Arquivos conflitos - Blog do Saber https://blogdosaber.com.br/tag/conflitos/ Cultura e Conhecimento Mon, 26 Feb 2024 16:58:41 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.3 Os órfãos e as vicissitudes da infância https://blogdosaber.com.br/2024/02/27/os-orfaos-e-as-vicissitudes-da-infancia/ https://blogdosaber.com.br/2024/02/27/os-orfaos-e-as-vicissitudes-da-infancia/#respond Tue, 27 Feb 2024 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=4184 Ler mais]]> As guerras geram órfãos

As notícias de crianças órfãs durante as últimas guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza vêm comovendo as nações e causando fervorosas discussões em diferentes partes, embora o assunto não seja novidade em diversas outras localidades do mundo por anos a fio. 

O Movimento Ashinaga é uma organização japonesa sem fins lucrativos que prevê educar e apoiar estudantes órfãos em todo o mundo. Eles apontam que “a África Subsaariana tem a maior proporção de crianças órfãs em todo o mundo, com mais de um em cada 10 jovens tendo perdido um ou ambos os pais.”. A Ashinaga apoia, hoje, 46 países da África Subsaariana, possuindo escritórios em Uganda e no Senegal, entre outros territórios pelo mundo.

As grandes guerras são, normalmente, as primeiras a nos darem notícias dos impressionantes números de órfãos resultantes delas. Assim foi com o Holocausto, por exemplo, que gerou órfãos alemães, enviados em seguida para a África do Sul. Segundo Sandrine Bessora, autora de “Os Órfãos”, “para irrigar com ‘sangue puro’ a sociedade separatista do país” durante o apartheid. Para maiores informações sobre, acesse matéria do Estado de Minas

As problemáticas de uma África esquecida

No entanto, os conflitos internos, a violência e as doenças são elementos que  contribuem constantemente para o crescimento do número de jovens abandonados. 

Em 2011, o site das Nações Unidas publicou que das 16,6 milhões das crianças órfãs de pais infectados pelo vírus da Aids, 14,9 milhões vivem na África Subsaariana. Em 2000, um artigo da Folha de São Paulo revela que o continente chegou a registrar 60% das mortes a nível mundial.

Das 94 mil mortes em conflitos armados em todo o mundo no último ano, 56 mil, ou cerca de 60%, ocorreram na África negra. Dois terços do continente africano estão em guerra.
Crianças em campo de refugiados

Há quatro anos, o site da RFI publicou Dos 10 conflitos mais preocupantes em 2020, três são na África: região do Sahel, que envolve Mali, Burkina Faso e Niger, além de Somalia e Etiópia. Mais recentemente, matéria da UOL mostrou que a África é “o continente com maior número de conflitos duradouros em todo o planeta”. E mais: “De um total de 54 países que compõem a África, 24 encontram-se atualmente em guerra civil ou em conflitos armados…”, sendo Congo, Ruanda e Darfur os países onde ocorreram os maiores massacres.

Em termos de refugiados, os países asiáticos Afeganistão e Iraque apresentam o maior número, precedidos da Somália e do Congo. Já, o “maior campo de refugiados no mundo fica no Quênia”.

A história da infância

Bom, tudo isso pra dizer que em diversos países, a infância, como nós entendemos que deve se cumprir, simplesmente não existe e, talvez, nunca tenha existido – pelo menos, para boa parte das gerações. Crianças privadas de itens básicos, como escola, alimento, cuidados pessoais, segurança. 

Afinal, onde existe, a infância sempre foi assim como a entendemos? 

Gerda Lerner traz em sua obra ‘A Criação do Patriarcado’ uma visão da infância que muitos denominariam perturbadora. Mas, para quem costuma ler livros e assistir filmes de época ou de escravidão, provavelmente, não seria uma grande surpresa. 

Lerner reúne informações de historiadores para rever como se deu a construção da civilização. Desde a pré-história, com as sociedades de caçadores coletores, até o advento do capitalismo, e o papel da mulher durante essa transformação. Função esta necessariamente implicada a das crianças, afinal, explorava-se a sua capacidade de reproduzir cada vez mais escravos ou mão de obra.

