Arquivos viagem - Blog do Saber https://blogdosaber.com.br/tag/viagem/ Cultura e Conhecimento Fri, 08 Mar 2024 12:04:25 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.3 Amar-se https://blogdosaber.com.br/2024/03/13/amar-se/ https://blogdosaber.com.br/2024/03/13/amar-se/#respond Wed, 13 Mar 2024 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=4335 Ler mais]]> Uma viagem em busca de si mesmo
Amar-se: Uma viagem em busca de si mesmo.

UMA VIAGEM TODA SUA! Que delícia é viajar! Fazer os preparativos, escolher o roteiro, procurar informações sobre os melhores lugares para se hospedar, os pontos turísticos…. Mas, e quando a viagem tem como destino você mesmo?. Como fazer as reservas, preparar as malas e cair na estrada?. Por tanto, pois é nesse tour que vamos embarcar. E de primeira classe!.

Contudo, quero que você se acomode da forma mais confortável em seu assento para percorrer esse caminho em direção a sua autoestima. Todavia, Amar-se é, assim, entender que cada pessoa se constrói por meio de convivências, situações, amores e de toda sua história de vida. Porém, é necessário deixar para trás crenças e comportamentos impostos pelos outros que apagam sua essência e limitam quem você é. Amar-se: uma viagem em busca de si mesmo traz um percurso em direção ao seu universo particular.

Um caminho que levará você a abandonar ideias, conceitos ou pessoas que nunca somaram, e só fizeram com que você se diminuísse e deixasse de acreditar em suas reais capacidades. Se você quer descobrir como melhorar para, finalmente, amar com a alegria de quem nasceu para ser livre e feliz, é hora de embarcar… Afivele seu cinto de segurança, pois a nossa viagem já vai começar.

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Música https://blogdosaber.com.br/2024/02/27/musica-magia-viagem-alegria-saudosismo-cultura-fases-de-transicao/ https://blogdosaber.com.br/2024/02/27/musica-magia-viagem-alegria-saudosismo-cultura-fases-de-transicao/#comments Tue, 27 Feb 2024 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=4225

Qual a trilha sonora de sua vida?

Nem sei se chamarei esse texto de crônica, mas sei que vou falar de algo que todo mundo gosta e que faz parte de nossas vidas desde sempre, a música.

Não se preocupem, pois não vou falar se estilo A é melhor que B, pois a música, para mim, vai além de molduras. Sua verdadeira importância se dá pelo que ela representa em nossas vidas, seja uma memória, uma viagem no tempo, um evento importante. Leiam e vejam se concordam!

Quando nascemos, temos as músicas de ninar que nos acalentavam até o soninho. Hoje, acompanhando o crescimento de meus sobrinhos, vejo quem domina essa parada é a Galinha Pintadinha e o Mundo Bita, não é mais a cantoria ao vivo dos familiares.

Quando criança, como não lembrar daquelas cantigas que nos faziam felizes: (senhora dona Cândida, o homem bateu em minha porta, etc.) São músicas, que por mais insignificantes que pareçam, nos trazem fortes recordações. Assim como as músicas-tema dos desenhos animados (Cavalo de Fogo, os clássicos da Disney, Ursinhos Carinhosos e tantos outros).

Outro dia achei um perfil nostálgico no Instagram com alguns dos grandes sucessos e, eu sabia a letra de todos. A música tem esse poder de “fixação” em nosso cérebro. Por tal razão, muitos cursinhos preparatórios a utilizam para fixar alguns assuntos na mente dos alunos.

Gênero musical vem de berço?

Meus pais sempre adoraram música, no gênero que gostavam: papai, apreciava o que chamamos de “brega.” Nomes como Noite Ilustrada, Waldick Soriano, Nelson Gonçalves, Silvinho, sempre eram ouvidos em nosso lar. Já mamãe, era do estilo romântico, Roberto Carlos e Julio Iglesias, principalmente e o “pop” de sua época, com aqueles conjuntos musicais: “Os Fevers, Os Incríveis, “Renato e Seus Blue Caps,” a turma da Jovem Guarda, que também aprendi a gostar. Sei as músicas de cor.

