Leôncio Queiroz
Vou lhe contar minha história,
De super mães que não tiveram filhos.
Que é bem movimentada;
É uma história de vida,
Simples, mas é bem engraçada.
Ser uma mãe sem ter filhos,
Parece um absurdo;
Mas, nem se preocupe,
Pois vou lhe tirar deste susto.
Quando eu era pequenina,
Com cinco anos de idade;
Fui mãe das minhas bonecas,
Hoje morro de saudades.
Brincando com meus amigos,
De casamento real;
Tinha casa, móveis e tudo,
Era um conto de fadas legal.
Fui crescendo, ficando moça,
Abrindo os olhos pra vida;
Fui enxergando a pobreza,
Como uma grande ferida.
Fui mãe dos meninos de rua,
Dando a eles, educação;
Juntava todos na calçada,
aprendendo de pé no chão.
Sempre saiam sorrindo,
Com algum conhecimento;
Na cabeça o aprendizado,
No estômago o alimento.
Quando eles iam embora,
Eu sentia satisfação;
De ter ensinado tudo,
Cumpri a minha missão
Super-mães Que Não Tiveram Filhos
Ser mãe dos meninos de rua;
É grande realização;
Eles se sentem felizes,
Por pouca que seja a atenção.
Quero dizer a você,
Que sou mãe lá no orfanato;
Levo leite pra todos,
Se alimentarem de fato.
No orfanato tudo é simples,
A garotada é feliz;
sou mãe dos abandonados,
São criancinhas gentis.
No primeiro domingo do mês,
Me dedico aos apenados;
Levo pra eles o melhor alimento,
A palavra de Deus Sagrado.
É lá na penitenciária,
Que sou mãe dos presos;
Mãe dos esquecidos,
Sou a mãe dos condenados.
Na casa de São Francisco,
Chamam «Toca do Assis»;
Levo o meu curativo,
Ajudo a apagar cicatriz.
Para estes sacrificados,
faço o momento feliz;
sou a mãe dos rejeitados,
Este sentimento eu aprendi.
Imitando madre Tereza,
Lá na Índia, em Calcutá;
Que socorria os leprosos,
Só com carinho que os fazia curar.
Meus filhos mais numerosos,
São sobrinhos e sobrinhas;
Meus olhos estão sempre neles,
Sou sua estrela guia.
Estou hoje em minha casa;
Com grande felicidade;
Sou a mãe de duas pessoas,
Que tem o dobro da minha idade.
Sou mãe do meu pai, da minha mãe,
Essa é uma bela verdade;
peço a Deus que cubra de bênçãos,
Essa minha maternidade.