As lições das oliveiras.

As lições das oliveiras: o que estamos plantando em nossas vidas?

Estamos na Grécia e, em quase todos os lugares, nos deparamos com as oliveiras. Elas fazem parte da alma do país, grande produtor de azeite e guardião de uma cultura milenar. São árvores de rara beleza, logo são também utilizadas como árvores decorativas em jardins e praças. São vivazes, frutíferas, resistentes ao clima seco e simbolizam força e longevidade. Algumas ultrapassam 2.500 anos de vida, atravessando civilizações inteiras.

Na mitologia grega, tem-se que Palas Atena, deusa da sabedoria, presenteou os homens com uma oliveira, de cujos frutos extrairiam o óleo para iluminar a noite e aliviar as dores dos feridos.

Estudiosos descobriram registros fósseis milenares dessas árvores, que datam de dois mil anos antes de Cristo. Não é à toa que a oliveira ocupa papel sagrado nas tradições judaica, cristã e islâmica. As oliveiras têm história não só na Grécia, mas no mundo, pois seus produtos são encontrados por toda parte.

Eu, confesso, adoro azeite de oliva. Não apenas pelo sabor, mas também pelos benefícios à saúde. Mas o que mais me encanta é observar essas árvores espalhadas por toda parte, cultivadas com paciência e fé. Quem as planta sabe que o fruto não vem de imediato, mas virá e que, uma vez vindo, permanecerá por gerações.

Os gregos compreenderam essa verdade há milênios. Muitos impérios, dinastias, governos caíram, mas as oliveiras permaneceram.

E então surge a pergunta essencial: o que estamos plantando em nossas próprias vidas?

Será que escolhemos sementes que nos trarão bons frutos, como as oliveiras, ou temos semeado sem cuidado, esquecendo que toda colheita chega — cedo ou tarde?

O tempo da colheita

O tempo passa, e cada escolha é uma semente. Cada dia é uma oportunidade de plantar algo.
Na saúde, no trabalho, nas relações, nos pensamentos… o que cultivamos hoje será o que colheremos amanhã.

Se não cuidamos do corpo, ele enfraquece; se não alimentamos a mente com boas ideias, ela se acomoda; se não cultivamos amizades verdadeiras, colhemos solidão.

E no trabalho, o que temos semeado? Sabemos cultivar um ambiente produtivo ou de confusão? Se houver uma contenção de despesas hoje na empresa, seríamos aquele funcionário que ficaria ou o gerente aproveitaria para se livrar de nós?

A vida é generosa, às vezes até nos dá mais do que merecemos, mas não devemos contar com isso. Somos, em grande parte, responsáveis pelo que acontece conosco, das sementes frutíferas que escolhemos plantar.

Escolher boas sementes

Quando estudamos, quando buscamos ser melhores profissionais e pessoas, quando agimos com honestidade — mesmo sem perfeição — a tendência é colher bons frutos.
Afinal, ninguém planta limão e colhe azeitonas.

Nossa vida é o reflexo do nosso plantio. E embora sejamos humanos, sujeitos às tempestades da raiva, da mágoa e do medo, é importante não deixar que essas emoções reguem nossas sementes. Que passem, como as chuvas breves do inverno.

Lembro-me de Jesus no Jardim das Oliveiras, em Jerusalém, orando em angústia antes de ser preso. Se até Ele viveu esse momento de dor, imagine nós, que enfrentamos o mundo turbulento todos os dias.

Mas que as angústias não nos façam desistir do cultivo. Escolha sempre as melhores sementes, aquelas que dão sombra, abrigo e fruto a você e aos que ama.

Em suma, plante o bem, e a colheita será boa.

Por aqui, sigo saboreando meu pão com azeite, agradecendo a Deus por tudo e por quem, séculos atrás, teve a sabedoria de plantar as oliveiras que hoje nos alimentam e inspiram.

E você, o que tem plantado em sua vida ultimamente?
Conte nos comentários! Quem sabe sua semente inspire o jardim de alguém.

Um grande abraço, aqui da Grécia!

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