Um fato curioso sobre isso: Lembro que quando eu trabalhava no hospital em Lajes, um amigo taxista veio me pedir para escrever uma carta romântica para a pessoa que ele estava interessado. Pois bem, eu também querendo me divertir com aquela situação inusitada, comecei a escrever uma carta com pedaços de músicas bregas. Vocês imaginem como ficou essa missiva! Toda semana ele me trazia a “carta-resposta” e pedia para eu escrever outra. Eu ficava mordendo minhas mãos, para não desabar na risada, mas fato é que funcionou. O casal vingou, até que a morte os separou, literalmente. Ele já descansa com o Senhor.

Meus vizinhos em Lajes (alguns já se foram), sempre tiveram o hábito de colocar a música em mais alto volume e isso me deixava louca com tanto mau gosto. Nunca vi tanta música “curiosa”, mas nada comparada ao que se ouve hoje, pelo amor de Deus. Há músicas que são mesmo desagradáveis, como aquelas baixarias que narram uma relação sexual de forma grotesca. Nem sei se devo chamar isso de música.

A adolescência musical

Bem, pessoalmente, tive um clique em meus gostos musicais durante adolescência. Naquela fase de “rebelde sem causa” ouvia Rap com minha irmã e minha prima. Sim, ouvíamos e dançávamos parecendo umas baratas que tinham acabado de levar uma borrifada de Baygon, mas passou.

A minha cantora preferida era Joanna e eu até a dublei na escola, mas gostávamos mesmo de ouvir nossos nordestinos com suas letras reflexivas (Zé Ramalho, Alceu Valença, Geraldo Azevedo e nossa diva-mor, Elba Ramalho. Gonzaguinha, Gal, Caetano, Maria Bethania e Gil também faziam parte do repertório).

Lembro também que, durante a adolescência, todo mundo tinha que gostar de Legião Urbana. Parece que gerava um certo “respeito” dizer que gostava deles. Então, algumas músicas eu até apreciava, mas para dar uma de “do contra”, dizia que não. Sim, essa era eu, adolescente.

Então, eram os anos 90. Aquelas músicas “dance” estouraram: Corona (até hoje quando escuto, parece que o esqueleto obedece a um comando mental, pois começa a se mexer involuntariamente), Double You, Eurythimics, Red Velvet “Oh lady don’t cry”, dentre outros sucessos tidos como “Eurodance.” Sem falar nas trilhas sonoras dos filmes e das novelas. Naquela época, não existiam redes sociais e quem comandava o show era mesmo a turma do plim-plim.

Já mais adulta, meus términos eram embalados por “Trocando em miúdos ” (na voz de Emílio Santiago e Alcione) e “Atrás da Porta” de Elis Regina, em que eu chorava junto com ela, que cantou com a alma sangrando, dizem, ainda com dor de cotovelo por causa de Bôscoli.

A música tem um poder que desconhecemos. Elas marcam épocas, momentos, gerações.

Quem não lembra da música que tocava quando nosso querido Ayrton Senna vencia a corrida de Fórmula 1? Acredito que quem o acompanhava, quando ainda ouve aquele som (deixo o link) sente uma nostalgia boa, de um tempo em que um brasileiro trazia tantas alegrias para nosso povo. Semelhante também eram as músicas da Copa do Mundo, na ocasião em que um país inteiro se unia em torcida!

Assim como no Brasil, aqui nos EUA também acontece o mesmo. Uma das “música-hino” é “Don’t Stop, Believing’” da banda Journey. Eu AMO, até porque sou apaixonada por Steve Perry, o ex-vocalista.

