Novos Lugares

Novos Lugares

Ainda em terra brasilis conheci novos lugares num louco cruzeiro que fizemos pela costa brasileira. Locais diferentes sempre aguçam nossa curiosidade. Não precisa ser um “destino de sonhos,” mas, convenhamos, o novo sempre será atraente.

Visitei Salvador, Buzios, Maceió e Santos e me surpreendi de formas diferentes, pois cada um possui sua magia peculiar. Nosso país é mesmo gigante. Entretanto, não estou aqui para falar de cruzeiros e sim das emoções que os novos lugares despertam.

Além de atraentes, os novos lugares também podem ser assustadores, pois ameaçam nossa zona de conforto. Uma vez que você não domina aquele ambiente, um sentimento de apreensão é comum em uma pessoa normal. Quando chego pela primeira vez em qualquer lugar, além de explorar, fico esquadrinhando o local, as pessoas próximas, se tem policiamento, como pedir ajuda, se necessário, etc. Depois é que relaxo e aproveito o passeio.

Ano novo, novo lugar

Para muitas pessoas, o ano novo trouxe muitas novidades profissionais. É o caso de minha prima, que esse ano, recebeu um convite para atuar numa coordenação educativa em outro município, distante de sua residência.

Como somos próximas, ela costuma compartilhar sua vida comigo. Lembro que na metade de 2024, ela falou que recebera o convite e queria saber minha opinião. Eu comecei a perguntar mais detalhes e tentar enumerar os prós e contras.

De contras, falei do deslocamento, a comodidade de estar perto da família, o fato dela sair de um ambiente de trabalho que já dominava e de prós: um desafio (coisa que gosto muito), um lugar novo para ela conhecer e crescer como pessoa e profissional e um aumento no salário, que mesmo não sendo tão significativo, com a inflação que enfrentamos, faz diferença.

Eu não costumo dizer faça ou não. Eu procuro enumerar as coisas boas e os contratempos e assim deixar a pessoa decidir. Nesse caso, em especial, confesso que o lugar novo me fez falar mais dos prós.

O ano iniciou e ela me disse que aceitara o convite. Muito feliz, já me convidou para visitá-la em seu novo lugar. Ela falou que conheceu o centro educacional em que vai atuar e que sabe que terá grandes responsabilidades. Eu fiquei muito feliz com ela, pois sei que ela crescerá por ter aceitado o novo, mesmo que seja um pouco assustador no início.

Ano novo, nova função

Da mesma forma, um amigo próximo também veio me consultar, pois estava a decidir se aceitaria ou não um “novo lugar,” uma nova função. Falou que teria menos trabalho e mais tempo para se dedicar a projetos pessoais.

Eu procurei enumerar as coisas boas desse novo lugar o qual ele havia sido convidado e incentivei a aceitar o desafio. Se ele não gostasse, teria a liberdade de entregar o cargo mais na frente, mas que tentasse. As coisas não chegam em nossa vida à toa. Tudo tem um propósito. Assim acredito.

Em síntese, minha prima e meu amigo iniciaram o ano em novos lugares. Aceitaram, mesmo com seus medos e anseios, deixando a zona de conforto em que estavam e se abrindo para a novidade.

O novo assusta?

Novos lugares não precisam ser exatamente, cidades nunca visitadas, empregos novos. Às vezes, os novos lugares acontecem em nossa vida através de um evento como um casamento ou um divórcio, o nascimento de um filho, uma doença (que sei que é um lugar que ninguém gosta de estar), um novo projeto pessoal, fazer algo diferente, aprender algo novo, se reinventar. Quantos novos lugares já passamos e passaremos ao longo de nossa existência?

Nem sempre teremos a opção aceitar ou não, como os exemplos que citei. Por vezes, a vida nos coloca em novos lugares que não gostaríamos, mas que por alguma razão, precisamos estar. Nesses momentos, devemos focar nas coisas positivas (que sempre tem) que o novo traz.  

E, se você tem a opção de decidir, enumere o que pode ter de bom e ruim, mas leve em consideração que lugares novos, além de atraentes, sempre poderão surpreender positivamente. Afinal, o que é a vida se não um novo lugar que recebemos cada dia?

Agora me conte, você quando chega em um lugar novo “se joga” ou fica ressabiado(a) com o desconhecido?