Poesia do Comedor de Camarão RN 1955
Pão e Circo é uma política,
Onde o povo é enganado;
Não participa do poder,
Não usufrui do reinado:
Recebe migalhas de pão,
E se diverte no circo armado.
Circo da crueldade
Lá em Roma já era assim,
Tito e o pai Vespasiano;
Imperadores romanos,
Faziam isso brincando;
iludiam o povo com pão,
E gladiadores lutando.
Pão e Circo da Escravidão
200 dias no ano eram assim,
Manter o povo ocupado;
assistiam peças, teatro,
Só não vivam o reinado;
O poder era pros grandes,
O povo todo escravizado.
Pão e Circo que custa vidas
Eram comédias e lutas,
Competições com violência;
Lutavam leões e feras,
Homens matavam-se com frequência;
O povo tomava partido,
No time da sua preferência.
Enquanto o tempo passava,
O importante nunca foi visto;
Só corrupção nos bastidores,
Orgia no alto escalão previsto;
Grandes obras não havia,
Amor ao povo? nem pense nisso.
Pão e Circo
Com dinheiro dos impostos,
O governo se mantinha;
Os políticos só na conversa;
Cidadãos, tributos recolhia,
Foram mais de mil anos assim;
O império romano se expandia.
Um povo alienado,
É um povo que não ver;
Está dentro do cercado,
Como gado para abater;
Lá, no dia da eleição,
Ele acaba de morrer.
Quando o voto é de cabresto,
Quem decide é o coronel,
O famoso dono do voto,
Lhe obriga a cumprir o papel;
Votar sem saber em quem voto,
Comprou seu voto. É seu fel.
Em nossos dias de hoje,
Pão e Circo estão em casa;
Bandas de Rock, televisão,
Garantem a nossa farra;
Radio-musica 24 horas,
Não nos deixa saber de nada.
UBS, UPA,SAMU,
Eu nunca preciso ter;
escolas, livros e professores,
Eu não quero nem saber;
Estradas, barragens, trabalho,
O que eu quero mesmo é lazer.
Drogas, álcool, sexo fácil
Diversão para toda a manada;
Internet na palma da mão,
Não precisamos pensar. Enfada.
Sou bebesta no sofá,
Futebol. Novela. Me agrada .
Há 20 anos no Brasil,
Implantaram este sistema;
Tem ajuda mensal e leite,
Escondendo do povo o problema;
As famílias já se curvaram,
Mudar Pão e Circo? Com Algemas?
Já escolhi o meu time,
Nesta disputa cruel;
O que interessa é eu ganhar;
Minhas migalhas de fel,
Não me importa o país,
É deles e do poder,
a boa porção do mel.