O homem que desafiou a linguagem

Simplificar para melhor se relacionar?

O engenheiro químico Karl Kasiel Blitz desenvolveu uma nova linguagem, através de símbolos, com o intuito de reduzir o ódio no mundo e promover a paz mundial em meados do século XX. Ele teria nascido em meio a muitas diferentes nacionalidades, onde as pessoas não se entendiam e só havia discórdia. Para entender mais sobre a história de Karl e sua linguagem, acesse O homem que quis eliminar a palavras para nos comunicarmos melhor.

Bom, apesar da maioria de nós ter nascido e crescido em contato com uma única nacionalidade, quem nunca se sentiu não compreendido ou em meio à discórdia dentro de sua própria casa? Quem dirá, dentro de uma nação!

A discórdia nasce com a ambiguidade da linguagem. E é verdade que tudo se tornou mais ambíguo quando a civilização começou a tomar forma. Porque dentro de uma sociedade, surgem leis que moldam os impulsos selvagens de nós humanos. E, segundo a história da evolução do homem, ele não teria nascido para seguir regras, mas acabou se vendo obrigado. Tudo em prol da perpetuação da espécie.

Obedecer para multiplicar, mas ao que devo renunciar?

Com a evolução do cérebro humano, nós somos levados a procurar alternativas ou a nos adaptarmos. E, por sinal, somos os seres mais adaptáveis entre todos os outros de existência conhecida!

Com a busca pela fuga, nós somos capazes de tudo. E como nas legislações sempre há brechas, advogamos até pelo diabo! O que quero dizer com isso? Que tendemos a procurar saídas constantemente e que podem ser a qualquer custo. Inclusive, ao custo da perda do sentido da palavra. A distorção, a ambiguidade.

A complexidade da linguagem

A intenção é sempre a mesma: sobrevivência. Como desde dormir com o inimigo para poder matá-lo na hora certa, nas antigas civilizações, até sustentar um relacionamento em ruínas para poder não se sentir sozinho, nos dias atuais.

Mas substituir uma linguagem seria de fato um possível caminho para a paz? Se falamos, por exemplo, de uma linguagem mais simples, que não dá brecha para duplos sentidos? A história da evolução do homem é acompanhada de uma transformação da linguagem. O desenvolvimento psíquico também acompanha a transformação da linguagem.

Nós temos uma história, que começa com a linguagem simplificada, através de pinturas rupestres, por exemplo, e segue até algo mais complexo. Com duplo sentido, triplo, quádruplo. O que somos hoje só é possível porque existe uma linguagem tão complexa como a que temos.

O fato é que nós somos seres controversos, contraditórios, pela atual natureza. E isso ninguém pode tirar de nós. E se nos tiram o complexo e trocam pelo simples, damos o jeito de complicar novamente. Porque nós sempre damos um jeito.

Já não somos mais os mesmos

Não se trata mais somente da linguagem. A psique já não é mais a mesma de quando existiam apenas pinturas rupestres. Hoje, somos seres muito mais complexos. Seres que se apaixonam, que se decepcionam, sádicos, masoquistas, perversos, submissos, obsessivos, histéricos, psicóticos. Tantas são as possíveis categorias.

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