Essa semana, falava com meu amigo cronista e radialista de Teresina, Chagas Botelho, sobre o documentário que a Netflix lançou sobre a música “We are the world” onde renomados artistas se reuniram para arrecadar fundos e ajudar a combater a fome na África. Foi uma música produzida com um propósito muito nobre e que deu certo, naquele momento difícil. Outros grandes concertos beneficentes aconteceram ao longo das décadas, com a música como produto principal, pois ela tem uma linguagem universal, que toca qualquer pessoa.

Músicas temáticas

Não sei vocês, mas há músicas que fazem chorar. Geralmente, aquelas católicas que se costuma cantar durante as cerimônias de despedidas finais, tal qual “Ninguém te ama como eu.” Tocam no fundo da alma e abrem a represa de lágrimas. Outro exemplo, é a música composta por Elton John, durante o funeral da Princesa Diana. Não tem como não ouvir “Candle In The Wind” e não lembrar daquele fatídico dia.

Os louvores, as músicas sacras, que enchem nosso coração de ternura, a marcha nupcial e os cânticos religiosos também detêm esse poder que não sei descrever com palavras: o de mexer com seu psicológico, com seus sentimentos, de enaltecer e entristecer o coração. Isso é a música, que dizem, ter sido inventada pelo deus Apolo, mas creio que é uma das muitas linguagens que o próprio Deus usa para falar conosco.

A música nos faz viajar

Quando vou visitar um país, cujo grande peso cultural é a música, procuro ouvir algo que me remeta àquele lugar, para que eu “entre em sintonia” antes. Podem achar loucura, mas comigo, funciona. Deve ser por isso que me adaptei rapidamente aos EUA, pois sempre ouvi muito a música americana.

Pois bem, no verão do ano passado, passamos um mês inteiro na Europa, tendo permanecido mais tempo numa pequena cidade italiana chamada Civitavecchia. Como em toda antiga cidade da Itália, havia muitos prédios com janelas antigas, as “finestras,” como eles chamam.

Uma música que ficou em minha mente e em meu coração foi “Marechiare” (composta em 1886), que diz que “quando nasce a lua no mar calmo, também os peixes fazem amor… Tem uma janela e a paixão está lá”.  Quando Carreras canta o refrão, parece que está tendo um ápice durante um colóquio amoroso. Sempre que a ouço, imediatamente, minha mente me transporta para aquele lugar, como num passe de mágica.

Do flamenco para a valsa.

Em Barcelona, a primeira coisa que vimos ao chegar, foi um conjunto de músicos tocando e dançando flamenco, a dança local, que mexe até com sua alma. Postei em minhas redes sociais dizendo que com essa recepção nem precisava dizer onde estava, porque a música fala por si e faz parte da característica de um povo.

Em Viena, as músicas clássicas ditavam o ritmo e o glamour da cidade. Afinal, alguns dos grandes compositores mundiais (Mozart, Schubert, Strauss, Brahms, Fahrbach e tantos outros), vieram da terra da valsa. Em Budapeste, da mesma forma. Quem já não ouviu falar da valsa “Danúbio Azul”?

Creio que quando os turistas chegam ao Brasil, esperam ouvir aquele samba bem feito, que tocava nos bares do Rio de Janeiro, antigamente.  Não há como não se falar em cultura sem passar pela música. Como é um tema muito longo, eu escreveria um verdadeiro tratado sobre isso, mas vou finalizar.

A conexão pela música

Longe de casa, a música é uma maneira de me conectar com meu país. Não sei se vocês já viram a apresentação dos Três Tenores cantando Aquarela do Brasil, uma de nossas mais lindas músicas, composta por Ary Barroso. Bem, quando estou com muita saudade de minha pátria, a coloco no maior volume nos fones de ouvido e, imediatamente, meu corpo reage, arrepiando todos os pelos dos meus braços.

