A relação entre minimalismo e autoconhecimento

Como simplificar pode nos ajudar a nos conhecer melhor

Muitas vezes começo meus textos assim: “em tempos tão…” , e dessa vez não será diferente: em tempos de tanta demanda pelo consumismo, pela avaliação sobre o “ter”, em detrimento do “ser”, e pelas exigências que as comparações podem gerar em muitas pessoas, falar sobre e mostrar a relação entre minimalismo e autoconhecimento pode nos trazer um bom alento.

O minimalismo pode ser definido de várias formas, já que é um conceito bastante pessoal e adaptável. Entretanto, no sentido mais amplo, minimalismo é uma filosofia de vida que propõe “viver com menos para viver melhor”. Mas, isso vai muito além de apenas ter menos coisas.

Podemos pensar em alguns aspectos fundamentais, como

  • uma escolha intencional de focar no que agrega valor real à sua vida,
  • eliminar o excesso em todas as áreas (não só material),
  • busca por qualidade ao invés de quantidade: priorizando experiências, em vez de posses

Aproveito para esclarecer o que o minimalismo NÃO é: abrir mão de coisas que você realmente ama ou precisa, viver com um número mínimo e específico de itens, passar algum tipo de necessidade ou restrição.

Na prática, o minimalismo se manifesta de diferentes formas:

  1. No ambiente físico: espaços organizados e funcionais
  2. No tempo: rotinas mais simples e focadas
  3. Nas relações: conexões mais profundas e significativas
  4. No digital: menos distrações, e uso mais consciente da tecnologia
  5. No consumo: compras mais conscientes e intencionais

Portanto, precisamos levar em conta, quando falamos deste tema, que cada pessoa pode (e deve) adaptar esses princípios à sua realidade. Por exemplo, uma família com crianças terá uma versão diferente do minimalismo comparada a uma pessoa que mora sozinha.

E agora podemos entrar no tema deste texto: aonde o minimalismo e o autoconhecimento se conectam para nos auxiliar em nosso processo evolutivo?

O desapego material

Podemos começar pensando o quanto o desapego material abre um espaço para a clareza mental, quando reduzimos o excesso de posses, naturalmente nos questionamos: “Do que realmente preciso?” Então, o processo de escolher o que manter nos faz refletir sobre o que é verdadeiramente importante.

Com atitudes simples, identificamos apegos emocionais oportunizando o desenvolvimento de maior consciência sobre nossas necessidades emocionais reais.

Essa simples (nem sempre) mudança, certamente trará uma simplificação das rotinas, já que ao simplificar nossa rotina diária, ganhamos tempo para reflexão: menos distrações externas permitem maior foco em nosso mundo interior. A simplicidade nos ajuda a identificar padrões de comportamento mais facilmente.

Z relação entre minimalismo e autoconhecimento.

Descobrindo gatilhos emocionais

O minimalismo pode nos fazer, também, questionar nossos hábitos de consumo: podendo levar a descobrimos gatilhos emocionais que nos levam a comprar e consumir, assim começamos a entender melhor a relação entre consumo e satisfação pessoal, levando a um consumo mais consciente.

Posso, inclusive, acrescentar um depoimento pessoal, já que vim de uma realidade (em São Paulo) repleta de coisas, compromissos, pessoas, grupos, casas (moradia, praia, sítio), entre outras exigências. Quando me mudei para Natal, me vi sozinha, num apartamento pequeno, com muito menos demandas e objetos. Posso afirmar que:

  • Menos bagunça física = menos bagunça mental
  • Ambiente organizado facilita o pensamento claro, abrindo espaço mental para criatividade a autoexpressão.

Dicas importantes de minimalização

Finalizando, que tal algumas dicas, se você quiser fazer uma experiência, e viver com um pouco menos, aproveitando o benefício de olhar para si, perceber seus sentimentos e prioridades, e se desapegar de muito “lixo” que pode ser desnecessário:

  1. Faça um desafio do guarda-roupa: Separe todas as peças que você não usou nos últimos 6 meses. Guarde-as em uma caixa por 30 dias. Se não sentir falta, doe.
  2. Pratique a regra “um entra, um sai”: Sempre que comprar algo novo, doe ou descarte um item similar que já possui.
  3. Faça uma limpa digital:
  4. Delete arquivos desnecessários
  5. Organize suas fotos
  6. Limpe emails antigos
  7. Desinstale aplicativos que não usa
  8. Cancele assinaturas de newsletters que não lê
  9. Estabeleça áreas livres de bagunça: Escolha um espaço (como a mesa de trabalho ou o criado-mudo) e mantenha apenas o essencial.
  10. Pratique consumo consciente:
  11. Faça uma lista antes de comprar
  12. Espere 24 horas antes de fazer compras não essenciais
  13. Questione-se se realmente precisa do item

Rumo ao autoconhecimento, mudanças conscientes são sempre necessárias e bem-vindas!!!

Sarita Cesana                      Psicóloga CRP 17-0979

@saritacesana_               @implementeconsultoria

Compartilhar

Deixe um comentário