A criança e o tempo: nossa atuação como educadores

Criança esperança

Em quantas questões pensamos sobre a nossa atuação como educadores? De quantas formas podemos ser pais? Afinal, por que queremos ser pais? Que demandas portamos e quais impomos ao mundo quando tomamos uma decisão tão importante como essa? E, por falar nisso, essa é ou foi uma decisão importante para você? Deveria ser…

Colocar um novo ser humano no mundo implica no direcionamento da humanidade em seu rumo. Não é à toa que a frase “as crianças são o futuro” tenha se popularizado. Mas o discurso acompanha, de fato, a prática? Normalmente, quando pensamos no futuro, queremos algo melhor do que o que temos hoje, certo? Mas a questão é: estamos fazendo por onde esse futuro seja esperança?

A correria do dia-a-dia

Na correria, deixamos nossos filhos com outros e sob a influência dos outros. Na correria, damos um entretenimento de tela, alimentamos com o que está à mão, não damos explicação. Não temos tempo para conversar, para escutar, para envolver as crianças em processos. E, então, elas acabam se envolvendo apenas com produtos.

– Não concordo, mas vai ter que ficar a maior parte do tempo com a avó… Não que a avó seja pessoa… Mas tem hábitos e formas de solucionar problemas diferentes daqueles que eu defendo e pratico.

Então, por que VAI TER QUE ficar com a avó? Que necessidade é essa que temos de fabricar uma criança que seja a nossa cara e aja de forma tão dissonante com os nossos princípios, cuja base leva tanto tempo para ser construída? Isso, quando conseguimos definir no que acreditamos! Porque, se não sabemos o que queremos, provavelmente não saberemos o que queremos para os nossos filhos. 

Ou supô-lo-emos. E desejaremos algo para eles que sequer existe, que sequer seja exequível nas condições que podemos proporcionar a eles.

E, afinal, como semear para colher bons frutos? 

Mesmo com tantos livros disponíveis sobre como educar crianças, não existe receita. Muito menos certezas. Mas existe algo que podemos fazer para aumentarmos a probabilidade de colher bons frutos: cuidarmos de nós mesmos. Afinal, se não conseguimos cuidar de nós mesmos, como poderemos cuidar de outra pessoa? Se não estamos bem, como poderemos fazer o outro se sentir bem? Se não sabemos o que queremos e, por consequência, qualquer caminho serve, como poderemos guiar alguém?

A teoria é sempre muito bonita e sedutora, mas se não conseguimos praticá-la, ela sempre estará no campo do inexistente. Tanto para você quanto para as pessoas sob as quais você tem influência. A prática só é possível quando compreendemos. No entanto, não é possível compreender se não temos tempo para dedicar à compreensão. Tempo, tempo, tempo, não necessariamente escasso, mas sempre tão valioso.

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