Tragédias

As tragédias e seus desdobramentos

É difícil não falar em outra coisa senão na tragédia que aconteceu nessa última sexta-feira, dia 09 de agosto (agosto com seus dias difíceis, cá entre nós) – Um avião que saíra de Cascavel, no Paraná com destino a São Paulo, SP caiu no município de Vinhedo/SP vitimando 62 pessoas, sendo 4 tripulantes e 58 passageiros.

A tragédia abalou o Brasil e foi noticiada em diversas partes do mundo. Personalidades como o Papa Francisco se solidarizaram conosco, brasileiros.

Há explicações para as tragédias?

Tragédias acontecem sem explicação. Podem até ter uma posterior justificativa, como no caso do acidente aéreo que ainda estão tentando saber o motivo exato. Uns dizem que foi por causa do gelo acumulado, outros alegam as más condições do aeroplano, mas teria que ser exatamente aquele voo com aquelas pessoas? Tais respostas, nunca teremos.

Infelizmente, as tragédias fazem parte da vida, que é feita de altos e baixos. Por serem inesperadas, as tragédias geram comoção e nos deixam emotivos e reflexivos em relação ao que aconteceu, principalmente, quando pensamos nas famílias atingidas.

Estávamos ainda no cruzeiro quando soubemos da notícia pelas redes sociais. O vídeo da tragédia viralizou e nele, se vê um avião despencando do céu, parecendo um filme de terror. No navio, temos uma amiga brasileira que faz parte da tripulação, e, por coincidência, ela é de Cascavel/PR.

Com muito tato, abordamos o assunto para saber se havia algum familiar dela envolvido. Por sua vez, ela nos disse que estava sabendo e que não tinha familiares, mas algumas pessoas conhecidas na cidade. Conversamos um pouco, lamentando o ocorrido, também tentando entender, sem muito sucesso.

A tragédia comove

Nas redes sociais, alguns perfis começaram a publicar fotos e fatos sobre as vítimas. Uma coisa é apenas falar sobre o assunto e outra é dar nome e face à tragédia. São mães/pais, filhas/filhos, irmãos/irmãs, avós/avôs que se foram do seio familiar.

Uma das cenas que me comoveu bastante foi a despedida de uma senhora que abraçou seu filho, pois ia para São Paulo cuidar da mãe. Naquele momento, ambos não sabiam que seria o último abraço. Espero que os perfis tenham feito isso com o intuito de prestar homenagens e não gerar engajamento/crescimento das páginas. Infelizmente, é clichê falar, mas “desgraça dá ibope.”

Algo que me envergonhou bastante por ser brasileira foi que pessoas se aproveitaram da tragédia para aplicar golpes financeiros nas famílias das vítimas. 31 perfis falsos foram derrubados pelo Ministério Público de São Paulo. Nessas horas, me vem o questionamento sobre o tipo de sociedade em que estamos inseridos a ponto de alguém querer tirar vantagem da dor e da vulnerabilidade do outro. Infelizmente, soubemos de coisas horrendas também acontecerem durante as enchentes no Rio Grande do Sul.

O que as tragédias nos ensinam?

Tragédias nunca trazem nada de bom, mas podem deixar ensinamentos. Por exemplo, temos que parar e pensar o quão iguais e suscetíveis somos, já que o inesperado pode acontecer a qualquer momento, com qualquer um de nós. Ninguém está isento de passar por tragédias.

Por isso, nessas horas, penso que a morte traz uma urgência em viver, em estar com as pessoas queridas, em fazer os dias valerem a pena.

Antes de vir redigir esse pequeno texto para vocês, fui ler as últimas notícias sobre essa tragédia e vi que as cerimônias de despedidas começaram, pois, algumas vítimas já foram identificadas.

São momentos dolorosos, mas necessários. Eu gosto de pensar na morte como uma dádiva que o criador nos deixou quando encerramos nossa missão aqui na terra.

Reflexões

Sobre isso, vou fazer uma comparação e vocês podem até achar que estou ficando louca: hoje enquanto tirava a roupa da máquina vi que faltava uma meia, algo comum de acontecer (às vezes a máquina “engole” uma). Quando estou fazendo trabalhos manuais, aproveito para meditar, filosofar.

Então, pensei: “ainda bem que Deus criou o evento morte. Assim, quando chegar a hora de partir, nossos amigos e familiares estarão cientes, podem se despedir, fazer uma oração ou lamentar. Imagine se a gente apenas desaparecesse “no ar” como uma meia, sem ninguém saber de nada!

É dessa forma enxergo a morte, meus amigos, um “fechamento” ou um ponto final de nossa existência. Uma satisfação que temos que dar ao mundo de que não poderemos mais estar aqui (na terra). Eu sei que parece loucura, mas é assim que vejo e agradeço a Deus por ter feito dessa forma, com muita sabedoria.

Por fim, chega de filosofia de escritora/dona de casa. É momento de solidariedade, de fazer nossas orações, preces, levar nossos bons pensamentos às famílias afetadas, pedir que Deus console os corações e também puxe as orelhas de quem quer que se aproveite de uma tragédia como essa.

Agora me fale, qual sua visão da morte ou das tragédias, se tiver à vontade para falar, claro.

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4 comentários em “Tragédias”

  1. Ainda temos uma cultura em que a morte é tabu, ninguém pode/deve falar nela, embora seja uma certeza para todos. Aqui optamos em “jogar com a verdade” em relação ao nosso filho, para que ele cresce entendendo que faz parte do ciclo, por mais dolorosa que seja a saudade. A única perda que ele viveu foi da nossa cachorrinha, e ele sabe exatamente o que aconteceu.

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    • Parabéns, Gabi, pois você está explicando o ciclo da vida para o pequeno João, que, inevitavelmente, é concluído com a morte ou passagem, como muitos creem. Assim, ele se tornará um homem preparado para o futuro!
      Beijos para vocês!

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  2. A morte é uma punição somente para a carne pecadora e não para os pecadores. Carne e sangue não podem herdar o reino dos céus. Mas, podem ser transformados em algo melhor. A punição da carne fica na terra, assim como os sentimentos tristes e dolorosos. Quando se sai do corpo, todo o mal fica com ele. Resta a pessoa em sua nova morada com as alegrias incontáveis da nova morada da alma e da existência humana. É só uma troca de roupa. Umas são mais fáceis de se tirar e outras mais difíceis. O mais importante é que ninguém fique sem sua nova roupa.

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