Embriaguez coletiva: uma tentativa de ‘resetar’ a humanidade?

Sem Cristo e com Cristo

Os anos que antecederam Cristo foram marcados pelo que se intitulou mais tarde de pecados capitais, especialmente pela soberba, a luxúria e a gula. Em meio a tantos banquetes luxuosos, os ritos de orgia seriam uma tentativa de buscar uma “embriaguez coletiva” ou uma experiência de grupo na qual as pessoas colocassem para fora o seu lado mais instintivo, mais primitivo. Na qual elas pudessem provar as sensações de violência e de êxtase. 

A sensação de êxtase pode ser experimentada em diferentes situações, de forma leve ou acentuada. Por exemplo, quando estamos com frio e vamos para o sol; quando fazemos atividades físicas exaustivas e finalmente descansamos - esse é o princípio, inclusive, de práticas de yoga, o segredo para a meditação. Quando estamos com fome ou com vontade de comer algo específico e comemos, principalmente quando se trata de comidas gordurosas, como as frituras, e doces, como as sobremesas - para ler mais sobre os efeitos dos alimentos, acesse também Vício: quando o conforto tem efeitos colaterais. Ou quando estamos envolvidos em atividades que causam prazer, como uma massagem, uns 'amassos'; quando chegamos ao orgasmo; quando consumimos certas drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas. 

As relações entre pessoas do mesmo sexo ou da mesma família também não eram incomuns. Durante as guerras, por exemplo, onde os homens ficavam muito tempo longe de suas esposas, eles acabavam procurando um pouco de prazer entre os seus próprios companheiros. O incesto, da mesma forma, poderia ter-se originado por alguns aspectos culturais, como a rivalidade entre famílias. 

Com a chegada da Igreja Católica, muitas práticas acabaram sendo proibidas e consideradas pecados. Assim, patenteou-se a unidade familiar e as suas regras.

Um loop ou um reset?

Falar da contemporaneidade parece dizer mais sobre os tempos antes de Cristo: a unidade familiar é bastante variável – não segue mais regras -, os casos de agressão seja dentro ou fora de casa estão cada vez mais evidentes, as músicas que fazem mais sucesso são aquelas que instigam o que há de mais primitivo em nós – os nossos desejos sexuais e agressivos. Ou seja, a sensação que dá é a de que estamos vivendo num loop, numa repetição de ações de acordo com uma cronologia. 

Estaríamos apenas recomeçando e seguindo para um destino que já conhecemos? Quem faria a próxima “inquisição”, com tantas religiões à vista? Ou seria essa uma tentativa de dar um novo destino à humanidade, de ‘resetá-la’? Será essa uma indicação de que estamos buscando um meio termo, mesmo com tantos radicalismos ativos? Embora haja mais do mesmo, será uma indicação de que a psique humana estaria finalmente sofrendo uma transformação? Ou será que não se trata do ‘mesmo-mesmo’, mas de um ‘mesmo-melhor’ de alguma maneira? 

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