
Um caso de violência contra a mulher em Natal que chocou o país:
As imagens correram o Brasil. Em um condomínio no bairro de Ponta Negra, em Natal (RN), um homem jovem agride brutalmente sua namorada com mais de 60 socos no rosto. Um ato que, segundo especialistas, configura uma tentativa clara de feminicídio.
O que mais revolta é o motivo alegado: ciúmes.
Por sorte, ou por intervenção, a ação rápida de um vigilante possibilitou que a polícia chegasse a tempo e efetuasse a prisão do agressor, que aguarda julgamento, preso, mas por quanto tempo?
A falha da justiça e o medo de que tudo se repita
Infelizmente, o sistema de justiça brasileiro é lento e falho. Mesmo diante de provas contundentes e repercussão nacional, ainda há o risco de que esse homem volte às ruas e, talvez, repita o crime. Afinal, quantos casos de feminicídio começam com pequenas agressões e evoluem para tragédias?
E a vítima? Qual a culpa dela?
Nenhuma.
Ser mulher, no Brasil, é um fator de risco. Vivemos uma epidemia de violência de gênero. Mesmo com leis como a Lei Maria da Penha, campanhas educativas e ações institucionais, os números não diminuem na velocidade que deveriam. Parecem que até se multiplicam.
As formas de agressão contra mulheres são múltiplas:
- Violência física
- Violência psicológica
- Violência patrimonial
- Violência sexual
- Violência moral
Muitas dessas são silenciosas, difíceis de identificar ou provar, mas deixam marcas profundas.
Onde nasce a violência contra a mulher?
Não existe uma resposta única. Pode ser fruto de uma infância traumática, de distúrbios psicológicos, de uma sociedade machista e permissiva, ou simplesmente de uma índole violenta. Triste é saber que muitos desses homens foram educados por mulheres que, sem saber, também sofreram com o ciclo da violência.
Relacionamentos abusivos: sinais de alerta
Relacionamentos devem ser fonte de afeto e cuidado. Entramos neles buscando ser felizes e fazer alguém feliz. Entretanto, quando o amor vira controle, humilhação e medo, algo está profundamente errado.
Fique atenta aos sinais de um relacionamento abusivo:
- Ciúmes excessivo
- Controle sobre suas amizades ou finanças
- Afastamento da família
- Gritos e xingamentos
- Silêncio como punição
- Agressões disfarçadas de brincadeiras
Muitas mulheres ignoram esses sinais por medo, carência ou por acreditar que o agressor vai mudar. A realidade, infelizmente, é que quase sempre a violência aumenta.
Por que é tão difícil sair de um relacionamento abusivo?
Por depend6encia emocional ou também porque fomos ensinadas a colocar o outro em primeiro lugar: a cuidar, acolher, compreender, mas não nos ensinaram a nos proteger emocionalmente. Além disso, nos deram um papel de “heroína do sofrimento” que tem que tolerar tudo em nome do amor e da harmonia familiar. Não caiam nesse conto macabro.
É hora de refletir: por que aceitamos tão pouco? Por que suportamos o que nos destrói? Por que sentimos culpa em nos escolhermos primeiro?
As respostas variam, mas todas passam por uma certeza: é possível sair, pedir ajuda, recomeçar.
Como romper o ciclo da violência contra a mulher:
Se você está vivendo um relacionamento abusivo, você não está sozinha. Procure ajuda. Existe uma rede de apoio que inclui:
- Delegacias da Mulher
- Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher)
- Apoio psicológico gratuito em faculdades ou ONGs
- Amigos e familiares de confiança
- Aconselhamento jurídico
Não espere que a situação piore. Tampouco normalize o que dói. Não silencie o que fere.
Você não é estatística! Você é vida!
Vivemos para ser felizes e felicidade não combina com medo, controle ou dor. Se você está vivendo um relacionamento onde só um lado sorri, onde só você se doa, onde sua presença é ignorada, talvez seja hora de parar, pensar e agir.
Tenha coragem. Você merece viver plenamente!
Agora me fale, você já presenciou ou viveu uma situação de violência silenciosa, aquela que não deixa marcas visíveis, mas fere profundamente? O que você diria para uma mulher que ainda tem medo de sair desse ciclo?
Muito relevante esta sua crônica, querida. Não sei se é a violência que está aumentando ou se é a coragem na denúncia, mas o que de fato importa é que quando uma sofre, todas sofremos. É assustador ver que tão pouco evoluímos. O que eu diria para uma mulher nessa situação? “Você não está só. Segura minha mão. Conta comigo.” Grata por dar voz a tantas por meio da sua escrita.
Triste esse caso. Notícia nos telejornais no Brasil todo. Só assistindo já sentimos a violência como perto de nós. Infelizmente, o feminicídio é uma realidade diária no Brasil. A violência contra a mulher não é de hoje, mas temos as redes sociais para todos poderem testemunhar e as autoridades tomarem as providências e não ficarem omissas.
Toda forma de violência deve ser denunciada e seus agressores expostos.
Saúde para todos.
Tania.
Angustiante assistir as imagens. Dor que transcende o corpo físico. Precisamos aprender a nos respeitar e valorizar dentro dessa sociedade culturalmente patriarcal.