Bom senso: uma doce ilusão ou uma boa desculpa?

Tudo é bom senso!

Quem não adora enfiar o bom senso no meio das sentenças que atire a primeira pedra! A gente mete o bom senso em cada situação… Mas é que o bom senso, a princípio, parece justificar um monte de coisas. O problema é que, analisando minuciosamente, ele diz muito sobre quem fala, mas não sobre de quem se fala. E, no final das contas, não se chega a solução alguma. 

Onde não há regras, não há bom senso

O fato é que o bom senso não existe sem regras, educação ou orientação. A gente não para pra pensar que o bom senso é sempre em relação a alguma coisa. Algo que já existe e que, conforme padronização, estudos ou indicação, é feito ou dito de determinada maneira. Convido-lhe a lembrar do menino Mogli, criado por animais em meio à selva. Imaginemos que ele venha para o centro urbano, pergunto: o que será bom senso para Mogli? Percebe?

Certo, agora, voltemos aos humanos criados por outros seres humanos. Se pensarmos no homem e na mulher, já conseguimos visualizar diferenças significativas de comportamento, provenientes da forma como um menino e uma menina são criados dentro de uma sociedade. Em geral, nos estados patriarcais, as mulheres são mais higiênicas, organizadas e cuidadosas do que eles. Afinal, desde pequenas, elas brincam com bonecas, tratando-as como se fossem suas próprias filhas, são orientadas dentro da cozinha e ajudam suas mães com as atividades domésticas.  

Lidando com as diferenças

Enquanto isso, os meninos são normalmente atraídos para um outro universo: de brincar de carrinho, de auxiliar o pai nos trabalhos domésticos, que incluem manutenção e limpeza do carro, bricolagem, manutenção predial ou, em muitos casos, apenas brincar de carrinho mesmo. Então, pergunto: o bom senso para a mulher vai ser o mesmo bom senso para o homem? Quando se casam e começam as discussões, um acusa o outro de falta de bom senso. Interessante, não? 

O mesmo ocorre quando estamos no mundo corporativo. O que é uma organização empresarial? É um ambiente contendo pessoas de diversos backgrounds e, portanto, de pontos de vista diferentes. Não dá pra esperar que essas pessoas tenham bom senso se bom senso é relativo. É preciso orientá-las, educa-las e supervisiona-las, como os nossos pais fizeram conosco um dia.  

Alguns dizem que educação vem de casa, outros jogam a responsabilidade para as escolas. Mas a realidade é que vivemos num país onde tanto a educação em casa quanto na escola é precária. O que esperar, então, das pessoas? Nada. Assim, se você está tendo dificuldades em transformar a cultura na sua empresa, comece tentando mudar a sua própria.  

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