Gostar é sobre o presente, desejar sobre o futuro
Então, para provocar essa reflexão, trago a indicação de um excelente livro: Um cérebro mais feliz. Os sete segredos da neurociência para viver melhor., do Dr. Daniel G. Amen. Então você vai entender o porquê da pergunta: qual a diferença entre gostar e desejar?
Neste livro ele discorre sobre estudos científicos sobre a felicidade, e suas pesquisas, ao longo dos anos, dedicados a explorar imagens do cérebro. Contudo, para enriquecer o tema ele cita um famoso psicólogo e economista israelense-americano notável por seu trabalho sobre a psicologia do julgamento e tomada de decisão, bem como economia comportamental, pelo qual recebeu o Prêmio Nobel de Ciências Econômicas de 2002: Daniel Kahneman.
A distinção importantes entre gostar e desejar
Este faz uma distinção importante entre “gostar” (liking) e “desejar” (wanting) em suas pesquisas sobre bem-estar e tomada de decisões. Todavia, esta distinção é fundamental para entender como as pessoas fazem escolhas e experimentam satisfação. Aqui estão os principais pontos dessa diferenciação:
- Gostar (Liking):
- Refere-se à experiência hedônica real, o prazer ou satisfação obtida no momento.
- É mais relacionado ao “eu experiencial” – como nos sentimos durante uma experiência.
- Muitas vezes é mais difícil de prever com precisão.
- Desejar (Wanting):
- Refere-se à motivação para obter algo, a antecipação de uma recompensa futura.
- Está mais ligado ao “eu recordativo” – como lembramos ou imaginamos uma experiência.
- Pode ser influenciado por fatores externos, como normas sociais ou expectativas.
Diferenças principais:
- Temporalidade: “Gostar” é sobre o presente, enquanto “desejar” é orientado para o futuro.
- Dissociação: Kahneman observa que é possível desejar algo sem necessariamente gostar dela quando obtida, e vice-versa.
- Influência na tomada de decisões: As pessoas geralmente tomam decisões baseadas no que desejam, não necessariamente no que irão gostar.
- Memória vs. Experiência: “Desejar” é mais influenciado por memórias e expectativas, enquanto “gostar” é baseado na experiência real.
- Adaptação: As pessoas se adaptam mais rapidamente ao que gostam do que ao que desejam, o que pode levar a um ciclo contínuo de desejar mais.
Promovendo o equilíbrio entre o gostar e o desejar
Portanto, no contexto do trabalho, esta distinção pode explicar por que as pessoas às vezes perseguem objetivos de carreira (como promoções ou aumentos salariais) que não necessariamente aumentam sua satisfação diária no trabalho. Entretanto, entender essa diferença pode ajudar indivíduos e organizações a focar em criar ambientes e oportunidades que promovam tanto o “gostar” quanto o “desejar” de maneira equilibrada.
Então, espero que tenham gostado deste tema, que me desperta cada vez mais curiosidade e paixão.
Sarita Cesana