Veja trecho do livro:

Durante um longo período, talvez séculos, enquanto homens inimigos eram mortos pelos captores, gravemente mutilados ou levados para áreas distantes e isoladas, mulheres e crianças tornavam-se prisioneiras e se incorporavam a casas e à sociedade dos captores.

Lerner cita Tucídides, em sua obra ‘História da Guerra do Peloponeso’:

Os atenienses reduziram os cioneus sitiando-os, mataram os homens adultos e fizeram mulheres e crianças de escravas…

Na China, “uma criança filha de uma pessoa livre com uma pessoa escrava era sempre considerada escrava.” Lerner ainda acrescenta que, segundo o historiador E. G. Pulleyblank, “Um escravo era um membro inferior da família de seu senhor e sujeito às mesmas obrigações […] que uma criança ou uma concubina”. Ou seja, aqui, ela introduz uma ideia do papel da criança não escrava na sociedade. 

As vicissitudes da infância

Na obra de Ana Laura Prates, ‘Da fantasia de infância ao infantil na fantasia’, ela destaca que essa ideia da criança enquanto ser social só começa a se construir a partir da Idade Média. 

A infância… era vista como um período de transição logo ultrapassado, não havendo, assim, a consciência da particularidade infantil. Tampouco havia as ideias de inocência e candura, posteriormente encontradas nas modernas fantasias de infância.

E cita, inclusive, que “Na Idade Média, era bastante comum os adultos tomarem liberdades com os órgãos sexuais das crianças”. Prates traz os estudos do historiador francês Phillipe Ariès, que atribuía essa ideia de “ausência de infância” ao alto índice de mortalidade “devido às precárias condições higiênicas e sanitárias”.

“O processo que Ariès denomina ‘descoberta da infância’ foi, portanto, bastante longo. Iniciou-se por volta do século XIII e pode ser acompanhado pelos séculos XV e XVI.”, que é quando, segundo Ariès, a mortalidade infantil começa a diminuir. Observa-se, inclusive, nesse período, “o aparecimento de nomes de crianças nas efígies funerárias, revelando um apego maior” a elas.

As concepções cristãs teriam contribuído para que a criança se transformasse em “um indivíduo possuidor de personalidade própria”, através, por exemplo, da ideia propagada da imortalidade da alma. Porém, com “uma razão ainda frágil”, a criança deveria ser submetida à instituição educacional, que até então se restringia à formação clerical.

…o início do surgimento deste “sentimento” deu-se exatamente na passagem do fim da Idade Média para o Renascimento, que corresponde a um grande movimento em direção ao que posteriormente seriam chamados “valores burgueses”… Neste sentido, pode-se constatar que a ideia moderna de infância é tributária da constelação familiar burguesa e do advento capitalista.
Fantasiando o infantil

Apesar da infância estar bem estabelecida em boa parte do mundo hoje, não significa que as crianças sejam tratadas da mesma forma nessa porção do globo. Contardo Calligaris, psicanalista e dramaturgo italiano, radicado em “terra brasilis”, investiga a cultura brasileira, trazendo seus estranhamentos, inclusive, em relação aos jovens, no seu livro ‘Hello, Brasil!’. 

Já mencionado aqui no blog, em O jovem contemporâneo: um sujeito sem lei?,  Calligaris mostra a sua indignação quanto ao comportamento das crianças de classe média no Brasil e observa que, aqui, existe um contraste curioso na forma como elas são tratadas: ou são majestades ou são dejetos.

Menina de classe média manifestando o narcisismo de forma intensa

O adulto brasileiro parece constantemente preocupado com o prazer das suas crianças. Para ser breve: no Brasil, a criança é rei. Curioso, tanto mais em um país cuja reputação no estrangeiro está comprometida com legiões de crianças abandonadas na rua.

