As muitas leituras sobre temperamentos

E a importância do Autoconhecimento

Esta semana fiz um curso sobre “mentalidade”: destes cursos sobre como crescer na internet, como vender cursos e desbloquear travas emocionais. Então, minha curiosidade me leva a buscar ouvir e aprender sempre, com as mais diversas fontes, sempre levando em consideração meus filtros e indicações confiáveis. Portanto, este curso, especificamente, por um valor acessível e dentro de um horário possível para mim, foi bastante proveitoso, já que todo o conteúdo tem um bom viés psicológico, estando dentro do meu campo de estudo. Entre os temas abordados, ele me fez recordar algo que já estudei, dentre as muitas leituras sobre temperamento: a teoria dos quatro temperamentos, que foi inicialmente desenvolvida por Hipócrates, o famoso médico grego considerado o “pai da medicina”, por volta do século V a.C.

O conceito dos quatro humores corporais

Contudo, Hipócrates desenvolveu esta teoria baseando-se no conceito dos quatro humores corporais (fluidos), que ele acreditava serem responsáveis pela saúde e pelo comportamento humano:

  • Sangue: associado ao temperamento sanguíneo
  • Bile amarela: associada ao temperamento colérico
  • Fleuma (ou linfa): associada ao temperamento fleumático
  • Bile negra: associada ao temperamento melancólico

Ele acreditava que o equilíbrio desses fluidos (chamado “eucrasia”) era essencial para a saúde, enquanto o desequilíbrio (“discrasia”) causaria doenças. Esta teoria foi posteriormente expandida por Galeno, outro médico grego importante, no século II d.C.

As muitas leituras sobre temperamentos.  Os quatro tipos de temperamento segundo Hipócrates.

A classificação dos temperamentos

Embora a base fisiológica da teoria (os quatro humores) tenha sido cientificamente refutada séculos depois, a observação dos padrões de comportamento e personalidade permaneceu influente. Todavia, a classificação dos temperamentos continuou sendo estudada e adaptada por diversos psicólogos e teóricos ao longo da história, incluindo:

Então, Carl Jung, desenvolveu os conceitos de introversão e extroversão, Hans Eysenck, relacionou os temperamentos a diferentes dimensões da personalidade, e Ivan Pavlov, associou os temperamentos a diferentes tipos de sistema nervoso.

Hoje, embora não seja considerada uma teoria científica completa, a descrição dos quatro temperamentos ainda é utilizada como uma ferramenta para compreender diferentes padrões de comportamento e personalidade, sobretudo em áreas como desenvolvimento pessoal e relacionamentos interpessoais.

Descrevendo os quatro temperamentos

Vou descrever, de maneira superficial, os quatro temperamentos, que ainda hoje são utilizados em algumas áreas da psicologia:

Sanguíneo:

  • Pessoas sociáveis, extrovertidas e otimistas
  • Tendem a ser animadas, comunicativas e carismáticas
  • Adaptam-se facilmente a novas situações
  • Podem ser impulsivas e ter dificuldade em manter o foco
  • Geralmente são alegres e gostam de estar rodeadas de pessoas

Colérico:

  • Personalidade forte e dominante
  • Naturalmente líderes e determinados
  • Muito orientados para objetivos e resultados
  • Podem ser impacientes e explosivos
  • Têm energia alta e são muito dinâmicos
  • Gostam de desafios e assumir responsabilidades

Fleumático:

  • Calmos, pacientes e equilibrados
  • Evitam conflitos e são diplomáticos
  • Consistentes e confiáveis
  • Podem parecer desinteressados ou apáticos
  • Bons mediadores e pacificadores
  • Pensam bem antes de agir ou tomar decisões

Melancólico:

  • Perfeccionistas e detalhistas
  • Profundamente analíticos e reflexivos
  • Sensíveis e introvertidos
  • Tendem a ser criativos e apreciam arte
  • Podem ser muito autocríticos e pessimistas
  • Valorizam a organização e a estrutura

É importante notar que:

  1. Ninguém tem um temperamento único – geralmente as pessoas apresentam uma mistura deles, com predominância de um ou dois.
  2. Cada temperamento tem seus pontos fortes e desafios.
  3. O temperamento é apenas uma parte da personalidade, que também é influenciada por experiências, educação e ambiente.

Como em qualquer processo de autoconhecimento, o primeiro passo para utilizar estas informações para o seu benefício é identificar quais características mais se assemelham a você:

  • Observe seus padrões naturais de comportamento em diferentes situações
  • Identifique quais temperamentos são predominantes em você
  • Reconheça como você reage sob estresse ou pressão
  • Preste atenção em quais ambientes e situações você se sente mais confortável

Para equilibrar cada temperamento:

Sanguíneo:

  • Se for muito disperso, desenvolva técnicas de foco e organização
  • Aprenda a ouvir mais e falar menos quando necessário
  • Cultive relacionamentos mais profundos, não apenas superficiais
  • Desenvolva disciplina para concluir projetos iniciados

Colérico:

  • Pratique exercícios de respiração para controlar a impaciência
  • Desenvolva empatia e escuta ativa
  • Aprenda a delegar e confiar nos outros
  • Cultive a paciência em situações que não pode controlar

Fleumático:

  • Estabeleça prazos para evitar procrastinação
  • Pratique expressar mais suas opiniões e sentimentos
  • Desenvolva iniciativa para sair da zona de conforto
  • Aprenda a dizer “não” quando necessário

Melancólico:

  • Pratique o pensamento positivo
  • Estabeleça limites para a autocrítica
  • Desenvolva resiliência emocional
  • Aprenda a lidar com a perfeccionismo de forma saudável

E finalizando, você pode aproveitar algumas dicas gerais:

  • Busque desenvolver características complementares ao seu temperamento predominante;
  • Use seus pontos fortes naturais a seu favor;
  • Trabalhe conscientemente para moderar os aspectos desafiadores do seu temperamento;
  • Lembre-se que todo temperamento tem seu valor e utilidade em diferentes situações.

O mais importante é entender que não precisamos mudar completamente nossa natureza, mas sim aprender a gerenciar melhor nossas tendências naturais e desenvolver habilidades complementares quando necessário. Dai a importância de entender as muitas leituras sobre temperamentos.

Espero ter contribuído um pouco para seu autoconhecimento.

SARITA CESANA

PSICÓLOGA CRP 17-0979

@saritacesana_                     @impementeconsultoria

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