Foto: Casa inspirada em Van Gogh, extraída do Pinterest.
Nossa casa.
Depois de 34 dias longe de casa, finalmente estou em minha escrivaninha escrevendo a crônica da terça, algo que faço com muito prazer.
Como dizem, viajar é muito bom, mas melhor ainda é voltar para casa, não é verdade? É porque é onde encontramos nosso abrigo, nosso porto seguro, onde realmente podemos ser nós mesmos.
Com isso, não estou minimizando, de forma alguma, o ato de viajar, conhecer lugares, pessoas, se encantar com o mundo – coisa que gosto demais – mas a nossa casa, o nosso cantinho tem um significado especial e, por isso, ficamos felizes na hora de voltar.
Casa, o que seria?
Entretanto, gostaria de ampliar o conceito de casa. Para tanto, volto um pouco aos bancos da faculdade de Direito, que traz, segundo as leis brasileiras, o conceito sobre domicílio que seriam ambientes diversos onde se pode encontrar a pessoa. Da mesma forma, eu poderia dizer que casa pode ser qualquer lugar em que a gente se encontre e se sinta como se em nosso lar estivéssemos.
São aqueles lugares em que nos sentimos acolhidos, bem-vindos, protegidos e com aquela sensação de pertencimento. Quem nunca ouviu ou proferiu a frase “aqui eu me sinto em casa?”
Nesses dias viajando, uma de nossas paradas foi a pequena ilha portuguesa chamada Açores, que fica mais próxima da África que da Europa. Depois de passar a viagem inteira ouvindo idiomas como o italiano, espanhol, francês, turco, grego, alguns dialetos locais antigos, finalmente chegou o dia de ouvir o bom português. Eu fiquei tão feliz que até fiz um vídeo dizendo que estava “me sentindo em casa” apenas por falar minha língua materna.
Nesse sentido posso dizer que coisas, emoções, cheiros, sabores, sons (como o de nossa linguagem), pessoas (por que não) nos traz a sensação de familiaridade, o que nos faz sentir “em casa.” Depois, pensem no que faz vocês se sentirem assim e me falem nos comentários.
“Casas” que são ramificações da nossa principal:
Temos nossa “casa principal” e as demais casas em que nos sentimos bem. Algo interessante que quero compartilhar com vocês é que essa “visão” pode mudar. Por exemplo, há seis anos essa casa principal (em minha mente e coração) era a casa de meus pais.
Depois que eles se foram, houve uma ruptura de conexão que eu não sei lhes explicar e que hoje, essa casa principal passou a ser a que resido com meu marido (casa, no sentido figurado, já que moramos num apartamento). Ainda assim, me sinto em casa na casa de meus pais.
Outras casas que podemos ter grandes apegos são a casa de nossos avós, de nossas tias, que costumávamos frequentar na infância, a vendinha local, as escolas por onde passamos, a cidade onde crescemos, enfim, tudo aquilo que nos remete à familiaridade, à paz, a nós mesmo, onde nos sentimos bem.
Um quarto de hotel, uma cabine de navio, um lugar que nos receba, a residência de amigos ou os próprios amigos também nos fazem sentir em casa.
Nossa casa é viva?
Eu costumo sentir que sim. Não quero enlouquecer vocês com minhas ideias, mas quando eu saio em viagens, gosto de falar com meu lar, dizer que se cuide, que se proteja e quando chego, cumprimento-o, vou em cada cantinho olhar como estão as coisas, conversar, perguntar se fiz falta. É um ritual que me reconecta com meu ambiente, visto que tenho viajado bastante e, com isso, eu me sinto bem. Podem rir, eu não vou reclamar.
Enfim, depois de tantos dias comendo em outras mesas e dormindo em outras camas, o prazer de estar em sua própria, com os lençóis perfumados com o amaciante que você escolheu dá uma sensação de paz indescritível e sim, posso encher os pulmões e dizer “estou verdadeiramente em casa.” Parece bobagem meus queridos, mas não é.
Portanto, valorize e cuide de sua casa, seja onde for, pois, como dizem, é sim o melhor lugar do mundo. Agora me falem, qual o local, além de sua “casa principal” que vocês se sentem em casa. Pode ser uma situação ou também uma pessoa. Casa é onde/quando nos sentimos bem.
Um lugar onde me sinto em casa é na igreja, onde sinto uma enorme paz.
É um ambiente muito agradável e de paz. Realmente, nos sentimos em casa.
Obrigada pela leitura e participação, minha querida!
Beijos!!!
Oi, querida! Penso que nossa “casa” principal é a interior. Se estamos bem com ela, ficamos bem no lugar que for. E se não estamos bem com ela, nos estimos sem lugar, sem pertencimento. Grata! <3 Abraços, Helenita
Tens toda razão, minha amiga e escritora. É a “casa” que nos desestrutura!
Obrigada pela leitura e sua participação que tanto aprecio.
Beijos.
Eu me sinto em casa em tanta casas… na minha, claro, de mainha, dos meus irmãos, alguns poucos amigos… e tbm em qq lugar a depender das companhias. Aprendi q casa quer dizer mais sobre como me sinto, do q o local em q estou..
Oi Gabi! É sobre isso mesmo: mais como se sente do que onde está. Beijinhos para vocês!!!
Quando viajo para o Ceará, em romaria,quando chego na cidade é como se eu tivesse chegado em casa,mesmo em pousada,eu me sinto em casa.Eu saio para algum lugar e quando estamos voltando,eu falo,não vamos agora para casa não, e as amigas falam que a pousada não é nossa casa,é sim só por 2 noite,eu sinto que é.kkkkkk.
Muito bem, Cris. Sentir-se em casa é sentir-se bem e onde somos bem acolhidas. O ambiente, os detalhes, a comida, as pessoas ao redor nos dão a impressão de que “estamos em casa.” Tenho certeza que é por isso que você se sente assim.
Engraçado pensei que só eu fazia isso, conversar com ser vivo faço constantemente maaaaas conversar com objetos? Rsrsrs olhar como estão as coisas faço demais as vezes até penso que sou muito materialista e minha cama ,ah minha cama ela é diferenciado sempre digo para minhas filhas compre um colchão bom gaste não tenha pena pois é onde vc passa o maior tempo da sua vida rsrsrs
Faz muito bem, Goretti. Nossa casa, nossas coisinhas devem nos passar acolhimento, sempre. Bom conselho para as garotas. Beijos para vocês!!!
Minha casa é o “meio do mundo”. Como passei 16 anos viajando a trabalho por vários lugares desse imenso Brasil, sempre tentei fazer dos lugares onde estive, “meu lar”.
Sempre tentei explorar o máximo as coisas boas que “meu lar mundano” me oferecia.
Daí, nunca fiquei com a sensação de que estou totalmente longe de casa.
Hoje, graças a Deus, estou em casa, no meu estado de origem, mais perto do meu lar “natural”.
A vida de viajante é difícil para quem não consegue se adaptar, Rani. Ainda bem que você á da turma “dos que conseguem.” Então, está tudo bem. Fico feliz por você estar perto de casa. Beijos e abraços!