A grosso modo, a teoria que Calligaris constrói ao longo de sua obra é a de que tanto os colonizadores quanto os colonos no Brasil acabaram se decepcionando com o país, pois não teriam encontrado aqui o que vieram procurar. Esses pais, então, sonhariam para os seus filhos aquilo que não conquistaram, tornando-se, assim, permissivos.

O lugar de majestade que a criança parece ocupar talvez não indique uma excelência simbólica, mas algum tipo de incondicional exaltação fantasmática da criança. O que, aliás, explicaria por que, quando essa exaltação fantasmática não sustenta a criança, ela passe a ser simples dejeto. É como se a sociedade, em razão de sua impotência para garantir o paraíso a cada criança, devesse escolher deixar impunes as tentativas criminais das crianças para ter acesso, justamente, ao paraíso.
Narciso sobrevive

Bom, tudo isso pra dizer que as vicissitudes da infância se dão conforme as necessidades. Ou melhor, conforme os desejos do ser humano, independentemente da época, mas que sempre é sustentado pelo narcisismo. Seja por domínio de território, seja por mão de obra barata, seja pelo paraíso ou pelo poder.

Finalizo, aqui, com a citação de Ana Laura Prates, na obra já mencionada, à Neil Postman, no seu ‘O desaparecimento da infância’:

uma cultura pode existir sem uma ideia social de infância. Passado o primeiro ano de vida, a infância é um artefato social, não uma categoria biológica. Nossos genes não contêm instruções claras sobre quem é e quem não é criança, e as leis de sobrevivência não exigem que se faça uma distinção entre o mundo adulto e o da criança.
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Conflitos https://blogdosaber.com.br/2023/10/09/conflitos/ https://blogdosaber.com.br/2023/10/09/conflitos/#respond Mon, 09 Oct 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=2775 Ler mais]]> Refletindo sobre a nossa responsabilidade nos conflitos que vivemos

Em um mundo cheio de conflitos e disputas, é fundamental que assumamos a responsabilidade por nossas ações e atitudes. Cada um de nós tem um papel a desempenhar na construção de um ambiente mais pacífico e harmonioso. Ao reconhecermos nossa responsabilidade nos conflitos que vivemos, podemos colaborar para a busca de soluções duradouras.

Refletindo sobre a nossa responsabilidade nos conflitos que vivemos.

Assumindo nossa responsabilidade

Primeiramente, é importante entender que os conflitos são uma parte natural da experiência humana. Eles podem surgir de diferenças de opiniões, valores, interesses e uma variedade de outros fatores. No entanto, é crucial evitar cair na armadilha da culpa e apontar dedos uns para os outros. Em vez disso, devemos refletir sobre como nossas próprias ações e reações podem influenciar na desconstrução de um conflito.

Uma das formas de assumir responsabilidade é praticar a comunicação assertiva e respeitosa. É fundamental expressar nossos sentimentos, preocupações e pontos de vista de maneira clara, porém sem desrespeitar ou diminuir os outros envolvidos no conflito. A escuta ativa também desempenha um papel crucial nesse processo, permitindo que entendamos as perspectivas e necessidades dos demais.

Outro aspecto importante é o autocontrole emocional. Em momentos de conflito, nossas emoções podem se intensificar e nos levar a agir impulsivamente. No entanto, devemos lembrar que somos responsáveis por nossas próprias reações. Buscar a calma, pensar antes de falar ou agir e tomar decisões conscientes que contribuem para a resolução pacífica dos conflitos.

Além disso, é essencial lembrar que a responsabilidade não recai apenas em nós como indivíduos, mas também como comunidade e sociedade. Devemos promover uma cultura de respeito, tolerância e diálogo construtivo em nosso meio, buscando soluções colaborativas e não violentas para os conflitos que enfrentamos em nossas relações pessoais, profissionais e sociais.

O conhecimento e a compreensão

Outra forma de assumir responsabilidade é buscar o conhecimento e a compreensão de diferentes perspectivas. Isso nos ajuda a enxergar além de nossas próprias limitações e a encontrar alternativas criativas para resolver os conflitos. A educação, o diálogo intercultural e a busca pela empatia são ferramentas valiosas nesse processo.