Enfim, meus amigos, o que quero dizer é que a música tem um poder de curar e adoecer um coração. Eu consigo mudar meu humor através dela e desafio vocês a fazer o mesmo.

Tenho várias playlists: para escrever, para dançar, para sambar (gosto de Belo), a gospel, a de momentos românticos, só violão, só clássica e da era de ouro da música que traz o jazz e outros gêneros, bem como esses cantores atuais. Sou eclética e acredito que para cada ocasião há uma música especial.

Agora me fale sobre alguma música que lhe tocou, de alguma forma, e o motivo dela ser especial para você:

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Amanhecer https://blogdosaber.com.br/2024/01/23/amanhecer-vida-paris-viagem-sol-mensagem-ensinamentos-pessoa-taxi-metro/ https://blogdosaber.com.br/2024/01/23/amanhecer-vida-paris-viagem-sol-mensagem-ensinamentos-pessoa-taxi-metro/#comments Tue, 23 Jan 2024 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=3877 Ler mais]]>

Amanhecendo nas alturas

O amanhecer é uma das coisas mais mágicas que já pude contemplar. O mundo tem muita magia, basta darmos pequenas pausas, para a percebermos em todo lugar: É a flor que desabrocha em cores que só Deus tem capacidade de matizar, é o canto dos pássaros, o riso cristalino de uma criança, o som da chuva….

São tantas coisas, mas para mim, a magia mais extraordinária de todas, é o amanhecer.

Infelizmente, nossa vida cheia de urgências e coisas inadiáveis não nos dá tempo para apreciar o que temos ao redor. Nosso amanhecer já começa cheio de responsabilidades, de compromissos e correrias.

Certa feita, estava indo de avião para Paris. Como não durmo bem nessas latas de sardinhas voadoras, estava olhando pela janela quando flagrei o surgimento de um facho de luz no horizonte, quebrando a escuridão da noite.

Era o sol, nascendo “lá embaixo” trazendo tons dourados numa faixa luminosa, como se dividisse o horizonte em dois. Depois, as cores foram se espalhando lentamente, como se estivessem com preguiça e antes do astro aparecer completamente, o avião pousou.

Nunca vi outra cena igual, por isso ela é para mim, inesquecível, especial. Foi um amanhecer, “nas alturas”, contudo, um amanhecer.

Enquanto esperava, pacientemente, as malas na esteira, no aeroporto Charles de Gaulle, pensava na simbologia daquele momento tão lindo e nas reflexões ele tem: Amanheceres são recomeços. Um novo dia sempre será uma nova oportunidade para iniciarmos nossos projetos, fazermos o que não conseguimos no dia anterior ou consertar algo que “quebramos.”

Amanheceres

Então, comecei a pensar nos diferentes amanheceres que vivenciei. Lembrei de um amanhecer numa maternidade, como acompanhante de minha prima, na ocasião em que ela teve bebê. A criança chorava tanto, acredito que de alegria por ter vindo ao mundo, que cogitei naquele momento nunca ser mãe.

Também recordo de alguns amanheceres abençoados nas vigílias das igrejas, cuja animação era tamanha, que nos deixava acordados com muita alegria.

Pegando o sol com a mão

Não. Nunca tive um amanhecer naquelas festas carnavalescas ou de grandes cantores com aquelas super produções, onde as pessoas, cansadas, mas felizes (acredito) postam “pegando o sol com a mão.”

E para esse tipo de festa, “não me convide, passe longe de mim num raio de dez mil metros,” como diz a humorista Julinha Joia, pois eu não tenho idade, nem paciência para tal.

Um outro momento peculiar foi há muitos anos, na minha fase universitária, onde tive um amanhecer “On the Wings of Love” (nas asas do amor), como diz a música de Jeffrey Osborne, mas não vou entrar em detalhes, pois aqui não é Whattpad, onde predominam os contos hots.

E o que dizer de meus produtivos amanheceres do “saber” quando via o dia clarear estudando para a prova da Ordem… Quantas memórias!

