Arquivos sobrevivência - Blog do Saber http://blogdosaber.com.br/tag/sobrevivencia/ Cultura e Conhecimento Tue, 09 Apr 2024 00:56:23 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.3 Pais e filhos tentam sobreviver à era digital https://blogdosaber.com.br/2024/04/09/pais-e-filhos-tentam-sobreviver-a-era-digital/ https://blogdosaber.com.br/2024/04/09/pais-e-filhos-tentam-sobreviver-a-era-digital/#respond Tue, 09 Apr 2024 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=4677 Ler mais]]> Os problemas de uma nova era

Quem nunca ouviu um “ah, mas na minha época, não era assim!”? De fato, não era nem mais será. A era digital, que insisto em trazer nesta coluna, constrói um contexto completamente diferente para as últimas gerações.

A parentalidade deverá ser repensada conforme os novos contextos vão surgindo. Não será possível criar os nossos filhos como os nossos pais nos criaram. Nem que escapássemos à civilização. 

Um artigo da BBC publicado na semana passada fala das famílias norte-americanas que perderam filhos por suicídio e overdose e estão processando empresas como Meta, proprietária do Facebook e do Instagram, Google, administradora do YouTube, Snap, dona do Snapchat, e ByteDance, com o TikTok. 

“As ações alegam que a ‘crise de saúde mental sem precedentes entre as crianças’ é alimentada pelos produtos ‘defeituosos’, ‘viciantes’ e ‘perigosos’ dessas empresas.” Em contrapartida, “as empresas rejeitam as alegações e afirmam que estão constantemente implementando e atualizando ferramentas e recursos para proteger crianças e adolescentes em suas plataformas.”

Dentro da civilização que, agora, segue pela era digital, impera o capitalismo. As famílias das vítimas acreditam que empresas que controlam as redes sociais “incorporam deliberadamente em seus produtos uma série de recursos de design destinados a maximizar o envolvimento dos jovens para gerar receitas publicitárias.”

Bom, apesar de familiares, a novidade dessas alegações é que, hoje, tudo acontece de uma forma muito rápida e expansiva, sendo possível atingir um público de milhões de pessoas em alguns segundos.

No entanto, não é novidade alguma que as empresas irão sempre se munir de argumentos e encontrar brechas e até mesmo lacunas enormes em legislações criadas outrora. 

Álcool, drogas e redes sociais

Tentando seguir a mesma linha de raciocínio, encontro um outro artigo: Por que o álcool é tão perigoso para o cérebro dos jovens. Neste, questiona-se: “deveriam os governos definir a idade legal mínima de 25 anos ou mais” para se consumir álcool, levando em consideração que é apenas em tal período que o cérebro termina de se desenvolver? 

Para contextualizar o leitor, o artigo alega que “pesquisas científicas vêm desmentindo antigas crenças sobre o consumo de álcool pelos jovens”, a começar pela idade do desenvolvimento cognitivo e pela ideia, por exemplo, de que “permitir que os jovens bebam em casa com as refeições ensina a eles o consumo responsável do álcool”.

A neuropsicóloga Lindsay Squeglia da Universidade Médica da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, alega ser um mito a afirmação:

a introdução lenta do álcool em contextos controlados ensina os jovens a beber com segurança e reduz o consumo de álcool em excesso com mais idade, enquanto a restrição leva a bebida a ser um tentador ‘fruto proibido’
Leis parental e governamental

Pelo contrário, Squeglia aponta:

As pesquisas demonstraram que, quanto mais permissivo for o pai com o consumo, maior a probabilidade de que o filho tenha problemas com álcool em fases posteriores da vida.

Bom, tendo em vista os dois artigos, que denunciam o desespero dos pais e a sua esperança em contar com a lei para ajudar a criar os seus filhos, trago uma reflexão para nos auxiliar a pensar a educação: que responsabilidade é essa que retiramos dos nossos ombros e lançamos ao Estado?

Até quando esperaremos os órgãos públicos se manifestarem sobre questões que nós, indivíduos e cidadãos, também deveríamos buscar compreender? Questões geradas por empresas que, inclusive, temos o poder de boicotar.

Reminiscências

A permissividade para com o consumo de drogas bem como de mídias sociais pelos filhos fala também de uma possível dependência ou do próprio estilo de vida dos pais. As mídias não exploram apenas as gerações mais jovens, mas estas estão mais vulneráveis, visto que:

  • nasceram na era digital,
  • ainda estão em fase de desenvolvimento e,
  • a priori, possuem mais tempo livre do que seus pais.

Então, pensando que somos espelhos para os nossos filhos, como esperar que comam bem, se comemos mal? Como esperar que não se entorpeçam, se precisamos de “ajuda” para dormir? Como esperar que consumam menos telas, se, para escaparmos do barulho das crianças ou da chatice dos adolescentes, calamos suas bocas com entretenimentos digitais? Ou se para sobrevivermos com os nossos próprios problemas, refugiamo-nos nas vidas de outras pessoas?

Parece estranho termos que buscar formas de proteger os nossos filhos sempre fora de nós, fora do nosso habitat, daquilo que nos deveria ser mais acessível. Você não acha? Afinal, o gozo, que nos entrete enquanto fugimos do que realmente é importante para nós, diria Lacan, é aquilo que escapa e não se submete a nenhuma lei.