Por fim, é importante lembrar que resolver conflitos de maneira pacífica requer esforço contínuo e comprometimento de todas as partes envolvidas. Cada um de nós tem a responsabilidade de ser um agente de mudança positiva no mundo, promovendo a paz e a harmonia em todas as esferas da nossa vida.
Paz e bem!
Silvana Vieira

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Desculpa https://blogdosaber.com.br/2023/09/18/desculpa/ https://blogdosaber.com.br/2023/09/18/desculpa/#respond Mon, 18 Sep 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=2478 Ler mais]]> O papel dela em nosso comportamento

Desculpa, segundo o dicionário Aurélio, significa: clemência para com falta cometida; perdão. Razão ou motivo alegado por alguém para desculpar a si mesmo ou a outrem; justificativa.

Em algumas vertentes da psicanálise, a desculpa pode significar medo de rejeição, necessidade de agradar e pertencer, e quando em excesso, o ato de pedir desculpas pode está atrelado a conflitos internos acumulados ao longo da vida. A desculpa pode estar relacionada também a um comportamento estratégico para a manipulação utilizada por personalidades narcisistas. E a ausência pode indicar um comportamento psicopata, alheio a sentimentos e afetos.

O papel da desculpa em nosso comportamento.

O papel da desculpa em nosso comportamento

Toda via se faz interessante olharmos para o papel da desculpa em nosso comportamento com atenção, pois ele pode nos dar um excelente indicativo da nossa forma de nos relacionarmos com o mundo e com nossa psiquê. Esse indicativo poderá ser revelado como uma sensação de mal-estar e possivelmente angústia.

Então a desculpa seria a manifestação da necessidade de sair de um mal-estar?

Para responder a essa pergunta vamos recorrer a Freud.

Freud (1930) define o mal-estar como sendo essencialmente sensação de culpa e o caracteriza como o maior entrave ao projeto civilizatório. Ou seja, ao processo de pertencimento a uma sociedade na qual indica as regras para o pertencimento. A grande questão é que esse pertencimento é sempre imposto pelo olhar do outro. É aqui que temos um impasse, uma vez que seria impossível a adequação ao ideal de universalidade que lhe é imposto pelo Outro.

Análise contextual

Perceba então, como a nossa auto análise em relação as nossas necessidades de nos desculparmos pode trazer luz a conflitos inconscientes e até conscientes que podem interferir na nossa forma de viver. Para melhor explicar essa reflexão vamos analisar três contextos nos quais nos fazemos valer da desculpa:

Desculpa como necessidade de pertencimento, de evitar conflitos e para manipular situações ou pessoas.

Necessidade de pertencimento

A desculpa como necessidade de pertencimento geralmente é expressa quando estamos inseguros e fragilizados pelas normas e regras implícitas, seja em um grupo social ou nas relações individuais que estabelecemos ao longo da vida. Geralmente essa categoria da desculpa é apreendida na infância e vai se firmando ao longo da vida. Por vezes nem concordamos com a desculpa e sim com o medo da exclusão

Evitar conflitos

A desculpas para evitar conflitos, por vezes, segue a lógica da frase; ” é melhor ser feliz que ter razão”. Neste contexto a desculpa funciona para evitar o desgaste gerado em um conflito ou situação desconfortável e o que pode estar sustentando esse comportamento é a dificuldade de posicionamento.

Manipular situações ou pessoas

Nestes casos a desculpa exerce uma função clara e consciente na qual o sujeito deseja envolver o outro em sua rede de manipulação, por vezes, transformando a vítima em algoz e a deixando aprisionada em um relacionamento danoso.

Muitas seriam as funções da desculpa em nosso comportamento e muitas seriam as analises sobre ela. Penso que o importante é um olhar para si e a tomada de posicionamento baseada na responsabilidade. Afinal, penso que uma das melhores formas de pedir desculpas é a mudança de comportamento. Acredito que assim poderemos ver com mais lucidez a nossa responsabilidade diante dos fatos.

