Tradição

Tradições Nordestinas

O Nordeste sempre foi uma região que se destaca por sua tradição e fé. Chegamos em junho, um mês de grande alegria e significados para nós, que vivemos no lugar mais pitoresco do Brasil.

As novenas, quermesses, as festas juninas, as promessas para Santo Antônio, São João e São Pedro, as comidas típicas, fogueiras, as quadrilhas, as roupas de chita de babados coloridos, muito forró e muita fé faz parte de nossa tradição nordestina.

Segundo o bom dicionário, tradição é a transmissão de costumes, comportamentos, memórias, rumores, crenças e lendas para uma pessoa ou comunidade. Tais elementos transmitidos passam a fazer parte de uma cultura.

Pois bem, junho veio com toda a sua força cultural passada de pai para filho até chegar em nós, a geração atual, que vamos passar para nossos descendentes e assim, perpetuar a tradição e cultura nordestina das festas juninas e tudo que elas representam para nós.

Memórias

Sempre nas tardes de véspera dos santos juninos, em especial, São João e São Pedro, meu pai fazia questão de ir cortar a fogueira do santo. Ele fazia uma fogueira enorme, que causava muita reclamação por parte de minha mãe, pela fumaça que fazia, mas nós adorávamos.

Ficávamos assando milho, conversando até altas horas no pé da fogueira, rindo muito, acendendo bombinhas, traques, chuveirinhos… Oh época boa.

Lembro também da tradição de pular a fogueira. Explico-lhes: Assim como no batismo católico existe a figura do padrinho e madrinha, da mesma forma, pode-se ser padrinho e madrinha de fogueira junina, fazendo uma pequena cerimônia de “pular a fogueira.” É uma tradição do Nordeste. Só é bom ter cuidado para não se queimar nas chamas ou brasas.

Outra grande tradição é a simpatia de Santo Antônio. No Brasil, dia 12 de junho é dia dos namorados. Não poderia ter data mais conveniente, visto que é a véspera de Santo Antônio, onde também é possível acender uma fogueira em sua homenagem.

Diziam as minhas tias que era tradição nessa data, as moças que viviam no caritó (as solteironas) fazerem uma simpatia para arranjar um “amor.” Tal simpatia consiste em comprar uma imagem de Santo Antônio, o santo casamenteiro, e ameaçá-lo dizendo “Santo Antônio, eu vou lhe virar de cabeça para baixo e só vou lhe desvirar quando o senhor me conseguir um namorado.”

Não me perguntem se funciona, mas nunca ouvi um relato de que tenha dado certo. Acho que há outras maneiras eficazes de conseguir um par romântico, mas isso fica para outra crônica!

Confraternização e Tradição

Seguindo a tradição, para quem cultua ou não os santos juninos, essa época festiva representa momentos de confraternização, de alegria e por coincidirem com as férias escolares, é o momento propício de viajar para o interior do estado, onde as festas são memoráveis. É o momento de celebrar a colheita do milho e feijão, a agricultura de subsistência do pequeno agricultor nordestino. É o momento também de colecionar memórias que nos acompanharão a vida inteira.

Quem nunca dançou uma quadrilha junina, não pode dizer que é nordestino raiz. Desde nossos primeiros anos escolares até nossa fase adulta, um dos ritos tradicionais é a tal quadrilha, onde mesmo sem saber os passos, nos aventuramos ao som da zabumba por pura diversão e mesmo quando erramos os passos, é mais um motivo de alegria e riso fácil. Assim é o Nordeste.

Junho é tradição

O mês iniciou agora, mas já me senti na obrigação de fomentar nossa tradição e nossa cultura. Não tinha como ser diferente, visto que assim fui criada, aprendendo a respeitar nossos costumes e ensinamentos.

Festejem muito, saboreiem as comidas típicas, confraternizem-se com as pessoas queridas, colecionem memórias, vivam, sejam felizes.  

Eu, como boa nordestina, estou contando os dias para chegar ao meu Nordeste, rever meu povo e me esbaldar nas festas juninas.

Agora me conte, o que mais você gosta nesse período junino?