
O Dia do Não: quando a Grécia nos ensina a impor limites
Em nosso último dia na Grécia, coincidiu de ser um feriado nacional: o Dia do Não, comemorado em 28 de outubro. Estávamos em Mykonos, e as ruas inteiras estavam em festa. Nós, como turistas, ficamos encantados com tanta celebração.
Os jovens gregos desfilavam fardados, as moças usavam trajes típicos, havia barraquinhas com comidas tradicionais, muita música e o tradicional ouzo — um licor de anis — servido por toda parte. Risadas, desfiles, celebração por todos os lados. Era bonito ver a alegria de um povo que, mesmo com tantas cicatrizes históricas, sabe comemorar a coragem de ter dito “não”.
A origem da celebração
O Dia do Não comemora a negativa da Grécia em aceitar que as tropas italianas de Mussolini se estabelecessem em solo grego.
Conta a história que, em 28 de outubro de 1940, o embaixador italiano exigiu que o governo grego permitisse que as forças do Eixo ocupassem locais estratégicos em seu território. Do contrário, declararia guerra à Grécia — o que de fato aconteceu —, ocasionando a entrada do país na Segunda Guerra Mundial, ao lado dos aliados, contra os nazistas.
A Grécia fez o que era certo, mesmo tendo que enfrentar uma guerra. Disse “não” ao que não compactuava, ainda que mantivesse, até então, boas relações com a Itália. Foi uma escolha de dignidade e, de certo modo, de autoconhecimento nacional.
Quando a vida pede um “não”
A nossa vida, meus amores, de certa forma, imita a guerra.
Quando não somos nós que queremos ocupar lugares na vida de outras pessoas, são os outros que tentam estabelecer territórios em nós.
Começa na família: alguém sempre tem mais responsabilidades do que os outros; alguém bagunça, o outro arruma; alguém pega algo emprestado e não devolve ou o faz repetidas vezes (eu já fui assim na adolescência!) e, assim, vamos ultrapassando os limites.
No trabalho, é a mesma coisa. Há aquele colega que pede dinheiro emprestado e não paga, que deixa obrigações para você resolver, que se aproveita da boa vontade alheia.
E se a gente não aprende a dizer “não”, acaba sendo invadido pouco a pouco, até perder o próprio espaço.
Nos relacionamentos amorosos, então, são verdadeiros campos de batalha. É preciso ser muito inteligente emocionalmente para não ceder a tudo o que o outro quer “em nome do amor”. Amar também é manter fronteiras saudáveis, é dizer “daqui eu não passo” com firmeza e respeito.
Respeitar fronteiras, internas e externas
Nesses casos, façamos como a Grécia: digamos um “não” firme e enérgico ao que não nos faz bem, ao que não cabe em nossa vida ou ao que nos sobrecarrega.
E, ao mesmo tempo, tenhamos a sensibilidade de não invadir os “territórios alheios”.
Assim como os países hoje vivem em harmonia, cada um respeitando as fronteiras e os territórios do outro, devemos fazer o mesmo.
Procuremos ser cordiais, respeitosos e prestativos com quem convivemos, sem permitir que o medo de desagradar nos faça esquecer quem somos.
Dizer “não” é, às vezes, o maior ato de amor-próprio. É o verdadeiro autocuidado. Afinal, quem aprende a defender o próprio território, aprende também a viver em paz consigo e com o mundo.
E você, tem conseguido dizer “não” quando algo não faz bem ou ainda deixa que outros invadam o seu território? Conte-me que lerei com muito carinho.
Abraços!
					
Bom dia!
Dizer “Não” eu particularmente tenho essa ação muito difícil para muitos pessoas eu principalmente porque envolve o medo de desagradar. Sei bem que as fezes é necessário para priorizar os limites saudáveis, proteger o bem-estar mental e também minha própria necessidade e objetivos. Estou nessa busca constante e tenho certeza que irei aprender.
Sheila Farias
Natal/RN
Nos últimos dias, tou aprendendo a falar “não “, pois, as vezes, é preciso