O que significa uma hora para você?
Na semana passada, viajávamos em cruzeiro pelo lado leste do Caribe e, em algumas localidades, o capitão determinou que adiantássemos nossos relógios em uma hora. É que em algumas ilhas, o fuso horário estava uma hora à frente e precisávamos estar sincronizados com o horário local devido às excursões e funcionamento do porto.
Bem, para nós, passageiros, uma hora a mais ou a menos não faria diferença, afinal estávamos “de férias” como eles costumam dizer. Entretanto, para a tripulação que acorda com “as galinhas” (ou seriam as gaivotas?), faz muita diferença: É uma hora a menos de sono, de descanso para repor as energias.
Como esperado, no outro dia, alguns tripulantes estavam com o semblante cansado, pois realmente eles trabalham demais e não têm folga. Passam de seis a nove meses ininterruptos num navio, por contrato.
Nesses momentos, percebemos o quanto o tempo varia de valor de pessoa para pessoa.
Uma hora faz diferença?
Uma hora para quem está no “fim da linha” tem um valor diferente do que para um jovem que passa horas jogando vídeo game ou nas redes sociais assistindo reels. Seguindo o mesmo raciocíno, uma hora a mais durante um exame admissional, como nos concursos públicos faz toda a diferença. Já para quem está “à toa na vida” é apenas um tempo a mais.
Uma hora para quem está tomando chuva e frio numa fila para pegar uma ficha no posto de saúde é diferente para quem gasta o mesmo tempo conversando na calçada e, assim, meus queridos, poderia escrever inúmeros exemplos, mas creio que vocês já entenderam o valor de uma hora em diferentes momentos. E para nós, o quanto é importante uma hora?
Posso ficar mais uma hora?
Geralmente, sentimos falta de algo quando não temos. Quando tudo (e todos) está à nossa disposição, nem sempre damos a importância que merece. Com o tempo, não é diferente. Quantas vezes quisemos ficar mais uma hora com uma pessoa querida, como nossos pais/parentes que já partiram, ou com nossos filhos, irmãos que já não moram conosco ou com aquele amor que não deu certo, mas que naquele momento, era nosso mundo… Mais uma hora, que nem sempre valorizamos, e hoje, daríamos tudo para ter um tempinho a mais com pessoas especiais.
Nas minhas viagens, principalmente quando estou em cruzeiro, sempre tenho horário marcado para voltar. Acontece que há cidades que me entretém mais que outras. Quando isso acontece, fico imaginando histórias em cada quarteirão, analisando as ruas, placas turísticas e procurando as atrações principais. Sem perceber, o tempo voa.
De repente, meu marido me chama à realidade, avisando que precisamos ir. Eu fico pedindo mais tempo, sem ter. Poderia ficar umas horinhas a mais em certos locais, como a pequena cidade de Rapallo, na Riviera italiana, cujas ruas de prédios amarelos de grandes janelas criavam uma atmosfera de histórias românticas. Além disso, a belíssima orla era uma tração à parte, cheia de restaurantes com aroma de molho de tomate feito em casa e peixes frescos feitos na manteiga e aquele mar de infinito azul mediterrâneo que captura nossa visão. Para completar, havia um músico numa pequena rua com um saxofone tocando “sabor ami” enquanto as senhoras locais passavam com sacolas em busca de ingredientes nas vendinhas para prepararem uma boa pasta. Era uma atmosfera de sonhos.
Infelizmente, se não voltássemos, perderíamos o trem e consequentemente, o navio e só Deus sabe como seria a aventura de voltar para casa. Não deu para estender o passeio por sequer um minuto.
Você ainda tem uma hora!
Enfim, meus amores, qualquer minuto faz toda a diferença, a depender do momento, da pessoa, do que estamos fazendo, da importância que damos ao nosso tempo.
Ao final do cruzeiro, o capitão pediu que atrasássemos nosso relógio em uma hora. Estávamos chegando à Flórida. Tal anúncio foi comemorado por todos. Era uma hora a mais que estávamos ganhando à bordo.
Estamos no fim do ano e deixo para vocês a inquietação em refletir sobre essa coisa tão efêmera que é o tempo, que muitas vezes se vai e leva oportunidades. Não deixe aquele café, aquela viagem, aquele momento com pessoas queridas utilizando a velha desculpa que “deixar para depois.” A hora é agora, aproveite.
Também gostaria de lhes perguntar: e se hoje você tivesse uma hora mais, com quem você gostaria de estar?
Se tivesse uma hora a mais, gostaria de está com minha mãe
Eu acho que também gostaria do mesmo, amada!
Obrigada pela leitura.
Beijos.
Concordo plenamente, querida. O tempo é relativo e sua percepção varia muito para cada momento e/ou situação da vida. Sentimos que se arrasta quando estamos entediados ou em sofrimento e parece que vooa quando nos divertimos, quando fazemos algo que nos dá prazer. Tirando o sincronizar dos relógios para o ajuste do fuso horário, o tempo não acelera e nem volta. Por isso tem tanto valor. Por isso, precisamos estar verdadeiramente no tempo presente e vivê-lo em sua totalidade. Se eu tivesse uma hora a mais, com quem gostaria de estar? Pergunta difícil, pois são muitas as pessoas queridas, mas talvez comigo mesma. Para poder sincronizar meu tempo interno e aproveitar mais o que o tempo externo oferece em sua plenitude. Gratidão, querida! É muito bom reservar o tempo de leitura que você proporciona.
Muito obrigada, minha amiga e escritora Helenita. Suas observações são sempre pertinentes. Obrigada pelo tempo que você me reserva para a leitura.
Beijocas!!!
Que saibamos aproveitar o tempo, e encontrar o equilíbrio entre afazeres e descanso. “Há um tempo para cada coisa debaixo do sol, tempo de plantar, de colher, de nascer, de viver e de morrer”.
Belíssima citação, Gabi!
Também concordo que equilíbrio é tudo, amore!
Beijos mil!!!
Oh!o tempo é precioso, uma hora,eu levo de coletivo para chegar em Natal, uma hora à mas ou à menos,fazem muita diferença,eu acho que para todos que têm compromisso com algo.
É verdade, Cris. O tempo é algo precioso! Beijocas, meu bem!
Linda crônica!👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
Obrigada, minha irmã!!! Beijos!!!