Um grupo novo, que vem aumentando na nossa sociedade
O termo “nem-nem” vem de: “nem estuda, nem trabalha”. Em inglês, é conhecido como NEET (Not in Education, Employment, or Training). Geralmente, refere-se a jovens entre 15 e 29 anos, embora essa faixa possa variar dependendo do estudo ou do país. Dai chamarmos de a galera dos “nem nem”, já que é formada por jovens que ainda não decidiram oque querem da vida.
Então, esse fenômeno é frequentemente associado a problemas socioeconômicos, como desigualdade, falta de oportunidades e desemprego estrutural.
Sentimentos relatados por esses jovens
A partir de pesquisas, ficou evidente que a experiência emocional deste grupo é complexa e variada, mas podemos identificar alguns sentimentos comuns frequentemente relatados por esses jovens:
- Frustração: Por não conseguirem encontrar oportunidades, pela sensação de estagnação em suas vidas;
- Ansiedade: Sobre o futuro e suas perspectivas, relacionada à pressão social e familiar;
- Baixa autoestima: Sentimentos de inadequação ou fracasso, dúvidas sobre suas próprias capacidades;
- Vergonha: Por não atenderem às expectativas sociais, por dependerem financeiramente de outros;
- Isolamento: Sensação de desconexão da sociedade, dificuldade em se relacionar com pares em situações diferentes;
- Desmotivação: Falta de entusiasmo para buscar novas oportunidades, sensação de que seus esforços não fazem diferença;
- Confusão: Incerteza sobre qual caminho seguir, dificuldade em identificar seus próprios interesses e habilidades;
- Impotência: Sensação de falta de controle sobre suas vidas, impressão de que as circunstâncias estão além de seu alcance;
- Ressentimento: Em relação ao sistema educacional ou ao mercado de trabalho, por sentirem que não receberam oportunidades adequadas;
- Culpa: Por não corresponderem às expectativas dos pais ou da sociedade, por sentirem que são um “fardo” para suas famílias;
- Tédio: Pela falta de atividades significativas no dia a dia, sensação de que o tempo passa sem propósito;
- Esperança intermitente: Momentos de otimismo sobre possíveis oportunidades, alternados com períodos de desânimo;
Criando estratégias de apoio
É importante notar que esses sentimentos podem variar em intensidade e frequência de pessoa para pessoa. Além disso, muitos jovens nessa situação também experimentam resiliência e determinação, buscando ativamente maneiras de melhorar suas circunstâncias. A compreensão desses sentimentos pode ajudar na criação de estratégias de apoio mais eficazes e empáticas para esse grupo.
Ações que podem auxiliar nessa mudança
Os pais, ou cuidadores, podem desempenhar um papel crucial na ajuda aos jovens que se encontram na situação “nem-nem”. Aqui estão algumas ações que os pais podem tomar para auxiliar nessa mudança: Comunicação aberta, com diálogo constante e sem julgamentos; apoio emocional oferecendo suporte e encorajamento, ajudando a melhora a autoestima e autoconfiança; auxiliar o jovem a descobrir suas paixões e habilidades e, finalmente, explorar juntos possíveis caminhos profissionais ou educacionais.
Sem preconceitos ou julgamentos
Com relação aos preconceitos, eles podem ter efeitos negativos significativos, agravando problemas de autoestima, dificultando ainda mais a inserção no mercado de trabalho ou no sistema educacional, e potencialmente levando ao isolamento social. É importante combater esses estereótipos através de educação, conscientização e políticas públicas que abordem as causas estruturais desse fenômeno.
Desta forma, antes de julgar, é preciso buscar acolher, compreender, estimular e orientar esse grupo, já tão “discriminado”, muitas vezes. Portanto a galera dos “nem nem” precisa de toda a nossa atenção e respeito para que possamos ajudá-los a superar essa fase tão difícil e complicada da vida.
Sarita Cesana