paz, a capacidade de coexistir com quem pensa diferente, entre outros – parecem estar em xeque.
Não se trata de política partidária ou de dogmas religiosos específicos. Trata-se de algo muito mais fundamental: nossa capacidade básica de viver em sociedade, de construir pontes ao invés de muros, de escolher o diálogo ao invés do confronto.
A História Nos Observa
A história tem uma forma peculiar de nos julgar. Ela não pergunta se estávamos do lado “vencedor” ou “perdedor” de uma disputa específica. Ela pergunta se estivemos do lado da humanidade. Se escolhemos a compaixão sobre a crueldade, a união sobre a divisão, a esperança sobre o medo.
Gerações futuras olharão para este momento e farão perguntas:
- Como as pessoas reagiram quando a intolerância cresceu?
- O que fizeram quando viram o discurso de ódio se normalizar?
- Qual foi sua resposta quando a polarização ameaçou rasgar o tecido social?
- Como escolheram agir quando valores fundamentais de convivência foram atacados?
O Poder da Escolha Individual
Pode parecer que somos apenas gotas no oceano, incapazes de mudar as grandes correntes. Mas a história nos ensina que são exatamente essas gotas – pessoas comuns fazendo escolhas extraordinárias – que formam as ondas transformadoras.
Cada vez que escolhemos:
- Escutar com atenção, ao invés de reagir ou repetir informações distorcidas
- Compreender, ao invés de julgar precipitadamente, emitindo opiniões que prejudicam, em vez de ajudar
- Unir, ao invés de dividir, de afastar e gerar mais conflitos e caos
- Amar, ter empatia, não generalizar, ao invés de criticar
- Estudar (no caso de não conhecer) o tema, a região, o idioma, a história, sempre privilegiando o tipo de mundo que queremos construir.
Os Valores que nos Definem
Em meio ao caos e à confusão, alguns valores se mantêm como faróis:
Respeito mútuo – Reconhecer que cada pessoa tem dignidade inerente, independentemente de suas crenças ou origens.
Diálogo genuíno – A coragem de conversar com quem pensa diferente, buscando compreensão ao invés de vitória.
Paz ativa – Não apenas a ausência de conflito, mas a presença ativa de justiça, compreensão e colaboração.
Coexistência – A sabedoria de entender que nossa diversidade é uma força, não uma ameaça.

Um Chamado à Ação
Este não é um momento para espectadores. É um momento para protagonistas conscientes de seu papel na história. Cada um de nós tem a oportunidade – e a responsabilidade – de escolher de que lado quer estar.
Não precisamos ser líderes mundiais ou figuras públicas para fazer a diferença. Podemos começar em nossas casas, em nossos trabalhos, em nossas comunidades. Podemos escolher ser agentes de união em um mundo que parece determinado a se dividir.
A História que Ainda Está Sendo Escrita
O final desta história ainda não foi escrito. Depende de nós, de nossas escolhas diárias, de nossa coragem para defender valores que transcendem fronteiras, credos e ideologias.
A pergunta permanece: de que lado da história você quer estar?
Do lado que escolheu o medo ou do lado que escolheu a esperança? Ou do lado que construiu muros ou do lado que construiu pontes? Do lado que dividiu ou do lado que uniu?
A história está observando. E nossas escolhas de hoje serão o legado que deixaremos para as gerações futuras. Então, de que lado da história você quer estar?
A escolha é sua. A história é nossa.
SARITA CESANA
Psicóloga CRP 17-0979
@saritacesana_ @implementeconsultoria