Os super-heróis e seus superpoderes
Depois de muitos dias viajando, calhou de pararmos em casa por mais de uma semana. Aproveitei para me reconectar com meu lar, que, para mim, é a minha maior fonte de energia. Não sei vocês, mas eu levo muito a sério essa história de ficar em casa, de cuidar de tudo, de colocar as coisas em ordem, de cozinhar. Para mim, isso é quase uma missão sagrada. Alguém pode até imaginar que esse apego vem do fato de eu passar muito tempo fora, mas é um grande equívoco. Sempre fui assim.
Uma das atividades que mais gosto é passar roupas. É uma terapia inesperada. Enquanto aliso tecidos e dobro peças, vou separando o que precisa de reparo, o que pode ser doado. E, como isso toma um dia inteiro (às vezes dois) aproveito para assistir séries e documentários.
Do lar às telas: onde nascem nossos heróis favoritos
E, além das histórias profundas e das adaptações literárias que vocês talvez esperem de mim, confesso: sou apaixonada por Stranger Things, Wednesday (Wandinha), The Witcher e outras séries “diferentonas”. Aquelas que mexem com nosso imaginário, que nos apresentam personagens cheios de superpoderes, enfrentando monstros, criaturas sombrias e vilões incansáveis.
Os escritores dessas tramas estão inspiradíssimos. Os poderes vão de teletransporte a transformações em lobos, de petrificar inimigos a ressuscitar zumbis — um universo fascinante e absolutamente distante da vida real. Aqui, nós lutamos todos os dias apenas para dormir em paz com nossos próprios problemas. Comparados a esses heróis que vivem salvando o mundo, nossos desafios parecem até pequenos.
Mas essas histórias me entretêm e, sem perceber, termino minha pilha de roupas. E sempre fico pensando: seria bom ter um superpoder? Transformar a casa num estalar de dedos? Viajar na velocidade do pensamento? Ser invencível?
Os superpoderes reais que carregamos
Na vida real, nossos “superpoderes” têm outros nomes: dons, força de vontade, determinação, sensibilidade. E eles estão presentes todos os dias, basta darmos uma pausa para percebê-los.
Quantas vezes você realizou algo que achava impossível ou quantas lutas venceu ao longo da vida? E quantas pessoas você já ajudou com uma palavra, com um gesto, com seu jeito de ser?
Quantos ambientes você transformou — começando pela sua casa, pela rotina daqueles que moram com você? Até mesmo nas redes sociais: quando você entrega algo bom, uma reflexão, um respiro, em meio ao caos de notícias ruins.
Um sorriso que desperta alguém, a paz que você traz, a solução que encontra, a clareza que oferece, a cura que provoca, a decisão que toma… tudo isso são superpoderes. E, no nosso mundo, nem todo mundo os vê.
Heróis do cotidiano: mais fortes do que imaginamos
Não temos o poder de teletransporte, mas podemos tirar alguém do caos com uma palavra, um abraço, a simples atitude de ouvir.
Também não matamos monstros fantásticos, mas podemos matar a fome, a sede, o desamparo e proteger crianças, idosos, mulheres expostas a monstros da vida real.
Não salvamos o mundo inteiro, mas podemos transformar o nosso lar num refúgio seguro, onde as coisas lá de fora não conseguem entrar.
E, quer saber? Esses superpoderes são muito mais bonitos do que os das séries mirabolantes que eu adoro assistir. No fundo, eles também me fazem sentir uma heroína.
Natal: inspirando nossos melhores poderes
Estamos em vésperas natalinas, e que possamos nos inspirar em nosso herói maior, Jesus Cristo, para transformar nosso mundo num lugar mais acolhedor, melhor e seguro para todos que nos cercam — e, quem sabe, até para quem está distante. É um tempo perfeito para liberar o amor, esse que talvez seja nosso maior poder: amar quem é diferente de nós, de tantas maneiras.
Bem, já não me sinto mais uma estranha por compartilhar meus gostos por essas séries com vocês. Acho que, no fundo, todos estamos sempre procurando super-heróis — e também tentando ser um, ainda que sem capa.
Vou concluindo a minha missão de hoje: organizar a rouparia e escrever para vocês.
Agora me contem, sem modéstia: quais são os seus superpoderes no dia a dia?
Beijos, meus heróis e heroínas sem capa.