O eterno Aluízio Alves
Vou ficar devendo um artigo a altura do aniversariante, o Mito e o Gênio, pois hoje passei um dia muito atarefado, meus horários de trabalho são inconstantes, e, para escrever sobre ele, tem que estar muito bem preparado sobre todos os aspectos.
Estava fora de Natal, só agora chego em casa, ainda tenho que preparar um relatório,mas, não tenho sequer o direito de esquecer de registrar o centenário do Dr. Aluízio Alves.
Sua história todos já sabem e Gari contou hoje na 94 FM do amigo Haroldo Azevedo, no blog do outro amigo Tulio Lemos, Henrique , Carlinhos Emerenciano e outros também narraram sobre o Mito e o Gênio.
Por isso quero relatar um pouco do muito que ouvi dele.
Explicando o Mito e o Gênio
Então eu afirmo que um Mito é aquele que não existe, a não ser na mitologia grega. Um factóide mirabolante para inspirar escritores, compositores, produtores culturais…
Contudo, o gênio, é aquele que supera o topo da capacidade do ser humano, o mais alto degrau do seu intelecto e daquele dom que Deus deu aos seres humanos, os tornando diferentes dos seus pares do mundo animal: A inteligência.
Uma mitologia genial angicana, só existiu um.
O convívio com o Mito
Todavia, eu tive a felicidade e o privilégio de conhecer, de estar com ele diversas vezes, em comícios, almoços e jantares políticos que antecediam ou sucediam movimentações políticas. Devo a Ricardo Alves, Paula Alves, Agnelo Filho, sou grato.
Ele nunca perdeu uma festa de aniversário minha. Uma vez ele estava gripado, mas foi, assim como Garibaldi, Dr. Cláudio Emerenciano, Claudinho, Zé Dias, Marcelo seu filho, D. Lurdinha Diúda e tantos discípulos de Seu Nezinho e d. Liquinha amigos dos meus avós Major Montenegro e Candinha.
Levei ele muitas vezes para fazer visitas a eleitores de 1960, era uma grande emoção dupla, normalmente em um sábado, ou domingo pela manhã e o levava para almoçar.
Quando eu ia tomar uma cerveja, pagava o filho de um amigo para dirigir.
Ele me disse : ” Não sei o que é o gosto de uma cerveja, whisky e de nada que tenha álcool.”
Entrevistando o Mito
Eu, adorava ouvir mas também gostava de perguntar para registrar.
Perguntei:
Quem foi o professor do senhor na política?
R: José Augusto.
Qual o maior adversário?
R : Dinarte, porque Tarcísio era forte no governo, Dinarte era forte em qualquer situação. Respeito os dois.
Seu sonho?
R : Fazer Henrique governador.
Em 1990 na casa de Zé Dias eu perguntei: Porque o senhor não é candidato a senador ?
R : Porque eleitoralmente Garibaldi é, hoje, mais forte do que eu. Época é uma parcela do tempo e temos que respeitar, pois o povo que aclama, é o mesmo povo que pune.
Eu disse: “Vou votar no senhor para deputado federal.”
Ele me olhou e disse : “Vou lhe fazer um pedido, faça como eu, vote em Henrique.”
Assim eu fiz.
As conversas e causos
Eu falei que orgulhosamente tirei uma foto com seu Manoel Torres, ele já com a vista debilitada e Dr. Aluizio me disse: “Um leal amigo de todas as horas, inclusive uma vez tirou dinheiro do bolso e disse a Henrique, jovem deputado.
Henrique, tome aqui uma ajuda para a gasolina.”
Fui no apto dele algumas vezes no Manoel Ribeiro, perto da rádio Poti. Estavam lá, ele e César seu motorista, um magro de bigode. Me contou da sua amizade com Tancredo Neves e da amizade de D. Ivone com d. Marly Sarney.
Também com Juthair, Teotônio Vilela, sempre vinha uma história.
Me disse que ouviu de Ulisses Guimarães. que ele, Dr. Ulisses, tinha Henrique como um filho.
Ele sempre brincava com as pessoas.
Conversamos sobre os dissabores da política, vinda de pessoas que ele nunca imaginava, mas eu prefiro me calar por motivos óbvios.
O que me contou
Me contou os motivos da sua não aceitação para o Tribunal Superior Militar e eu lhe parabenizei e falei que maior que o prestígio do cargo, é o desprendimento para com o cargo.
Eu notava, uma intuição minha, que ele tinha um carinho especial por dois irmãos.
Dr Zé Gobat e seu Agnelo, talvez pelas lutas de Tribuna do Norte, também Dr. Gobat ser o Porto Seguro e seu Agnelo o caçula. Teve a confiança em me dizer que era grato ao Dr. Geraldo Santos e seu Nevaldo Rocha, que talvez sem eles a Tribuna não tivesse resistido. O primeiro, pai do meu saudoso amigo Geraldinho e o segundo pai de Flávio Rocha, a quem eu quero bem.
Falou do Dr. Geraldo Melo, só elogios, citou que foi ele que sustentou o partido em 1982, que em 1986 teve o melhor desempenho e superação que um candidato poderia ter. Da dificuldade de convencer Agnelo que queria Garibaldi recém eleito prefeito para ser o candidato, exaltou o irmão Garibaldi por atender seu pedido de uma reeleição certa na Assembleia e só depois, bem depois aceitou entrar em uma luta onde tínhamos a esmagadora de prefeitos contra, o governo atual Radir Pereira e os dois últimos, totalizando 12 anos.
Elogiou Lavô e Zé Agripino que tinham serviços prestados, tornando assim a luta mais difícil ainda. E disse: “As divergências que tive com Geraldo foram vencidas por nossa grande amizade, mas tudo fruto de tanto ele como eu, nunca fugir da nossa sinceridade.”
Os mitos nunca morrem, apenas envelhecem.
Se passaram 100 anos, em assim sendo, daqui a mais cem anos, o mundo do futebol vai falar em Pelé.
Do cinema mudo, em Charlie Chaplin.
Na política internacional, em Winston Churchil.
Na música, nos Beatles.
Da revista em quadrinhos, em Walt Disney.
Da oratória, em Carlos Frederico Werneck de Lacerda, que Dr. Aluízio sempre citava.
O mundo da política do Rio Grande do Norte, para eternidade, vai falar em Aluízio Alves. O Mito e o Gênio!
Essa frase é minha e disse a ele que apenas sorriu com ar de felicidade :
“Somente três seres humanos arrastaram multidões no Nordeste do Brasil. Frei Damião, Padre João Maria e ALUÍZIO ALVES.”
Continue a descansar em paz.
Eterno PARABÉNS.
Por Cid Montenegro