O que se entende por Filosofia depende do olhar
Uma vez, muito tempo atrás, decidi estudar Filosofia e escolhi uma escola clássica que havia em um bairro próximo da minha casa em Natal. No primeiro dia fiquei surpreso quando adentrei na sala de aula e me deparei com um professor bastante jovem, ai pela casa dos 25 anos. Eu já maduro, do alto dos meus 45 anos, me perguntei: vou assistir aula de Filosofia com um professor tão jovem assim?
Me resignei, tentei ser humilde e fiquei curioso para conhecer o conteúdo que aquele jovem rapaz tinha para informar.
Veja, naquela época a visão de Filosofia, principalmente a clássica era de alguém percebia a Filosofia como sinônimo de sabedoria e, sendo assim, acreditava que alguém para ensinar Filosofia necessitava de muita experiência, rodagem, quilometragem e muito equilíbrio. Por isso fiquei tão surpreso com aquela cena.
Bem, mas continuando, naquela noite me submeti ao comando daquele jovem na sala de aula e ouvi com atenção tudo que tinha na sua bagagem filosofal.
Numa única aula era impossível tirar conclusões definitivas sobre o professor, seu método de ensino ou sua crença. Então resolvi continuar a frequentar as aulas normalmente e lá pela 3ª ou 4ª aula foi quando eu realmente percebi a linha de pensamento daquele jovem mestre. Seu aprendizado vinha da linha dos gloriosos Sócrates e Platão. Ele simplesmente transmitia ipisis litteris o que os famosos mestres propagaram.
Como sabemos filosofar não é tão simples assim e requer interpretação. Não pode ser tomado, literalmente ao pé da letra, sob pena de desaparecer e não deixar vestígio.
Por isso convoco você que já leu as obras dos grandes mestres da filosofia a refletir e mensurar de forma interpretativas o conteúdo. Pois só assim teremos cidadãos aptos a formarem opinião seja a onde for.
Então, costumo dizer que a Filosofia não é uma ciência exata. Ela é subjetiva, pretenciosa e avassaladora. Mas, de fato, ela só precisa que alguém a perceba por um olhar independente e autônomo.