]]>
https://blogdosaber.com.br/2024/04/09/pais-e-filhos-tentam-sobreviver-a-era-digital/feed/ 0
Você VIVE ou sobrevive? https://blogdosaber.com.br/2024/01/31/voce-vive-ou-sobrevive/ https://blogdosaber.com.br/2024/01/31/voce-vive-ou-sobrevive/#respond Wed, 31 Jan 2024 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=3952 Ler mais]]> Saia do modo automático da sobrevivência

Você já parou para pensar a respeito da diferença entre Viver e Sobreviver? Se você passou pela fase do autoconhecimento, deve ter caminhado rumo à autoconsciência. Nesta fase, o confronto consigo mesmo(a) não é fácil, e a esmagadora maioria desiste. Mas, para aqueles que continuam na caminhada, começam a descobrir que existe 1% da população que VIVE de modo autoconsciente. VIVE! e não sobrevive. Mas a caminhada para chegar a este pleno estar de vida não é fácil e não é à toa que temos 99% no modo sobrevivência. Você VIVE ou sobrevive?

Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele.  Pois tudo o que há no mundo — a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens — não provém do Pai, mas do mundo. O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre. 1 João 2:15-17.

O jovem casal na rodoviária

Terminal Rodoviário de uma cidade pequena. Eu estava ali aguardando o meu ônibus chegar. Amo observar, aprendo muito sobre as pessoas só com as suas atitudes e descubro muito sobre elas assim, sem precisarem falar uma palavra sequer sobre elas. Então chegou um casal jovem. Ela estava com roupa colada, muito decotada, óculos escuro, batom vermelho, jovem, bonita. Trazia uma criança no colo, menina, aparentando menos de 01 ano de idade.  A jovem balançava a menina impaciente, olhando para um lado e para outro, tentando pegar o seu celular para fazer uma foto.

A imaturidade do jovem casal

O seu parceiro estava com bermuda e blusa que lembravam surfista, óculos escuro, e com olhos fixos em seu celular, de modo que ele não conseguia enxergar a agitação de sua filha no colo da mãe. Estava MUITO quente. Imaginei logo que a criança estava com calor, precisando de água, de um brinquedo e atenção dos pais para si. Eu não vi uma bolsa que fosse de criança. Normalmente se espera que os pais carreguem a bolsa da criança com garrafinha de água, brinquedos e outros. Mas nada vi ali, que fosse voltado à criança. Era como se não precisasse de nada além da existência dos seus pais.

A mãe irritada com a agitação da criança (que tinha fronte olímpica e alguns sinais que pudesse ser sindrômica) lançou a mesma no colo do pai. Só então ele guardou o celular e começou a balançar a criança. A mãe tratou de pegar o celular e começar a tirar fotos e a postar. Entretanto, o pai não aguentou nem 05 minutos com a criança em seu colo, passando logo para a mãe e voltou os olhos fixos para seu celular.

Passado um tempo, o pai disse que estava com sede, foi e voltou com garrafinha de água que comprara. Então a criança começou a chorar em direção à água. Após tomar a garrafa inteira de água mineral do pai, a sua face se transformou e ela sorriu. Parecia tão aliviada de alguém ter saciado a sua sede, a sua necessidade básica e essencial, em que os filhos esperam dos seus pais o auxílio nisso.

 E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. Romanos 12:2.

O modo hipnótico

Peço que pare e reflita sobre esta cena. Alguma semelhança com você? Com sua vida? Aquela frase que escutamos que estamos diante de uma geração de filhos órfãos de pais vivos, trazem o que a sua lembrança? Você está sobrevivendo no modo hipnótico junto com a esmagadora maioria? Se sim, eu lhe digo, por experiência própria, que ainda há tempo para você MUDAR! Ainda há tempo de você voltar a sua origem, se conhecer, se entender, se confrontar e TRANSFORMAR! Ressignificar! E pular do modo sobrevivência de 99% da população para o modo VIVER na plenitude do 1%. Isso só depende de você!

Como médica e no cuidado da criança eu lhes digo que tantas doenças das crianças refletem simplesmente o quanto a sua família está patológica, alguns ou todos sem exceção. É triste estar diante de uma geração que mal consegue olhar para o próprio umbigo e dar conta de si. Que simplesmente está a gerar, criar e modelar as crianças que serão a sociedade futura.

Você vive ou sobrevive? Saia do modo hipnótico de sobrevivência.

Viver e não apenas Sobreviver

Quanto mais eu vejo situações como estas, mais eu penso o quanto necessitamos nos manter firmes e fortes no propósito de VIVER e não sobreviver, para alguma possibilidade de luz vir no fim do túnel. Eu Vivo, não mais sobrevivo! Estou a caminho do 1% da população que está no modo autoconsciente e por isso não me importo com o contexto onde estou na sociedade, pois eu sei o que estou semeando e plantando e esperando colher. Mas e você? Você Vive ou Sobrevive?

Quando a Medicina e a Espiritualidade se encontram os resultados são extraordinários!

Gisele Leite

]]>
https://blogdosaber.com.br/2024/01/31/voce-vive-ou-sobrevive/feed/ 0
O homem que desafiou a linguagem https://blogdosaber.com.br/2023/06/13/o-homem-que-desafiou-a-linguagem/ https://blogdosaber.com.br/2023/06/13/o-homem-que-desafiou-a-linguagem/#respond Tue, 13 Jun 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1702 Ler mais]]> Simplificar para melhor se relacionar?

