Países da África receberão kits de fabricação de vacinas anti-Covid
Ruanda e Senegal devem receber a estrutura necessária no 2º trimestre, mas as primeiras doses ficam prontas só em 2023
O grupo farmacêutico alemão BioNTech, que desenvolveu a primeira vacina de RNAm contra a Covid-19 junto com o laboratório americano Pfizer, anunciou nesta quarta-feira (16) que unidades de produção móveis serão enviadas para a África este ano para que possa produzir seu imunizante.
“A pergunta que nos colocávamos era: podemos tornar o processo de fabricação suficientemente compacto para que (o produto) possa ser armazenado em um contêiner?”, disse à AFP o diretor-geral e fundador da BioNTech, Ugur Sahin.
Hoje, montar uma fábrica com essas características leva pelo menos três anos.
“Eventualmente”, a África do Sul poderia fazer parte desta rede de produção, acrescentou a BioNTech, cuja sede se encontra em Marburgo (centro da Alemanha), onde os módulos foram apresentados.
A África é o continente com menos pessoas vacinadas contra a Covid-19. Dois anos depois do surgimento da doença, apenas 12% de sua população está totalmente imunizada.
Este projeto da BioNTech faz parte de um esforço para “instalar unidades de produção da tecnologia RNAm em todos os continentes”, explica Sahin, cujo grupo já vendeu vários bilhões de unidades de sua vacina desenvolvida com a Pfizer.
A fabricação desta vacina exige cerca de 50.000 passos cuidadosamente observados, mas tenta “padronizar seu processo e embalagem”, graças a esses módulos portáteis.
No início, técnicos da BioNTech trabalharão no local e, ao mesmo tempo, treinarão os profissionais locais. Trata-se da transferência de algumas tecnologias, mas sem necessidade de liberar patentes, como reivindicado por alguns países e ONGs.