Quando o amanhecer é difícil…

Mas, convenhamos, nem todo amanhecer é assim, agradável. Como qualquer pessoa comum, tive amanheceres difíceis, que são também memoráveis: o amanhecer da aflição, quando minha irmã foi ter bebê e o parto parecia que não tinha fim; o amanhecer da incerteza, quando acordava com um problema que não conseguia resolver. O amanhecer do luto, quando recebi a notícia que meu pai havia falecido e o amanhecer do adeus, quando passei a noite com familiares, velando o corpo de minha mãe.

Ainda assim, em todas essas ocasiões, o sol nasceu, brilhante, irradiando luz, como se me acalentasse ou segurasse minha mão, me dando apoio e forças para continuar.

E é essa, a magia da vida! Sempre desejamos que nosso amanhecer seja feliz, mas temos que ter sabedoria e resiliência para atravessar os que não são e prosseguir na caminhada.

Amanhecendo com a cidade de Paris

Ainda no aeroporto, muito bem decorado com relógios patrocinados pela Rolex, pegamos as malas e fomos para o local dos taxis, que tinham amanhecido esperando por nós, seus passageiros. Demos o endereço do hotel e fomos enfrentando o engarrafamento das primeiras horas do dia.

Ao adentrar no centro de Paris, nos famosos “arrondissements,” a cidade amanhecia conosco: os comerciantes abrindo os Cafés e boulangeries, colocando as cadeirinhas nas calçadas, gente apressada para pegar o metrô, jogando a fumaça de seus cigarros para cima, antes de desaparecerem numa das muitas entradas em art noveau. O cheiro do café e de baguete no ar, que nos saudava naquele frenesi de uma cidade acordando.

Antes de chegarmos, ainda tive tempo agradecer a Deus por cada amanhecer que tive, que me fizeram a pessoa que sou (e continuará me transformando até o último momento). Enfim, ainda tentei imaginar “de quantos amanheceres serão minha vida?”

E você, já teve um amanhecer memorável? Se puder, conte para mim.

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O que não fiz https://blogdosaber.com.br/2023/09/29/o-que-nao-fiz-o-sono-que-nao-dormi-o-sonho-que-nao-sonhei-a-carta-que-nao-escrevi-os-passos-que-nao-dei/ https://blogdosaber.com.br/2023/09/29/o-que-nao-fiz-o-sono-que-nao-dormi-o-sonho-que-nao-sonhei-a-carta-que-nao-escrevi-os-passos-que-nao-dei/#respond Fri, 29 Sep 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=2572 Ler mais]]> Hoje na coluna POESIAS o autor Leôncio Queiroz, com muita inspiração e sabedoria, faz um belo jogo de palavras com o tema: O que não fiz. O que não fiz e o que deixei de fazer é tudo e só o que me arrependo nessa vida. Com muita desenvoltura ele trata desse tema com leveza, e iluminação. Então, leia com atenção e fique agora com essa linda poesia desse grande artista potiguar.

O que deixei de fazer

O sono que não dormi

O sonho que não sonhei

A carta que não escrevi

Os passos que não dei;

Me arrependo pelo que deixei de fazer

O filme que não assisti

O abraço que não abracei

A batalha que não insisti.

O não que não dei;

O que deixei de fazer

A comida que não comi

O amor que não amei

O livro que não li

O prato cheio que não dei;

A saudade que não senti

A esmola que neguei

A viagem que não fiz

O adeus que não dei;

O que deixei de fazer

Os lugares que não fui

O chão que não pisei

O amigo que não fiz

A festa que me ausentei;

O cavalo selado que não subi

A oportunidade que descartei

A humildade que não protegi

O perdão que não perdoei;

O que deixei de fazer

O pecado que cometi

Os serviços que neguei

O olhar para mim, que não vi

O olhar que não olhei;