Paz e bem!

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Impossível Não Trazer o Tema da Depressão, em Jovens https://blogdosaber.com.br/2023/07/18/impossivel-nao-trazer-o-tema-da-depressao-em-jovenso/ https://blogdosaber.com.br/2023/07/18/impossivel-nao-trazer-o-tema-da-depressao-em-jovenso/#respond Tue, 18 Jul 2023 11:56:24 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1995 Ler mais]]>
As notícias andam assustadoras: a depressão em adolescentes é hoje mais frequente, e tem
maior risco de suicídio.


Os casos de depressão entre jovens já vinham aumentando, mesmo antes da pandemia. Os
impactos da pandemia de Covid-19, do isolamento, aumento de horas nas mídias sociais,
crises familiares, econômicas, entre outras mudanças, gerou maior ansiedade entre todos, e
trouxe consequências danosas para os jovens.


A saúde mental pode ter se tornado a maior crise sanitária, iniciada em 2020, incluindo no
dia a dia das famílias, elementos desafiadores, nunca antes vividos.


A adolescência já é uma fase marcada por inseguranças e mudanças hormonais e corporais,
portanto muitas inquietações acontecem, e podem gerar conflitos internos e externos.


Não vou falar de dados: eles estão disponíveis em qualquer pesquisa, via internet. A notícia
mais triste desta situação é o suicídio: mais de 10 adolescentes tiram sua vida, diariamente,
segundo a UNICEF, na América Latina, sendo a principal causa de mortes na faixa etária de
15 a19 anos.


Ouvir notícias e conviver com a impotência que todos, pais, professores, amigos, sociedade,
sentem, afeta direta ou indiretamente este momento, já tão conturbado.
Podemos pensar que a fase da adolescência está sendo “alongada” – se inicia antes, e pode
se prolongar até depois do tempo previsto. Nossa sociedade vem sofrendo mudanças, e
essa definição da adolescência também.


Embora a depressão possa acontecer em qualquer momento da vida, os sintomas nessa
fase é um grave problema de saúde mental, causando a sensação de inadequação, tristeza,
isolamento, pressão e cobranças. A autoestima é questionada e, normalmente, rebaixada a
patamares complexos e inadequados.


Por mais atentos que os familiares estejam, a vida contemporânea sobrecarrega a todos, e
as crenças sobre o comportamento dos adolescentes, podem fazer com que os cuidadores
confundam as mudanças emocionais, características deste momento, com algo passageiro,
dificultando a identificação de algo mais grave.


Estar atento a comportamentos como: falta de objetivos, tristeza, dificuldade na
comunicação, choro, irritabilidade, perda de interesse, raiva, isolamento, dificuldade de
concentração, sociabilidade ou resposta, extrema sensibilidade, autocrítica, mudanças de
comportamento, insônia ou cansaço em demasia, alterações no apetite, agitação, queixas
ou aceitação de tudo (sem questionamento), mau desempenho escolar, desleixo com a
própria imagem ou cuidado…são sinais de alerta!


Diferenciar o que faz parte do momento, e o que já começa a indicar algum adoecimento, é
um limite tênue, porém o diálogo aberto, o vínculo de confiança, paciência e amor, são os
grandes diferenciais entre vida/morte.


Muitas podem ser as causas, mas existe uma dor verdadeira, que é sentida com grande
intensidade por esses jovens, que precisam de ajuda. Nunca ignore sua intuição: se
perceber algo “estranho”, se aproxime, se informe e aja!