O engenheiro químico Karl Kasiel Blitz desenvolveu uma nova linguagem, através de símbolos, com o intuito de reduzir o ódio no mundo e promover a paz mundial em meados do século XX. Ele teria nascido em meio a muitas diferentes nacionalidades, onde as pessoas não se entendiam e só havia discórdia. Para entender mais sobre a história de Karl e sua linguagem, acesse O homem que quis eliminar a palavras para nos comunicarmos melhor.

Bom, apesar da maioria de nós ter nascido e crescido em contato com uma única nacionalidade, quem nunca se sentiu não compreendido ou em meio à discórdia dentro de sua própria casa? Quem dirá, dentro de uma nação!

A discórdia nasce com a ambiguidade da linguagem. E é verdade que tudo se tornou mais ambíguo quando a civilização começou a tomar forma. Porque dentro de uma sociedade, surgem leis que moldam os impulsos selvagens de nós humanos. E, segundo a história da evolução do homem, ele não teria nascido para seguir regras, mas acabou se vendo obrigado. Tudo em prol da perpetuação da espécie.

Obedecer para multiplicar, mas ao que devo renunciar?

Com a evolução do cérebro humano, nós somos levados a procurar alternativas ou a nos adaptarmos. E, por sinal, somos os seres mais adaptáveis entre todos os outros de existência conhecida!

Com a busca pela fuga, nós somos capazes de tudo. E como nas legislações sempre há brechas, advogamos até pelo diabo! O que quero dizer com isso? Que tendemos a procurar saídas constantemente e que podem ser a qualquer custo. Inclusive, ao custo da perda do sentido da palavra. A distorção, a ambiguidade.

A complexidade da linguagem

A intenção é sempre a mesma: sobrevivência. Como desde dormir com o inimigo para poder matá-lo na hora certa, nas antigas civilizações, até sustentar um relacionamento em ruínas para poder não se sentir sozinho, nos dias atuais.

Mas substituir uma linguagem seria de fato um possível caminho para a paz? Se falamos, por exemplo, de uma linguagem mais simples, que não dá brecha para duplos sentidos? A história da evolução do homem é acompanhada de uma transformação da linguagem. O desenvolvimento psíquico também acompanha a transformação da linguagem.

Nós temos uma história, que começa com a linguagem simplificada, através de pinturas rupestres, por exemplo, e segue até algo mais complexo. Com duplo sentido, triplo, quádruplo. O que somos hoje só é possível porque existe uma linguagem tão complexa como a que temos.

O fato é que nós somos seres controversos, contraditórios, pela atual natureza. E isso ninguém pode tirar de nós. E se nos tiram o complexo e trocam pelo simples, damos o jeito de complicar novamente. Porque nós sempre damos um jeito.

Já não somos mais os mesmos

Não se trata mais somente da linguagem. A psique já não é mais a mesma de quando existiam apenas pinturas rupestres. Hoje, somos seres muito mais complexos. Seres que se apaixonam, que se decepcionam, sádicos, masoquistas, perversos, submissos, obsessivos, histéricos, psicóticos. Tantas são as possíveis categorias.

]]>
https://blogdosaber.com.br/2023/06/13/o-homem-que-desafiou-a-linguagem/feed/ 0
A Escala das Emoções https://blogdosaber.com.br/2023/06/05/a-escala-das-emocoes/ https://blogdosaber.com.br/2023/06/05/a-escala-das-emocoes/#respond Mon, 05 Jun 2023 12:57:08 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1649 Ler mais]]> Hoje o nosso assunto, aqui na coluna ARTIGOS é Física Quântica, onde falo sobre vibração, frequência e a Escala das Emoções desenvolvida pelo Dr. David R. Hawkins. Ela serve para medir e quantificar a quantas vibram as nossas emoções e qual a influência disso nas nossas vidas e na nossa evolução. Então conheça a Escala das Emoções e saiba quais as emoções benéficas e quais as maléficas!  

Você conhece a escala de emoções? – Ana Paula Barros

A Escala das Emoções em detalhes

As emoções estão conectadas com o que acreditamos que irá garantir a nossa sobrevivência e não o que realmente irá. Entretanto as emoções por si só são a causa do medo primário que leva as pessoas procurarem segurança constantemente.

Sentimentos e Pensamentos se tornam emoções

Desta forma, a mente é um mecanismo de sobrevivência e usa principalmente as emoções como método. Todavia, os pensamentos são produzidos pelas emoções que, eventualmente, se tornam sinônimos. Não raro milhares e até mesmo milhões de pensamentos acabam sendo substituídos por uma única emoção.

Para simplificar e dar clareza, vamos utilizar a escala das emoções que correspondem aos níveis de consciência, sua base científica e aplicações práticas são encontradas no livro Poder vs. Força: Os Determinantes Ocultos do Comportamento Humano (Hawking, [1995], 2012, 2019).

,Semelhante atrai semelhante

No universo, tudo emite energia, seja positiva ou negativa. É do conhecimento de todos a diferença entre uma pessoa positiva (amigável, verdadeira, alegre) e uma pessoa negativa (gananciosa, traidora, odiosa). Como sabemos “semelhante atrai semelhante”.