As músicas que não ouvi

As danças que não dancei

O sorriso que não sorri

As gargalhadas que não soltei;

A porta que não abri

O aperto de mão que não dei

A mão que não estendi

O sim que não falei;

O que deixei de fazer

O pedido que não fiz

A lua cheia que não olhei

O pôr do sol que não vi

A gratidão que não externei;

O conhecimento que não aprendi

A ignorância que não eliminei

O silêncio que não fiz

As lágrimas que não derramei;

Me arrependo pelo que não fiz

Os estudos que não conclui

O beijo que não beijei

Os frutos que não colhi

São as sementes que não plantei.

Autor- Leôncio Queiroz

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Como arrumar a mala de viagem! https://blogdosaber.com.br/2023/07/12/como-arrumar-a-mala-de-viagem/ https://blogdosaber.com.br/2023/07/12/como-arrumar-a-mala-de-viagem/#respond Wed, 12 Jul 2023 12:13:59 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1833 Ler mais]]> Uma mala perfeita, para uma viagem perfeita! Eu sei que existe uma dúvida que permeia seus pensamentos: Como arrumar a mala de viagem! Por isso, estou aqui para sanar essa dúvida de uma vez por todas! Com esse passo-a-passo você não irá mais errar.

1. Como escolher as peças

Para onde você vai? O clima lá é quente ou frio? E como estará a temperatura durante sua estadia? É uma viagem a lazer, trabalho ou os dois? Os passeios serão durante o dia ou a noite. É algo mais tranquilo ou mais badalado? Você passará exatamente quanto tempo lá?

Essas dúvidas que não podem deixar de ser respondidas, pesquisar bastante sobre o lugar que você irá é extremamente importante, portanto, não economize na hora de buscar informações sobre o destino e também as programações que já foram escolhidas (isso é bem comum em excursões e cruzeiros).

Com essas informações você já saberá que tipo de peças escolher, se são tecidos mais leves, mas pesados

2. Vista as peças

Um erro clássico é apenas imaginar como as peças irão funcionar. Mas na prática, não é sempre que isso acontece. Lembre-se, pode ser que as peças não fiquem bem juntas. Agora, imagina descobrir isso na hora de sair para visitar aquele lugar que você sempre sonhou conhecer? Seria um desastre. Por isso, sempre vista o look escolhido para ter certeza que ficou bom.

3. Defina uma cartela de cores

Se você ainda não fez uma Análise Cromática e não sabe as cores que mais combinam com você, uma solução é optar pelas Cores Universais, pois elas combinam com praticamente todo mundo e combinam muito bem entre si.

Essas cores permitirão que você combine melhor as peças escolhidas , fazendo com que, mesmo que algo não funcione, automaticamente você já tenha um substituto.

4. Check list

Eu sei que sua memória é boa, ainda assim, pensar em tantos por menores, tendo a rotina acelerada da atualidade é um desafio.

Por isso, faça um Check list, você ficará surpreso com os itens que teriam ficado fora da mala se você não tivesse usado essa ferramenta tão fantástica!

5. Não deixe para última hora!

Arrumar uma mala de viagem perfeita não é algo para ser feito as pressas. Por isso tire um tempinho antes da viagem para organizar tudo e use o check list para saber se está faltando algo. Organizar-se com tempo, possibilita que você adquira os itens faltantes.

6. Itens de Higiene

Para uma mala perfeita precisamos também pensar em espaço e algo que ajuda a economizar espaço é levar itens de higiene em miniatura. Eles economizam espaço e são o suficiente para passar alguns dias longe de casa, além de serem lindos, né?

Você pode optar por kits que já são vendidos em miniatura, mas também, usar aqueles kits que são criados para serem preenchidos, veja nas imagens abaixo.

