Como viajantes, nesse mundo moderno, convém estarmos munidos de adaptadores. Eles são tão imprescindíveis quanto outros itens, por exemplo, documentação e dinheiro.
No verão passado, ficamos três dias em Civitavecchia, uma pequena cidade litorânea da Itália, para aguardar o navio e assim, iniciarmos um cruzeiro pela Europa. Pensando apenas no cruzeiro, trouxemos apenas os carregadores que utilizamos no cotidiano.
Como o sistema elétrico do navio é semelhante ao dos Estados Unidos, não nos preocupamos com adaptadores, o que foi nossa “ruína.” Resultado: quase ficamos sem comunicação e tudo o mais que os celulares proporcionam.
Os atendentes do hotel, que devem ser acostumados com esses pormenores, tinham uma pequena sacola cheia de adaptadores e, gentilmente, nos emprestaram um. Foi nossa salvação.
Quando chegamos aos Estados Unidos, meu marido não perdeu tempo. Correu para o site da Amazon e comprou um monte de adaptadores diferentes para distintas partes do mundo que nem sei se visitaremos algum dia. Precaução nunca é demais. Ou é?
Adaptadores da vida real
Esse simples fato verídico, corriqueiro (do contrário, o funcionário do hotel não teria tantos adaptadores de reserva) serve para ilustrar que, na vida, por vezes, precisamos de adaptadores que nos ajudem a funcionar.
Já trazemos alguns “de fábrica,” como a resiliência, a curiosidade, a fé e um coração generoso, que perdoa, reinicia e enfrenta os problemas com otimismo, mas precisamos da ajuda de adaptadores-extras.
Quando cheguei aos EUA, fiquei um pouco atônita com tudo. Tive meu marido como adaptador, bem como um professor que me ensinava Inglês com muito bom humor. Do contrário, não sei se teria conseguido.
No dia a dia, quando iniciamos algo novo, como um novo emprego, um estágio, um curso, um empreendimento, um relacionamento, geralmente encontramos alguns adaptadores que nos ajudarão a termos conexões para que assim, tudo possa fluir a contento.
Adaptadores x gambiarras
Por outro lado, precisamos ter cuidado para não confundir adaptadores, que são confiáveis e nos ajudam, com gambiarras, que, a princípio, parecem nos servir, mas depois, podem causar danos irreparáveis.
Certa vez, enfrentava um problema muito delicado e uma “amiga” se mostrou muito solícita a ouvir e me ajudar. Não sei se foi minha necessidade em desabafar que me cegou, mas eu confiei, abri meu coração e falei coisas muito delicadas para essa “amiga.” No dia seguinte, todo mundo sabia o que eu estava passando.
Aquela pessoa que parecia um adaptador para que eu pudesse atravessar essa turbulência acabou me causando problemas.
Da mesma forma, há situações que adaptador nenhum resolve. É quando não conseguimos nos adequar a lugares ou pessoas. Quem nunca passou por isso?
Não existe nada pior que se sentir deslocado, incomodado ou sobrando em relacionamentos amorosos, de amizade ou no ambiente de trabalho.
Há situações que por mais que a gente tente, não conseguimos nos adaptar. É de nossa natureza, de como fomos “fabricados.” E, conselho de amiga, não force para caber em situações/espaços que não são seus.
Escolha bem seu adaptador
Como viajantes nessa terra, pois é o que somos, a vida vai nos levar a locais em que precisaremos de adaptadores. Entretanto, tenha atenção para saber se aquele adaptador vai lhe ajudar. Não adianta chegar à Inglaterra com um adaptador americano. Não vai funcionar.
Por fim, tenha sabedoria. Adapte-se apenas àquilo que faz sentido, que vale a pena o esforço. A vida também vai lhe dar maturidade suficiente para saber se compensa parar, se adaptar ou se é melhor seguir a viagem.
Agora, sua vez: conte-me se você já passou por alguma situação em que precisou e conseguiu se adaptar ou não.
Um grande abraço de sua cronista.
Precisei me adaptar, quando fui morar no Rio de Janeiro, a mudança de vida, o tempo, os costumes, as pessoas, demorei a me acostumar.
Oi, minha querida. São coisas da vida, que sempre está em mudança. Quando a gente pensa que se estabiliza, vem outra coisa para a gente se adaptar.
Um grande beijo, minha amiga!
Na verdade, nós brasileiros vivemos com muitas gambiarras para poder sobreviver.
Oi, minha querida Anara.
É verdade, viu. Brasileiro é feito de barro diferente e diferenciado! Somos verdadeiros guerreiros(as).
Beijocas, querida.
Adoro as conexões que você faz em suas crônicas, querida.
“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.” Leon Megginson, falando sobre “A Origem das Espécies” de Charles Darwin, em 1963.
A vida é um eterno ciclo e exige adaptação desde que nascemos até quando deixamos esse plano.
A adaptabilidade é uma competência muito necessária e nem sempre fácil em alguns momentos.
Acredito que a grande lição é cuidar para não dar curto com as gambiarras. 😉
Beijos,
Helenita
Minha querida amiga, escritora e sábia mulher! Eu amo essa frase. Levo-a para a vida.
Obrigada também pela sua leitura sensível.
Um grande beijo.
Todos nós um precisamos ou precisaremos de um adpitador. No meu caso.estou precisando me adaptar com a fase de cuidar da minha adotiva . Que um pouco mais complicado do que cuidar de um filho
Oi, querida Cecília.
Realmente é um senhor desafio, mas pense também que ela pode estar passando pelo mesmo dilema: De precisar se adaptar a você.
Tenho certeza que com pequenos ajustes as duas poderão curtir a companhia uma da outra. Se Deus uniu o caminho de vocês, foi porque existe um propósito nisso.
Um grande beijo!