O que ela pode nos ensinar sobre DESculpas?
Essa é a terceira vez que eu leio a obra Don Quixote de Cervantes, na primeira o meu encantamento foi pela fantasia das aventuras daquele personagem que passeava pela ingenuidade e loucura. Entretanto, eu deveria ter entre 17 e 18 anos.
Na segunda leitura já senti um pouco da profundidade da obra e da magnitude do autor que criou situações e diálogos incríveis, que me levaram a reflexões sobre sensatez e razão, loucura e fantasia. Entretanto,
tudo era profundo e necessitava de análises e relações com esse ou aquele ponto de vista, teoria analítica ou sei lá o quê! Eu deveria ter uns trinta e poucos ou vinte e muitos e estava completamente envolvida pela psicologia. A essa altura a essência da obra Don Quixote de Cervantes foi ficando mais clara para mim, mas ainda não o suficiente.
Um novo olhar
Agora com quase 50 anos releio a obra e, ai sim, parece que estou em outro universo, mais leve e descomprometido das “análises explicativas”. Talvez isso tenha me feito prestar atenção em Marcela, mais precisamente em seu discurso no enterro de Grisóstomo. Homem que se matou por não ter o seu amor por ela correspondido. Uma mulher que escolheu a liberdade, o desapego e o desprendimento como valores a seguir, rompendo os paradigmas da sua época.
Marcela amava a sua liberdade e pronto!
Reflexão
E em seu discurso, que ocupa duas páginas da obra, Cervantes nos faz refletir sobre as nossas “DES culpas”. Mas o mais belo que eu achei foi a descrição da forma transparente e ampla que Marcela se relaciona consigo e com as outras pessoas.
Sem mais, sigo na fascinante leitura desta obra, que não à-toa, é considerada o maior livro já escrito na porção Ocidental do mundo.