Kit de Viagem Braé
encontrado em https://www.amazon.com.br/BRA%C3%89-Bra%C3%A9-Divine-Kit-Travel/dp/B09582G9S2/ref=asc_df_B09582G9S2/?tag=googleshopp00-20&linkCode=df0&hvadid=396952668444&hvpos=&hvnetw=g&hvrand=1308959236993724224&hvpone=&hvptwo=&hvqmt=&hvdev=c&hvdvcmdl=&hvlocint=&hvlocphy=1001662&hvtargid=pla-1407256277656&psc=1

Kit Ricca

Encontre em https://www.amazon.com.br/BRA%C3%89-Bra%C3%A9-Divine-Kit-Travel/dp/B09582G9S2/ref=asc_df_B09582G9S2/?tag=googleshopp00-20&linkCode=df0&hvadid=396952668444&hvpos=&hvnetw=g&hvrand=1308959236993724224&hvpone=&hvptwo=&hvqmt=&hvdev=c&hvdvcmdl=&hvlocint=&hvlocphy=1001662&hvtargid=pla-1407256277656&psc=1

7. Não exagere na quantidade de calçados

Nós sabemos que os calçados ocupam um espaço considerável na mala. Portanto, escolha para o aerolook algum calçado mais volumoso, como tênis ou bota. Leve na mala um chinelo, uma boa rasteira e uma opção de sandália arrumada. Escolha também cores curinga, para que essas poucas opções, sejam o suficiente. Se for um local muito frio, é provável que você precise levar mais que uma bota e caso seja uma viagem informal para um clima mais tropical, talvez até dispense a necessidade de uma sandália de salto alto. Por isso, nosso ponto de partida de como arrumar a mala de viagem é entender bem o destino e a programação.

Quer saber mais? Fala comigo. Eu amo guiar pessoas e ajudá-las a alcançar melhorias na sua vida, afinal cuidar da imagem é uma forma de declaração de amor próprio. partindo da importância da imagem, por isso, siga-me no Instagram @julyettorodrigues. Vou amar te receber por lá! Até mais! bjOs!

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Uma Viagem Sem Volta ao Meu Interior https://blogdosaber.com.br/2023/02/15/uma-viagem-sem-volta-ao-meu-interior/ https://blogdosaber.com.br/2023/02/15/uma-viagem-sem-volta-ao-meu-interior/#respond Wed, 15 Feb 2023 11:49:28 +0000 http://blogdosaber.com.br/?p=582 Ler mais]]>

A nossa coluna DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL desta quarta-feira aborda um assunto de suma importância.

De acordo com as mudanças comportamentais e o novo estilo de vida pós pandemia as pessoas não apenas precisam, mas acima de tudo desejam conhecer profundamente o seu eu interior. Já que essa é a maior e mais gratificante que alguém pode fazer em sua jornada celestial.

Para  desenvolver-se na sua evolução espiritual. Por isso lhe convido a ler o texto completo a seguir, refletir e fazer o seu juízo de valor. 

Quando me aposentei, pensei comigo mesmo: agora vou andar por aí, conhecer lugares que sempre tive vontade de visitar, fazer uma grande viagem.

Imaginei-me andando pelas ruas, conversando com as pessoas, observando seus costumes, assistindo a espetáculos teatrais, saboreando pratos típicos, deslumbrando-me com as diversas manifestações culturais.

Selecionei vários roteiros de viagem, programei e realizei algumas delas. É sempre muito bom viajar, não acha?

De repente, todos nós fomos surpreendidos com uma pandemia que tolheu nossa liberdade.

Que lástima! Quando viajo, liberto-me de muitas coisas: da rotina, do comodismo, das preocupações e até mesmo das obrigações.

De uma certa forma, viajar era um projeto prioritário para mim.

Sabe aquela ideia de não morrer antes de conhecer algumas maravilhas do mundo? Confesso que fiquei desalentado!

Depois de alguns meses de pasmaceira, iniciei uma viagem inusitada: “sem lenço, sem documento, nada no bolso ou nas mãos”, segui em direção a mim mesmo. E por que não? uma viagem sem volta ao meu interior.

