A coluna DE PONTA-CABEÇA desta segunda-feira provoca o leitor a fazer uma REFLEXÃO sobre Ser solidário. Qual a sua real intenção? Boa leitura.
Quantas vezes a gente já quis se doar? Quantas vezes a gente quis ajudar alguém? Quantas vezes a gente já quis ser voluntária? Ser solidária?
E quantas vezes foi pra valer? Quantas vezes a gente realmente quis? E não sentiu que devia algo a alguém, ao universo?
Quantas vezes foram genuínas? Sem esperar absolutamente nada em troca?
Nem mesmo esperar que a gente pudesse se sentir melhor depois daquela doação? Quantas vezes altruísmo, de fato, significou altruísmo?
A gente não percebe, mas quase sempre, quando nos dedicamos a “uma causa nobre”, a gente espera receber muito mais do que contribuir.
A gente espera ser reconhecido.
A gente espera que alguém nos agradeça.
A gente espera alguém nos congratular pelo belo feito. “Isso é muito bonito da sua parte”. Parece alimentar bastante o nosso ego, não é mesmo?
Estudos realizados em todo o mundo apontam os mais diversos motivos para a iniciação nos trabalhos de voluntariado. Eis alguns dos depoimentos de voluntários:
- Para ser reconhecido
- Para sentir-me melhor como pessoa
- Para aumentar a minha autoestima
- Para me sentir importante
- Para aprender a lidar com pessoas
- Para aprender novos conhecimentos
- Para buscar novos desafios
- Para aprender algo
- Para pertencer a um clube
- Para ser respeitado
- Para sentir que cumpro uma missão
- Para ocupar o tempo livre
- Para fazer contatos e amizade
- Para melhorar habilidades profissionais e sociais
- Para me divertir
- Para viajar
- Para ser bem aceito na comunidade
E você, já se perguntou por que ajuda mensalmente determinada instituição? Você sabe o que é a instituição?
Quais são as suas atividades? Quem são as pessoas envolvidas? Quantas pessoas ela atende?
A instituição que você ajuda é transparente? Apresenta-lhe números? Você sabe em que o dinheiro que você doou está sendo investido?
E o cara do semáforo? Aquele que vem lhe pedir dinheiro todas as vezes que o sinal fecha.
Aquele que, através do vidro da janela do seu carro, transmite-lhe um gesto de fome. É fome de comida que ele tem?
Certa vez, ouvi um pastor dizer que é errado cobrar ou manipular o uso das ofertas que damos às pessoas.
Segundo ele, quem ofertou será julgado pela quantidade e qualidade das ofertas, já quem recebeu, pelo que fez com as ofertas.
Mas se o meu papel na Terra é ofertar de olhos fechados para ser bem julgada por Deus, eu estou pensando nos outros ou em mim mesma?
É fato que toda boa ação provoca uma onda de boas energias e pode nos trazer diversos benefícios, inclusive para a nossa saúde física e mental.
Disso, não podemos fugir. Nem devemos!
Mas se estamos resolvidos a nos doar a uma causa, por que não garantir que essa causa tenha sentido tanto para você quanto para todas as demais pessoas envolvidas?
Por que não garantir que a causa e você têm valores em comum? Por que não garantir que você não está investindo, por exemplo, em tráfico, depredação, degradação, depreciação?
Onde está você que toma a dor dos outros mas não se responsabiliza por garantir que esses outros melhorem ou sejam melhor tratados? Onde está você consciente em ser solidário?
Qual o seu real propósito ao se doar?