Algumas dicas, que podem ajudar, mas que não resolvem completamente:

  1. Levar e demonstrar apoio durante o tratamento;
  2. Se dispor a ouvir o adolescente, sem julgamento;
  3. Não tente impor padrões de comportamento;
  4. Convide-o para saídas ou programas em família;
  5. Relembre o quanto ele é importante para a família, os amigos e o mundo;
  6. Trabalhe sua autoestima com elogios;
  7. Acolha, acolha, acolha.
    Sarita Cesana
    Psicóloga CRP/RN 0979
    Saritacesana_
    Contato: (84)98169-1884
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Família de Origem https://blogdosaber.com.br/2023/07/10/familia-de-origem/ https://blogdosaber.com.br/2023/07/10/familia-de-origem/#respond Mon, 10 Jul 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1905 Ler mais]]> Diferença entre Família de Origem e Família nuclear

Vamos fazer uma reflexão despretensiosa sobre família de origem para entender o que é e qual a importância dessa família na trajetória de vida de cada um de nós. Mas antes precisamos entender dois conceitos: família de origem e família nuclear.

Conceitos

Família de origem é a família da qual você veio, ex: avô, avô, pai, mãe, irmãos. Família nuclear é a família que você originou, ex: você, um cônjuge, seus filhos.

Segundo as teorias psicológicas, principalmente as de base sistêmica, para termos relações saudáveis a família de origem deve ser respeitada e honrada mas nós devemos olhar sempre para a frente.

A maioria dos conflitos, segundo eu mesma, nos meus estudos e experiências próprias, se dá pela falta de maturidade nossa de enxergarmos isso e de acharmos que temos o poder e a responsabilidade de “aparar” todas as arestas soltas pelas relações na nossa família de origem.

Quem paga a conta?

Todos nós somos livres para seguirmos as nossas escolhas, os nossos pais simbólicos, adotivos ou biológicos, fizeram as próprias escolhas e nós não devemos cobrar essa conta. Nem pagar também.

Respeitar, honrar e sermos gratos por todas as lições adquiridas com a nossa família original são atitudes importantes para o equilíbrio da nossa saúde mental. Da mesma forma que cuidar, orientar e liberar a nossa família nuclear também o é.

Assumir escolhas e caminhar livre

Portanto, para cuidarmos da nossa saúde mental e qualidade dos nossos relacionamentos é necessário assumirmos as nossas escolhas e andarmos para a frente.

Sou grata, honro e liberto a minha família de qualquer responsabilidade na condução da minha vida. Agindo dessa forma não aprisiono ninguém, nem me aprisiono. Todos são livres para seguir em frente, fazer suas escolhas e usufruir delas com leveza.

Que assim seja! 🥰

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A busca da juventude eterna https://blogdosaber.com.br/2023/06/29/a-busca-da-juventude-eterna/ https://blogdosaber.com.br/2023/06/29/a-busca-da-juventude-eterna/#respond Thu, 29 Jun 2023 20:01:15 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1845 Ler mais]]> Enganando a morte uma década por vez

Em seu livro Homo Deus – uma breve história do amanhã, o autor Yuval Noah Harari faz uma previsão bastante apocalíptica do breve futuro que nos espera há menos de 100 anos. Ele trata do tema “imortalidade” com tanta clareza e naturalidade, que chega a assustar. A busca da juventude eterna passa a ser, desde já, o debate mais acalorado pelos cientistas nas próximas décadas. Dois cientistas se destacam em especial.

KURZWEIL E DE GREY, Ray Kurzweil acredita que até o ano de 2030, seremos capazes de “aumentar a expectativa de vida humana” em “mais de um ano a cada ano”, o que acabará resultando na vida eterna1. Aubrey de Grey propõe que renovemos o combustível com células-tronco para prolongar a vida.

Todos os conflitos e guerras da história serão insignificantes em comparação com a verdadeira batalha que temos pela frente: a busca pela juventude eterna.”

 Nos últimos cinquenta anos, houve uma popularização das drogas psiquiátricas que ficaram estigmatizadas. Atualmente,, esse estigma foi quebrado e uma porcentagem crescente da população toma remédios psiquiátricos regularmente. Esses medicamentos são usados não apenas para tratar doenças mentais debilitantes, mas também para lidar com depressões mais comuns e melancolias ocasionais.”