As diferentes energias vibram em frequências ou “níveis de consciência.” O Dr. David Hawkins desenvolveu O Mapa da Consciência, que fornece uma visão linear, logarítmica de força energética, em frequências que variam de 1 a 1000 Hertz. No meu livro Coração, Intuição e Gratidão, um atalho para a vida plena o nível de Iluminação Plena (1000), que eu chamo de “Pleni Consciência”, está no topo do mapa e representa o nível mais alto que pode ser atingido no reino humano. Esse nível de consciência só se compara a energia de Jesus Cristo, Buda e Krishna.

Por exemplo, o nível da Vergonha (20) está no fundo, perto da morte, representando que o ser mal sobrevive. Já o nível da Coragem (200) é o ponto crítico que marca a troca da energia negativa para a energia positiva. A partir dai temos a Neutralidade (250), a Disposição (310), a Aceitação (350), a Razão (400), o Amor (500), a Alegria ou Amor Incondicional (540) e a paz (600). Acima disso temos ainda a Gratidão, que vibra a 900 Hertz.

Abaixo da Coragem temos: o Orgulho (175), a  Raiva (150), o Desejo (125), o Medo (100), Tristeza (75), Apatia (50), Culpa (30) e a Vergonha (20) vibrando perto da morte.

A energia e os níveis de consciência

Tradicionalmente, os níveis de energia também são associados aos centros energéticos do corpo, que são mais conhecidos como “Chakras”. Os chakras são centros energéticos por onde a “energia Kundalini” tende a fluir, uma vez que é acordada no nível da Coragem (200). Os centros energéticos (chakras) podem ser medidos por uma variedade de técnicas clínicas e instrumentos eletrônicos sensitivos.

A energia em cada chakra flui através de canais chamados “meridianos” para todo o corpo energético, que é como uma planta do corpo físico. Cada meridiano é associado a um determinado órgão e, por sua vez, cada órgão está associado a uma emoção em particular.

Uma emoção negativa desequilibra a energia do seu meridiano e órgão associado. Por exemplo, depressão, desespero e melancolia se associam ao meridiano do fígado, então essas emoções tendem a interferir nas funções deste órgão. Todo sentimento negativo prejudica um órgão do corpo; conforme os anos vão passando, esse órgão começa a adoecer e eventualmente para de funcionar.

O nosso estado emocional influencia não apenas nossas vidas mas também a vida em nossa volta. Se o nosso nível energético é baixo influencia negativamente toda a vida em nosso redor. O contrário também é verdadeiro, ou seja, quanto maior o nível emocional de evolução, mais positiva nossa vida se torna em todos os níveis, e nós sustentamos toda a vida em nossa volta.

Conforme sentimentos negativos são reconhecidos e rendidos, vamos ficando mais livres e subimos na escala e passamos a vivenciar predominantemente sentimentos positivos.

As emoções baixas são limitantes e não nos deixam enxergar o nosso verdadeiro Eu. A partir do momento que começamos a nos render e deixamos ir as emoções baixas e chegamos perto do topo da escala, um novo tipo de experiência começa a acontecer.

Expansão da consciência

Bem no topo da escala enxergamos com clareza o verdadeiro Eu e os níveis variáveis de Iluminação. O mais importante é notar que, quanto mais subimos  e somos mais livres, acontece o que o mundo chama de consciência espiritual, intuição e crescimento da consciência. Essa é a experiência comum de todas as pessoas que renderam seus sentimentos negativos.

Elas se tornaram cada vez mais conscientes. O que antes era impossível de ver ou vivenciar nos níveis baixos de consciência passa a ser claro e incrivelmente óbvio nos níveis mais elevados.

Retirado do livro Deixar Ir, o Caminho do desapego de David Hawkins, M. D. Ph.D.

Wagner Braga

]]>
https://blogdosaber.com.br/2023/06/05/a-escala-das-emocoes/feed/ 0
Quando a ficção se torna realidade, o herói se materializa https://blogdosaber.com.br/2023/05/30/quando-a-ficcao-se-torna-realidade-o-heroi-se-materializa/ https://blogdosaber.com.br/2023/05/30/quando-a-ficcao-se-torna-realidade-o-heroi-se-materializa/#respond Tue, 30 May 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1596 Ler mais]]> No mês passado, a BBC publicou um artigo onde se questiona o papel de filmes e séries que trazem cenários apocalípticos provenientes de mudanças climáticas. Tyler Harper, o autor, afirma que somos levados a acreditar que assistir a esses roteiros de ficção científica desperta em nós um ativismo, uma vontade de mudar para que o nosso destino seja transformado e não fadado.

O autor, que é um estudioso literário e dá aula em um curso chamado “Climate Fiction”, não só não acredita nesse potencial de salvação dos filmes, como acredita que o gênero pode ser ativamente perigoso, “prejudicando nossa capacidade cultural de imaginar um futuro digno de ser vivido ou pelo qual vale a pena lutar”. Harper conta, inclusive, que grande parte de seus alunos – muitos dos quais estariam envolvidos com o Youth Climate Movement –, durante suas aulas, acabaram “se convencendo, pelo menos momentaneamente, de que o ativismo climático não tem propósito”.

