Leôncio Queiroz
Roda grande entrará pequena
Já dizia meu avô
Não espere ver lá na frente
Este dia já chegou
O homem está tão perigoso
Que a natureza ele mudou,
Das veias da nossa terra
Tiram petróleo todo dia
São cem milhões de barris
Queima a gente, asfixia
Querem matar a nós, animais e a terra
Onde está a sabedoria?
O nosso planeta água
É lindo e maravilhoso
Nós também somos de água
É setenta por cento do corpo
É triste ver nosso irmão
Morrer de sede, é horroroso.
Tem tanto alimento no mundo
Que chega a ser exportado
Os navios estão todos cheios
Os caminhões super lotados
Mas, tem milhões de seres humanos
Morrendo de fome, humilhados;
Todos têm um telefone
Mil meios de comunicação
Internet, computadores
Tudo em plena ligação
Só não temos muitos valores
Pra comunicar ao irmão.
Tem tanto dinheiro no mundo
Poucos donos num fundo a guardar
Na maldade, provocam o desejo do povo
Pra comprar tudo sem precisar
A maioria do povo ta lisa
Cheio de contas pra pagar;
O honesto ta preso em casa
Com medo de ser assaltado
O ladrão ta solto na rua
Com armas, ta todo armado
A roda grande entrou na pequena
Só não ver o alienado.
Estão dizendo que sou livre
Que sou um livre cidadão
Pelo que sei só pago imposto
Pra manter o governo dragão
Metade do salário é dele
Pelo que sei, isto é escravidão;
A carne dominando o espírito
Aparência é que tem valor
A estética cegando a ética
Prazer menosprezando o amor
O corpo não é mais que a alma
Vê se acorda roncador.
Tem braço, mas não abraça
Tem coração mas não ama
Só quer ser o que não é
Trabalha só pra ter fama
Vê se bota os pés no chão
Teu conteúdo te chama;
Viemos aqui pra servir
Ver primeiro o nosso irmão
Invertemos as bolas, assim
Só queremos ter servidão
O mundo aos nossos pés
O ter engolir o ser, é inversão.
A guerra matando a paz
Em nossas ruas e nas calçadas
O mal tá mandando no bem
Tem mais rifles que enxadas
Os líderes só amam o poder
Os liderados não são nada?
Estais na multidão sozinho
Não fez amigos doutor?
A gente só colhe o que planta
E a lei da vida, és plantador
Aumente o amor às pessoas
Diminua o apego ao motor.
A criatura vaidosa
Excluiu o Criador
Criatura ficou perigosa
Que passar-se por senhor
Apoderou-se de tudo
É o seu próprio ditador.