Somos deuses em evolução

Ao buscar a felicidade e a imortalidade, os seres humanos estão tentando se elevar à condição de deuses. Isso ocorre não apenas porque esses atributos são divinos, mas também porque para superar a velhice e o sofrimento, eles precisam primeiro adquirir um controle divino sobre o substrato biológico. E não existe nada de absurdo nisso, já que somos imagem e semelhança de Deus e portanto deuses em plena evolução.

Segundo o renomado cientista existem três caminhos pelos quais os seres humanos podem se elevar à condição de deuses. Engenharia biológica, engenharia cibernética e engenharia de seres não orgânicos.”

Bem, se o que ele chama de engenharia de seres não orgânicos for o que eu chamo de Inteligência Espiritual concordo com ele em gênero, número e grau. Baseado na afirmação de que possuímos atributos divinos e precisamos assumir o controle divino sobre o substrato biológico. Tudo faz sentido o que muda é meramente a linguagem.

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EscutAtiva https://blogdosaber.com.br/2023/02/07/escutativa/ https://blogdosaber.com.br/2023/02/07/escutativa/#comments Tue, 07 Feb 2023 13:28:50 +0000 http://blogdosaber.com.br/?p=428 Ler mais]]> A escuta e a saúde mental no mundo corporativo: de onde vêm os conflitos e como remediá-los
A sua escuta está ativa?

Ou é você quem precisa ser escutado? Ou, talvez, você precise de uma mãozinha para poder escutar alguém..?

“Escuta aqui!”, “está ouvindo?”, “ouviu?!”.

E, então, ouviu mesmo? Ao longo dos nossos diálogos, é de praxe tentarmos nos certificar de que o outro, de fato, presta atenção naquilo que falamos. Mas, não tem jeito! Claudio Tebas e Christian Dunker citam, em seu livro O Palhaço e o Psicanalista, que cerca de 60% da mensagem emitida por alguém é captada através da entonação, melodia, volume e tom de voz. Pasmem, apenas 40% do que se fala é realmente ouvido! Isso quer dizer que quando nos distraímos enquanto alguém fala, a tendência é de que façamos interpretações a partir de informações prévias, ou seja, não baseadas no que se fala no calor do momento.

Falha de comunicação

Agora, imagine que você montou todo um discurso para convencer o seu chefe de que você merece uma promoção. Então, volte a imaginar que, de tudo que você falou, ele só compreendeu 40%. Ele responde coisas tão fora da sua expectativa, que você chega a se questionar se realmente falou tudo o que tinha para dizer. Você sai de lá frustrado, arrependido de ter tomado essa atitude e jurando nunca mais expor as suas ideias de novo. Infelizmente, essa é uma realidade presente em grande parte das empresas, seja de pequeno, médio ou grande porte. Como resultado, geram-se conflitos e perdem-se bons funcionários.

A busca pela solução

Pensando nas angústias e seus mais diversos tipos de sofrimento gerados a partir dessa nova configuração de trabalho e expectativas, tanto do empregado quanto do empregador, um grupo de mulheres psicanalistas e com experiência no mundo corporativo fundaram a EscutAtiva, especializada em escutar o ser humano nas empresas dentro do contexto da 4ª Revolução Industrial. A proposta de trabalho vai desde a integração de equipes até a mediação de conflitos.

Os conflitos, por incrível que pareçam, não são gerados apenas pelo que foi dito. Mas também por aquilo que se queria dizer e acabou ficando apenas na imaginação. Com a expectativa de entregas cada vez mais rápidas, os espaços vão sendo preenchidos pelo mal-dito e o famigerado achismo. O ambiente vai ficando carregado e o colaborador tende a não mais colaborar. Por outro lado, quando há espaço para acolhimento e as pessoas se conectam, expressando-se e escutando-se de verdade, o conflito é vivido de forma a nem ser sentido. Afinal, as questões vão sendo eliminadas, surgindo, então, as soluções. A colaboração se torna finalmente inerente ao processo.

Para saber mais sobre a EscutAtiva, acesse escutativa.psc.br.

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