Nossos heróis

Falamos no artigo Por que fazem corpo mole? sobre o quão importante pensamos ser ou, pelo menos, gostaríamos de ser. E qual é o símbolo máximo da importância? Não são os heróis, aqueles que salvam o mundo? Quando somos crianças, temos até os heróis da vida real: o nosso pai, a nossa mãe, aquele que nos protege e que provê para nós não ficarmos desamparados. Na infância, tudo tem um significado aumentado: os objetos e a casa são gigantes, os puxões de orelha e sermões que recebemos nos provocam a rebeldia ou uma tristeza extrema a ponto de chorarmos, nossos pais são heróis porque, afinal, é deles que dependemos para sobreviver.

Quem não quer ser um herói?

E quem não quer ter tamanha importância para outras pessoas? Quem não quer ser reconhecido, admirado? Quando atendemos a demanda dos outros para que esses outros nos tragam uma satisfação através do reconhecimento da nossa imagem, esse pode ser um jogo narcísico perigoso. E não é essa a demanda do herói: o perigo? Pois então.

Assim, de um lado, temos a necessidade do reconhecimento e, do outro, a inveja. Mas como a inveja entra nesse contexto? No artigo A arte do divertimento – Por que se divertir parece tão fácil?, mas sentimos como se não fosse?, falamos mais sobre esse sentimento, que tentamos evitar a todo custo. Mas o fato é que a inveja está tão presente nas nossas vidas quanto o amor. Ser herói pode ser uma compensação por aquilo que não conseguimos obter de forma material: o casarão que meus amigos construíram, o carro esportivo que meu vizinho comprou e assim por diante. O apocalipse é o ponto em que zeramos as nossas pontuações, igualamo-nos. Finalmente, ninguém é mais que ninguém.

Ufa, chega de ‘correr atrás’, agora, o negócio é ‘correr de’

Enfim, parece valer a pena trocar o cansaço mental pelo físico, não? No apocalipse, temos oportunidades iguais e, então, aumentam as chances de eu conseguir me destacar por uma habilidade inata. Ou, no mínimo, saio de um ciclo vicioso, de uma jornada improdutiva. É o momento de renascer e tentar provar novamente a que viemos. Que não estamos aqui à toa, que temos significado.

]]>
https://blogdosaber.com.br/2023/05/30/quando-a-ficcao-se-torna-realidade-o-heroi-se-materializa/feed/ 0
Projeto Eu Me Protejo: a luta contra a violência sexual infantil https://blogdosaber.com.br/2023/05/02/projeto-eu-me-protejo-a-luta-contra-a-violencia-sexual-infantil/ https://blogdosaber.com.br/2023/05/02/projeto-eu-me-protejo-a-luta-contra-a-violencia-sexual-infantil/#respond Tue, 02 May 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1408 Ler mais]]> Nascida em 2020 no Distrito Federal, a revistinha Eu Me Protejo, de autoria da jornalista Patrícia Almeida e da psicóloga Neusa Maria da Costa Ribeiro, é uma cartilha que ensina as crianças a se protegerem da violência sexual. Ainda em 2020, recebeu o Prêmio Neide Castanha de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes. Em 2021, o projeto voluntário ganhou o clipe Meu corpinho é meu, mais um recurso para ser transmitido nas escolas.

No site Eu Me Protejo, há vídeos, jogos, poemas, músicas, teatro de fantoches etc que reforçam os ensinamentos da cartilha. A ideia do projeto é que o conteúdo seja disseminado ao maior número de crianças possível. Afinal, segundo dados, 68% dos registros no sistema de saúde, referem-se a estupro de menores. O site ainda revela que não temos um número maior de denúncias porque, dentre outros motivos:

“O abuso vem de quem cuida, ou de uma pessoa próxima”;

“A vítima não sabe reconhecer os tipos de toque, ou o que é o ato sexual por falta de acesso à escola e à informação adaptada.”

“Desconforto da família em ‘conversar sobre o assunto’ – tabu.”

“Medo da exposição e do processo legal.”

Em dezembro de 2022, Eu me Protejo ganhou o prêmio Pátria Voluntária. Para saber mais sobre o projeto, acesse Eu Me Protejo.

O corpo da criança

Na Psicanálise, tratamos o corpo da criança como algo admirável ou, dizendo de uma forma mais absurda, sedutora. Mas é fato que a sua pele é mais macia, possui odor mais agradável e, por mais que não haja grandes curvaturas, tudo é mais bonito, mais rosado, mais rechonchudo, mais firme, menos peludo, mais higiênico, inclusive. Não é à toa que, quando vemos um bebê, a reação comum é fazermos caras de bobos, não conseguirmos parar de olhar, querermos apertar ou morder, certo?

Assim, começa o jogo entre os corpos das crianças e dos adultos, sem que sequer percebamos. As trocas de carícias, as repreensões, os incentivos à vergonha bem como à sexualização. E o sujeito enquanto criança não tem filtros, não tem discernimento, não tem capacidade crítica. Se o seu responsável, sem jeito ou com repugnância, não a ensina, o jovem estará sempre a mercê de uma outra figura adulta, que pode simbolicamente substituir o seu pai ou a sua mãe, “ensinando-a” de uma outra forma.

