A Revolução Feminina entre o Lar e a Carreira
Ontem foi o Dia das Mães: para além de fazer uma homenagem às mulheres, que são mães, ou filhas, quero refletir sobre as muitas mudanças que o seu papel na sociedade, enfrentou. Há algumas décadas, o papel da mulher, na sociedade brasileira, era bem definido: da casa, dos filhos e do marido. Então, eu vivi essa época; meu pai nunca deixou minha mãe trabalhar, essa era uma “queixa” recorrente dela, ao longo da vida. Hoje, a realidade é completamente diferente, temos as Mães Multitarefas . As mulheres ocupam escritórios, hospitais, escolas, empresas e diversos espaços, mesmo sem abandonar completamente outras funções, como casa, marido e filhos.
Da Casa para o Mundo: Uma Transformação Gradual
Contudo, a entrada massiva das mulheres no mercado de trabalho não aconteceu da noite para o dia. Foi um processo construído por gerações de pioneiras, que desafiaram o que estava posto como práticas sociais, e expectativas. Também abriam caminhos para as novas gerações, que estão completamente presentes em todas as áreas.
Como Primeiras Ondas de Mudança
No Brasil, os anos 1960 e 1970 marcaram um ponto de retorno. Todavia, com o movimento feminista ganhando e força em crescimento industrialização do país, mais mulheres buscaram a independência financeira e realização profissional. Um esquema anticoncepcional revolucionou o familiar, maior às mulheres quanto ao controle sobre e os filhos, e suas vidas.
Paralelamente, o desenvolvimento econômico absorveu muitas mulheres ao trabalho. Ao mesmo tempo que o orçamento familiar, também, já não se sustentava com apenas o salário do marido, tornando a contribuição financeira da mulher cada vez mais fundamental para uma qualidade de vida das famílias.
Entretanto, um fator de transformação nesta questão foi o acesso à educação. Se, em 1960, o acesso às Universidades para as mulheres era restrito, com o passar dos anos a formação acadêmica abriu as portas para carreiras antes inacessíveis, ampliando possibilidades e perspectivas sobre o papel feminino na sociedade.
Novos Modelos Familiares
Apesar dos avanços, obstáculos importantes dificultam ainda uma conciliação entre maternidade e carreira.
Houve a necessidade de transformações para novos arranjos familiares, e distribuição de responsabilidades, e os casais tendem a dividir mais atribuições, como tarefas domésticas, fazendo crescer o número de homens que assumem maior participação na criação dos filhos. Em muitos casos, uma rede familiar, principalmente avós, torna-se essencial para viabilizar a rotina profissional das mulheres com filhos.
Desigualdades no Mercado de Trabalho
Infelizmente as mulheres enfrentam, ainda, diferenças salariais, menor representatividade em cargos de liderança e o que é chamado “muro da maternidade”: mulheres com crianças pequenas podem sofrer com preconceitos sobre o quanto são comprometidas com o trabalho, ou disponíveis para enfrentar as jornadas que exigem muitos desafios e resultados.
Mudança Cultural Contínua
Talvez o mais importante seja uma contínua iniciativa de transformação dos papéis de gênero tradicionais. Criar filhos, e ainda cuidar de um lar, deve ser responsabilidade – não só uma “ajuda” à mãe. O homem integral na parentalidade estará beneficiando toda a família, incluindo os próprios homens, que se tornam mais presentes, e próximos dos filhos.
Portanto, ao equilibrar maternidade e carreira profissional, as mulheres não apenas demonstram uma notável capacidade de adaptação, mas também enriquecem profundamente o tecido social, como mães multitarefas. Esta dupla jornada, longe de ser apenas um desafio pessoal, representa uma contribuição inestimável para a sociedade contemporânea. A experiência da maternidade frequentemente desenvolve habilidades como empatia, gestão de tempo e resolução de conflitos, qualidades que, quando levadas ao ambiente profissional, promovem ambientes de trabalho mais humanizados e eficientes.
À medida que reconhecemos e valorizamos esta contribuição única, caminhamos para uma sociedade que não apenas celebra a diversidade de papéis, mas também compreende que o avanço coletivo depende do reconhecimento das múltiplas dimensões do potencial humano. As mães multitarefas e/ou profissionais, ao conciliarem dois mundos aparentemente distintos, constroem pontes entre o cuidado familiar e a produtividade econômica, oferecendo às novas gerações modelos inspiradores de realização pessoal e compromisso social.
Sarita Cesana
Psicóloga CRP 17-0979
@saritacesana_ @implementeconsultoria