A atitude que liberta
Durante os anos que atuei como psicoterapeuta, 14 para ser mais precisa, um dos maiores indicadores que o processo terapêutico estava caminhando para o bem estar do paciente era quando ele(a) trazia “posicionamento”. Sim, uma atitude concreta diante de um conflito ou situação desconfortante na qual o sujeito posiciona-se e estabelece limites e direção para a própria vida. O Poder do posicionamento está diretamente relacionado na tomada de consciência.
Portanto, na responsabilidade que nós assumimos quando encaramos o suposto problema que nos angustia e desta forma saímos da situação de vítima para a de protagonista. Então assumido os ônus e bônus envolvidos na situação.
A questão do pertencimento
Analisando praticamente podemos pensar que a solução para os problemas seriam atitudes, correto?
SIm.e não, te explico.
Sim do ponto de vista prático, afinal todo problema envolve uma solução e não porque somos humanos e portanto seres que pensam, projetam, criam expectativas e projeções. Além disso temos, por vezes, uma necessidade de pertencimento e consequentemente de sermos aceitos e de agradar. É Justamente aqui que, literalmente, mora o problema: na nossa mente.
Toda essa capacidade de pensamento e elaboração, somados a essa necessidade social de pertencimento e aceitação, nos torna reféns de algumas situações nas quais optamos por não nos posicionar. De que forma? Com uma atitude firme ou uma opinião segura e sustentada na nossa própria reflexão.
O processo de individualização
Isso geralmente tem raiz nas experiências que vivenciamos na infância, na forma como aprendemos a nos relacionar com o mundo e na construção da nossa individualização. Este, um dos conceitos chaves na teoria analítica que trata do desenvolvimento da personalidade de Carl Jung, segundo Samuels, Shorter e Plaut (1988). Para esses autores, individuação é um processo em que a pessoa torna-se si mesma, inteira, indivisível e distinta de outras pessoas ou da psique coletiva.
É nesse processo de tornar-se destinto(a) e único(a), que nós vamos construindo a nossa forma de nos relacionarmos com o nosso entorno. Sempre buscando os comportamento que acreditamos e aprendemos serem socialmente aceitos. A consequência de tudo isso pode ser um suposto “aprisionamento” na opinião do outro e a manutenção de conflitos psicológicos.
Dito isso, podemos então concluir que quando nos posicionamos temos uma atitude libertadora porque nos apropriamos da nossa opinião e das consequências que ela poderá trazer e assim distinguimos o que é nosso do que é do outro.
Paz e bem!