O abusador

Como falei no texto Poder e submissão: até que ponto o estado é efetivo contra a violência doméstica?, esse indivíduo vai sempre procurar alguém mais vulnerável que ele para fazer de vítima. O abusador é provavelmente alguém que já foi abusado, reprimido ferozmente ou que está fixado num modelo narcísico e, principalmente, onde não houve recalque. Em outras palavras, estamos falando de um sujeito que desenvolveu um outro tipo de estrutura psíquica para que pudesse sobreviver.

Para o abusador, a lei não intimida. O seu desejo está acima de todas as coisas e todos os outros são meros objetos. Ele impõe no outro o que o outro não quer. E se o outro não sabe o que quer, fica ainda mais fácil de impor o seu desejo, não? É aí que entra a importância do posicionamento das crianças.

‘Quem não sabe onde quer ir, qualquer caminho serve’
Criança exprimindo rejeição

A frase é de Lewis Carroll e serve para qualquer um, seja criança ou adulto. Mas, afinal, uma criança pode definir o que quer?

Por mais que a criança seja uma página em branco, onde nós adultos que a cercam tendemos a carimbar com as nossas crenças, ela tem o direito de escolha, de livre expressão, de dizer se se sente mais ou menos confortável com isso ou aquilo. A criança sempre vai tender a se sentir como os seus responsáveis se sentem ou se expressar também como eles se expressam. Afinal, os adultos funcionam como um espelho. Por isso, a necessidade do cuidado quando ensinamos e da comunicação clara, reduzida de ambiguidades.

Ela precisa entender o que é dela e o que é do outro, o que é confortável e o que não é, o que é necessidade dela e o que é necessidade do outro, que dizer sim e não são ambas opções, que nem todos os adultos vão protege-la e que ela deve procurar ajuda de alguém com quem se sente confortável toda vez que sentir desconforto.

]]>
https://blogdosaber.com.br/2023/05/02/projeto-eu-me-protejo-a-luta-contra-a-violencia-sexual-infantil/feed/ 0
Terror nas escolas: a iminência do ataque https://blogdosaber.com.br/2023/04/18/terror-nas-escolas-a-iminencia-do-ataque/ https://blogdosaber.com.br/2023/04/18/terror-nas-escolas-a-iminencia-do-ataque/#respond Tue, 18 Apr 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1303 Ler mais]]> Nos últimos meses, estivemos sendo surpreendidos por ataques realizados nas escolas do Brasil. Um drama que tem acometido todas as famílias constituídas por crianças e adolescentes. “Será que meu filho corre perigo?”

Atos violentos

A gente pode tentar o que for para evitar a raiva, ou melhor, evitar transparecer a raiva. Mas, não se engane, ela está ali. É na forma como ela vai sair do seu corpo que está a questão. A gente acha errado, não quer sentir, e acabamos reprimindo-a. O fato é que a pulsão agressiva faz parte da natureza humana, do instinto de sobrevivência. E se a gente não souber como lidar com ela, em algum momento, ela vai nos dominar.

“Extravasa! Libera e joga tudo pro ar!”

Não é preciso dominá-la, mas extravasá-la. De alguma forma que, dentro de uma civilização, seja aceitável. Há várias formas de fazer isso: brincando, principalmente em jogos de disputa, praticando exercícios físicos, em especial os aeróbicos, dedicando-se a algum tipo de atividade artística, como o teatro, a música ou a pintura, ou até mesmo ocupando posições profissionais que requeiram um perfil de cobrança, como cargos de liderança ou de coach.

Existem diversas situações do dia a dia que colocam em xeque a nossa tolerância emocional. No frigir dos ovos, tudo aquilo que nos contraria está nos testando. Aí entra, então, o papel do reconhecimento bem como o da frustração na infância. Fundamentais para que o indivíduo compreenda que nem tudo na vida se tratará dele. Assim, os pais precisam entender que uma coisa é ter um ambiente controlado, que é o meio familiar. Outra coisa, totalmente diferente, é o fora da porta de casa. Lá, o indivíduo encontra todo tipo de situação e com os mais diversos tipos de pessoas. Ou seja, o sujeito fica exposto ao desconhecido, ao indeterminado.

Sim, é preciso dizer não!

Se as pessoas não entram em contato com a frustração desde a sua mais tenra idade e não sabe como extravasar a raiva proveniente daquele sentimento, será realmente difícil lidar com o que as contraria nas fases seguintes. Então, tudo pode acontecer, inclusive o inimaginável. A iminência do ataque, da explosão, do desabafo, estará sempre presente. E não só nas escolas, mas em qualquer lugar.

Porém, também é preciso reconhecer…

Toda criança precisa ser reconhecida como indivíduo. Precisa ser olhada, amparada. Ela deve se sentir importante, mas não a ponto de estar acima das outras pessoas. É uma questão de balanço.

Quando se trata de sobrevivência, tema também abordado no texto Poder e submissão: até que ponto o estado é efetivo contra a violência doméstica?, procuramos vítimas mais vulneráveis, menores que nós, mais fracas ou frágeis que nós. Por isso ataques a crianças são preferidos pelos agressores. Além disso, a escola é, muitas vezes, uma representação da nossa primeira exposição ao mundo real, onde sofremos bullying, onde somos forçados a estudar, a nos comportarmos, ou seja, onde somos contrariados constantemente. Uma planta piloto de frustrações.

