A Poesia de hoje, aqui na POESIAS, no Blog do Saber é uma paródia arretada, que o nosso escritor poetinha nos presenteia nesta sexta-feira. Ela se chama os dez tipos de Analfabetos, coisa que nunca imaginei que pudesse existir, mas não é ciosa da imaginação dele não. Convido você a ler esse texto incrível e descobrir quais são esses tipos de analfabetos.
Sim, sabedoria é presença de Deus
Fazer um “O” com um quenga,
Qualquer um sabe fazer;
O que eu quero ver é o sujeito,
Ter amor pelo saber.
Na casa que todos leem,
Há corrente entre os seus;
É uma energia divina,
Sabedoria é presença de Deus.
Analfabeto do tipo convencional
Existe o analfabeto,
Do tipo convencional;
É formado, diplomado,
Mas, não sabe o essencial.
Pra tomar uma decisão,
É igual a um boi ferrado;
Precisa de um empurrão,
Para sair lá do cercado.
Existe o analfabeto,
Que é o dono da verdade;
Ele é poderoso no cargo,
É quem manda na cidade;
Humilha o contribuinte,
O seu patrão de verdade;
Não respeita o cidadão,
Não importa a idade.
O analfabeto gabola
O analfabeto gabola,
Esse, tem de bater de vara;
No jogo, parece a bola,
Pra lá e pra cá, de cara;
Ele é massa de manobra,
Não tem sua opinião;
É usado pelo falso líder,
Não sabe onde está a razão.
Existe o analfabeto,
Que usa o anel de doutor;
Quer enganar todo mundo,
É um trapaceiro, um horror;
Sempre muda de endereço,
É corruptor na terra;
Causa tanto prejuízo,
Não vale o que o gato enterra.
O pior e o maior analfabeto
O pior analfabeto,
É a vitima do auto engano;
Sempre mente para si mesmo,
Sempre entra pelo cano;
Não se conhece, é travesso,
Critica fulano e beltrano;
Só vive um tempo perdido,
O orgulhoso, é tirano.
O maior analfabeto,
É o analfabeto taboca;
Ele é todo oco por dentro,
É todo esbelto na toca;
É sem conteúdo, sem nada,
Não ama, não tem compaixão;
Só vive das aparências,
É uma pedra, seu coração.
O analfabeto mala e o egoísta
O analfabeto mala,
Este é morto de preguiça;
Não quer produzir, não trabalha,
Não gera nem uma faísca;
É um batedor de carteira,
Na sua bolsa aterrissa;
É o terror das ruas, está solto,
Um protegido da lei, terrorista.
O analfabeto egoísta,
Este, quase ninguém vê;
Se esconde de todo mundo,
Conhecimentos, só quer ter;
Ele sabe de muita coisa,
Mas, não passa pra ninguém;
Ler muito, pesquisa e guarda,
Seu saber não vale um vintém.
O analfabeto mais bruto,
É o chamado “sabe tudo”;
Ignora os segredos da vida,
A maior escola do mundo;
É no palco do dia a dia,
Que está o terreno fecundo;
Pois são nas pequenas coisas,
Onde estão ensinamentos profundos.
O analfabeto sábio
No meio dos analfabetos,
Tem o sábio de nascença;
Tem a sua opinião formada,
Faz pesquisa, tem consciência;
Nunca é manipulado,
Simpatiza com a ciência;
Este, é o que o Brasil precisa,
Tem ordem, progresso e paciência.
O saber é um tesouro,
Igual a força de vontade;
Empurra o sujeito para frente,
Na maior velocidade;
O sábio vê lá na frente,
Enxerga do alto a cidade;
Nunca é enganado na vida,
Conhece a felicidade.
Já falando em tesouro,
O tesouro está nos livros;
O livro é o verdadeiro amigo,
Lhe defende do perigo;
E a chave do tesouro,
É a sua atenção;
Calcule o lucro do dia, e veja,
Onde esteve seu coração.
Leôncio Queiroz
Antes de ler não acreditava que existissem realmente essa quantidade toda de tipos de analfabeto, mas agora dou a mão à palmatória e me rendo aos encantos e a imaginação fértil desse competente poeta. Pois não é que existe mesmo os dez tipos de analfabetos?