Pequenas Coisas

As pequenas coisas

As pequenas coisas sempre serão grandes para nós. Elas capturam nossa atenção mais que todo o resto. Elas têm um poder de nos deixar inquietos, incomodados e grudam em nosso pensamento, roubando nossa paz.

Essa semana, depois de trinta dias viajando, estava em casa passando roupas, quando, na pressa, queimei minha mão. Foi uma queimadura pequena, mas me fez parar minhas atividades, pois se eu continuasse, me machucaria ainda mais.

Como viajo bastante, organizo minha estadia em casa com dias específicos para fazer determinada coisa. Se deixo de cumprir um dia, já atrapalha os demais. Essas pequenas coisas, não planejadas, conseguem bagunçar meu cronograma.

Para piorar a situação, um fiapinho de pele despontou de meu polegar direito, e naquela impaciência em terminar tudo e não parar para removê-lo devidamente com um alicate de unha, puxei. Isso causou sua inflamação, um “canto de unha.”

Por incrível que pareça, uma coisa tão pequena e insignificante me causou dor durante dias, o que me aborreceu demais.

Cotidiano

No dia a dia, pequenos incidentes como esses podem acontecer com qualquer um de nós. Eles acabam tirando nosso foco e atrapalhando nossa rotina.

 O que fiz diante dessas situações foi dar tempo ao tempo. A queimadura cicatrizou, gerando uma nova pele e o canto de unha está sarando.

Há respostas que nosso próprio corpo se encarrega de dar, mas leva tempo. Devemos ser pacientes e fazer nossa parte, desinfetando o local, colocando um curativo e evitando movimentar a área afetada.

As pequenas coisas não físicas

Infelizmente, essas coisas pequenas do dia a dia que nos incomodam podem vir de outras formas, não apenas fisicamente.

Por exemplo, pequenas mentiras que acabamos descobrindo de pessoas especiais, decepções, traições decorrentes de amizades, familiares ou que ocorreram no ambiente de trabalho (a famosa “puxada de tapete” de quem menos se espera).

O desapontamento que vem depois que descobrimos essas “pequenas coisas” dói mais que qualquer unha inflada ou queimadura. E mais, leva bem mais tempo para sarar (quando sara), podendo arruinar bem mais que uma agenda de dona de casa. Pode destruir relacionamentos, empresas e famílias.

Como evitar as coisas pequenas?

Como seres humanos vivendo em sociedade, estamos suscetíveis, meus leitores, a essas pequenas e angustiantes coisas.

A melhor maneira de evitá-las é fazendo nossa parte; tendo cuidado com as pessoas com quem escolhemos para conviver ou abrir nossas vidas. Além disso, devemos tratar todos da maneira que queremos ser tratados.

Se eu quero que meus amigos se sintam seguros comigo, não devo mentir para eles, ser desleal ou criar alguma situação desagradável, como falhar num compromisso, prometer algo e não cumprir ou deixar alguém “na mão” ou em perigo, por exemplo. Em família, a mesma coisa.

Nos relacionamentos amorosos, o respeito e a sinceridade devem ser a base para tudo. Por exemplo, antes de dar um passo mais importante, sentem e conversem sobre finanças, religião, sobre ter filhos ou não, sobre a carreira de cada um para evitar surpresas desagradáveis que vêm em forma de pequenas coisas: ter que mudar de cidade, ter que abrir mão da carreira, criar ou não animais, dentre outros temas pertinentes à vida a dois.

No trabalho, não somos obrigados a fazer conexões com outros, mas zelar pelo funcionamento e desempenho no ambiente em que estamos.

Acreditem, são as pequenas coisas que aprimoram ou destroem qualquer relacionamento.

As pequenas coisas sempre existirão

As pequenas coisas fazem parte da vida de todos nós. Quem nunca sofreu um acidente doméstico ou quem nunca passou por pequenas decepções na vida? Todos nós, pois é algo inerente ao ser humano.

Por fim, o tempo ajuda, mas nem sempre será o melhor remédio para os danos causados pelas pequenas coisas de nosso dia a dia.

Poderíamos acrescentar que o perdão pode funcionar como um band-aid para os primeiros arranhões, mas se eles continuarem acontecendo, serão necessárias medidas mais firmes. Muitas vezes, será necessário cortar conexões para nos livrar daquilo que nos faz machuca.

Agora me contem, quais as pequenas coisas que mais lhe aborrecem no dia a dia?

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8 comentários em “Pequenas Coisas”

  1. As pequenas coisas que mais me aborrecem são mentiras e falsidades. Também tem pequenas coisas que nos agradam bastante: um elogio, um obrigado, um abraço, uma xícara de café… Eu detesto dar presentes, e pra mim ganhá-los tanto faz se sim ou não. Meu aniversário foi no último dia 21, ganhei vários presentes dos quais fui imensamente grato, mas pra mim o que mais valeu foi ter falado com pessoas que há tempos não tinha contato, um abraço da minha noiva e de sua avó, entre outras pequenas coisas. Parabéns por mais uma crônica, a senhora como sempre perfeita ❤️❤️❤️❤️❤️

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  2. Com a maturidade fui aprendendo a lidar melhor com as “pequenas coisas”. Parece que em alguns momento colocava lente de aumento sobre elas, e não compreendia que tirava a leveza dos meus dias. Hoje sou mais flexível comigo e com os outros. E muito sobre isso aprendi com um pequeno de 5 anos, que parece saber viver melhor que muitos adultos…
    Beijosss

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  3. Ah, os detalhes das pequenas coisas… Deus e o diabo moram nos detalhes. Sim, podem nos impactar profundamente, de forma negativa ou positiva. Mas, falando do que aborrece, tenho buscado o, nada fácil, equilíbrio do Princípio 90/10 e Stephen Covey que diz que 10% das coisas que acontecem no nosso cotidiano não estão sob nosso controle e que os 90% restantes são oriundos das nossas reações frente aos acontecimentos. Então, quando acontecem pequenos acidentes em nossa rotina, fora do nosso controle, dentro dos 10%, como reagimos a eles irá determinar os 90% do restante do nosso dia. Um exercício para a vida. Grata, querida!

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