E qual a saída do caos?

Se as famílias não são garantia de uma educação adequada, as escolas, necessariamente, têm que ter esse papel. Precisamos de instituições de melhor qualidade, que consigam dar atenção individual, envolvendo também as famílias. As atividades terapêuticas e o acompanhamento dos casos precisam fazer parte de uma rotina escolar. A infância é a fase de maior vulnerabilidade e de menor resistência. Se existe um momento de agir e ter êxito, é ali! E, afinal, que tipo de jovens queremos formar? E com que tipo de adultos queremos lidar?

]]>
https://blogdosaber.com.br/2023/04/18/terror-nas-escolas-a-iminencia-do-ataque/feed/ 0
O escancaramento do regime escravista no Brasil https://blogdosaber.com.br/2023/03/07/o-escancaramento-do-regime-escravista-no-brasil/ https://blogdosaber.com.br/2023/03/07/o-escancaramento-do-regime-escravista-no-brasil/#respond Tue, 07 Mar 2023 11:00:00 +0000 http://blogdosaber.com.br/?p=867 Ler mais]]> E o afloramento dos sentimentos de ódio

Extra extra!

A cada notícia que surge na imprensa, revelam-se sentimentos: reações que nós temos baseadas em referências que acumulamos ao longo das nossas vidas. Essas referências podem fazer jus a fatos, boatos ou a sentimentos exaltados por alguém que admiramos. Este último caso é evidenciado quando não há argumentos: a gente simplesmente se sente indignado, mas não sabe por que.

Eu costumo dizer que nada acontece por acaso. Ou seja, há um porquê para todas as coisas. Todas. Até para a uva-passa na farofa de natal! Mas o fato é que, se pararmos para analisar, todo mundo tem razão até certo ponto. 

Nos últimos dias, nós fomos bombardeados com a noticia dos trabalhadores resgatados em regime de escravidão no Rio Grande do Sul. Como eu moro em Bento Gonçalves, minha caixa de entrada do Whatsapp lotou. Todos queriam entender melhor o que estava acontecendo. E cada um com a sua reação. De brinde, recebi o vídeo do vereador Sandro Fantinel, de Caxias do Sul, que acabou sendo acusado de xenofobia. Bom, entre as mensagens que recebi, surgiu também o termo racismo.

Destilando o ódio
Ânimos exaltados em reação a notícia de trabalhadores em regime análogo ao de escravidão no RS

Se, por um lado, meus amigos de fora do estado do Rio Grande do Sul revelavam seu ódio pelas vinícolas envolvidas, do outro, meus amigos e demais Bento Gonçalvenses revelavam seu ódio pela proporção que a situação tomava e alguns, como o vereador, pelo povo que vem de fora “difamar a cidade” ou “fazer corpo mole”. Por um ou por outro, os ânimos seguem exaltados.

Darwin tinha razão?

O mais interessante é que quem menos se destacou nos bombardeios de informações foi a contratante direta Oliveira e Santana, da Bahia. Quando se fala em racismo e escravidão no Rio Grande do Sul, nos lembramos imediatamente do racismo, escravidão colonial e de afloramento dos sentimentos de ódio, certo? Mas tem um ponto crucial que não costumamos lembrar: a oferta do escravo negro ao patrão branco é sempre feita por alguém do seu próprio povo, que, inclusive, é negro. A questão aqui não é cor, mas poder. E sempre foi poder: quem tem mais bens ou ambições. Não é à toa que dizem que “só sobrevivem os mais espertos”. Na verdade, hoje, eu diria “vivem os mais espertos e sobrevivem os demais”.

Num mundo em que a competitividade cresce a cada hora que passa e a redução de custo é incentivada constantemente, quem não barganha, não é rei. E como sabe barganhar o colono italiano! Capitalismo selvagem? Pode ser. 

A teoria da relatividade
A equação quântica de Einstein

Quanto ao discurso do vereador, questionaram-me com bastante indignação “mas como é que eles pensam que o baiano não trabalha se o PIB da Bahia é maior que o do Brasil? E tão pensando que planejar festa também não é uma logística desgraçada?”. A minha resposta para a primeira sentença foi “o colono italiano poderia dizer que qualquer outro povo é preguiçoso”.

Cada um tem as suas referências, certo? O colono italiano trabalha de manhã, de tarde, de noite, feriado, não importa. A cultura que se desenvolveu na serra gaúcha e em grande parte do Rio Grande do Sul é de ter mais de um emprego, além das atividades domésticas. é um povo que trabalha muito, guarda muito e curte pouco. Os serviços oferecidos em casas são caríssimos, simplesmente porque todo mundo faz tudo. Eles se viram com tudo. Então, a demanda para a contratação desses tipos de serviço cai e o preço sobe.

A organização também é muito evidente para quem vem de fora. Até as áreas mais pobres parecem ter uma certa disciplina. E o que eu quero dizer com tudo isso? Que essa é a cultura do colono italiano e seus descendentes. Essa é a referência desse povo e tudo o que for diferente disso será criticado, inclusive, entre eles mesmos. Claro que, como eu disse anteriormente, nada surge do nada. O colono italiano é extremamente religioso. E o que vem com a religião? Culpa, sacrifício, purificação (limpeza). Mas isso seria assunto para outro artigo, certo?

Tudo farinha do mesmo saco!

Na contramão, vem o nordestino, indignado, sentindo-se humilhado, cansado da exploração. Mas não era baiano? Pois é, mas convenhamos: já ouvi de muitas pessoas daqui do sul que da Bahia para cima, é tudo baiano. Tudo bem, porque nós também dizemos que do Paraná para baixo é tudo “gente do sul”, como se não houvesse diferença entre os estados. Estamos quites. A generalização faz parte. Afinal, tudo o que é diferente daquilo que conhecemos é o estranho. 

Sobre ser ignorante

A exploração do nordeste começa, claro, com o tipo de colonização e segue com a politicagem. Sim, porque na política também é importante manter pessoas pobres e ignorantes, de preferência uma boa fatia, que serão mais facilmente manipuladas. E segue a lei do mais forte. Não que o sul esteja livre da ignorância, mas digamos que se tratam de ignorâncias diferentes. Na ignorância, fazemos não importa que tipo de negócio na intenção de garantirmos o que entendemos como a “nossa sobrevivência”. A essência da ignorância é essa: não importa o que. É como aprendemos que deve ser. Veja bem “como aprendemos”, não significa que seja o correto, o justo ou o ético. 

Resolvendo as diferenças?

Diversos outros temas que contribuem para as diferenças entre os povos poderiam ser abordados aqui, como por exemplo a disponibilidade de terras férteis, a manutenção dos dialetos e costumes, a qualidade do ensino nas escolas, a necessidade ou não de estudos para sobreviver, o clima etc. A questão que eu gostaria de propor aqui é “por que?”. Por que alguém é assim ou assado? O nordestino age assim por que? O sulista faz assado por qual motivo? E o fato é: não por acaso. Nunca é por acaso. A resposta pode ser rasa, como “é um preguiçoso!” ou “é um xenófobo babaca!”. Pode. Mas é importante termos em mente que análises superficiais nunca solucionam problemas e o afloramento dos sentimentos de ódio continua a existir, infelizmente!

]]>
https://blogdosaber.com.br/2023/03/07/o-escancaramento-do-regime-escravista-no-brasil/feed/ 0
O tal do diagnóstico: afinal, o que tenho? https://blogdosaber.com.br/2023/02/21/o-tal-do-diagnostico-afinal-o-que-tenho/ https://blogdosaber.com.br/2023/02/21/o-tal-do-diagnostico-afinal-o-que-tenho/#comments Tue, 21 Feb 2023 11:00:00 +0000 http://blogdosaber.com.br/?p=683 Ler mais]]> Todo mundo quer saber o que tem. Afinal, qual o meu problema? E quando finalmente descubro… e, agora, o que faço com isso? 

Sobre o diagnóstico

Pois é. De fato, o diagnóstico é importante para direcionar o tratamento, mas, à exceção dos casos que requerem acompanhamento médico, ele não é fundamental. Afinal, se fosse, só seria possível iniciar um tratamento psicanalítico a partir do diagnóstico. Mas, na prática, a história é outra. 

Em muitos casos, levam-se anos para identificar a qual estrutura psíquica pertence o sujeito. E isso a matemática explica: existem infinitas combinações de fatores que nos levam a perceber as coisas de diferentes formas. Tratam-se de pessoas, ambientes e experiências em muitos diferentes formatos e intensidades. Tudo isso compõe o indivíduo. Portanto, da mesma forma que os números racionais são infinitos, ou seja, eu tenho 1 e 2, mas também 1,999999, as bordas entre uma estrutura e outra são extremamente estreitas. 

Uma neurose obsessiva, por exemplo, pode beirar uma psicose. E é por isso que mesmo pessoas não psicóticas, podem vivenciar eventos de delírio ou momentos de negação da realidade. 

A fuga do real

Bom, se parássemos para analisar minuciosamente a nossa psique, perceberíamos que, mesmo num indivíduo neurótico, a fuga do real é constante. E, que, alias, somos especialistas em desenvolver e viver fantasias. Mas, pasmem, não é isso que define um indivíduo paranoico! A fantasia, na verdade, é um recurso que barra a paranoia… Opa, que confusão! Pois é, chegar a um diagnóstico, de fato, não é moleza. Mas qual a lição dessa história, afinal? 

As fases e os seus sintomas

A estrutura ou o diagnóstico não pode ser aquilo que define o sujeito. Aliás, nada define o sujeito. Até porque, como diria Heraclito, não se entra duas vezes no mesmo rio. Estamos em constante transformação. Mais ou menos evidentes, dependendo de quem se trata. 

As fases pelas quais o indivíduo vai passando durante a sua vida podem alterar os sintomas. Mas a questão principal aqui é que o sujeito pode transitar entre diferentes estruturas, apresentando traços de caráter distintos: são as formas que o indivíduo encontra para lidar com suas angústias, com o simples intuito de sobreviver. No final das contas, é isso que importa: como o sujeito lida com os seus sintomas. Não importa quais recursos ele utilizou. Quanto mais recursos ele utilizar, maiores serão as suas chances de sobreviver.

]]>
https://blogdosaber.com.br/2023/02/21/o-tal-do-diagnostico-afinal-o-que-tenho/feed/ 6