Em primeiro lugar, arrumei minha cabeça, já que, numa viagem dessa natureza, ela é a mala que eu não poderia esquecer de forma alguma.

Muitos pensamentos vieram à tona: o que faço aqui no meio dessa pandemia?

Como manter a minha saúde física e mental sem a liberdade de ir e vir?

Qual será o meu foco? Que decisões deverei tomar para que minha vida não perca o sentido e com quais objetivos?

Com essas e muitas outras indagações na mente, fui tentando me adaptar ao meu novo estilo de vida.

Eu praticava natação, mas resolvi me afastar da academia que frequentava até a situação melhorar.

Então retomei um sonho antigo: aprender a andar de bicicleta.

Passei a treinar diariamente, caí algumas vezes.

Não desisti até conseguir o equilíbrio necessário para executar as manobras e adquirir autoconfiança.

Interessante como essa prática me trouxe de volta a sensação de liberdade e me proporcionou momentos de reflexão muito importantes.

No passeio de bicicleta, com o sol e o vento batendo em meu rosto, eu me senti mais integrada à natureza.

Minha percepção sensorial se aguçou e uma sensação de plenitude me envolveu.

Quando adquiri uma boa habilidade, resolvi fazer uma experiência: andar de bicicleta e meditar ao mesmo tempo.

Você pode me dizer: isso é impossível!

Obviamente não fechei os olhos, mas foquei meu olhar num ângulo de 45 graus e procurei me concentrar nos sons que vinham da natureza ao meu redor.

Depois passei a inspirar e, à medida que expirava, pratiquei o mantra “aum“.

Permaneço aprimorando essa experiência. Já consigo esvaziar bem a minha mente.

Associei essa prática a um programa de exercícios e meu corpo respondeu muito bem.

Qualidade de vida passou a ser uma meta muito importante para mim nessa pandemia.

Adquiri hábitos que até então não faziam parte de minha rotina diária. Não adoeci.

Prossegui com meu programa de autocuidado.

Afinal, o nosso corpo guarda, temporariamente, a nossa verdadeira essência.

Somos seres espirituais abrigados por um corpo físico.

Cuidar da mente e do espírito sempre foi essencial, mas em tempos de pandemia esse cuidado passou a ser uma condição “sine qua non” para nos mantermos saudáveis.

Todos nós sabemos que muitas pessoas enfrentaram e continuam enfrentando problemas psicológicos provocados pelo medo e pelo isolamento social.

Assim, decidi alimentar minha mente e meu espírito na busca por autoconhecimento, desenvolvimento de valores e descoberta e aperfeiçoamento de meus talentos.

Fiz vários cursos online e assisti a inúmeros vídeos por meio dos quais conheci pessoas muito especiais: músicos, filósofos, escritores, professores de yoga.

A leitura, a meditação e a música me permitiram manter o foco em meus propósitos e seguir o caminho adequado em direção a mim mesmo.

Tenho plena consciência de que o fato de ter formado uma vontade esclarecida e determinada durante toda minha vida foi e ainda é essencial para o meu crescimento espiritual.

Percebo claramente que ancorar nossa vida em momentos fugazes, meramente sensuais, ou vincular nossos desejos aos objetos e aos fins exclusivamente materiais é perder a chance de conquistar a nossa humanidade.

Muitas pessoas estão deixando o cavalo passar selado, alimentando o desejo de que a pandemia acabe para voltar à vidinha de sempre, sem abandonar o comodismo, o egoísmo e as futilidades que o mundo oferece.

Querem, como elas próprias afirmam, aproveitar a vida, ignorando que momentos fortuitos não favorecem a formação de uma conduta mais coerente, sólida, pacífica, solidária e verdadeiramente humana.

Não estou afirmando aqui que devemos nos tornar beatos, santos, yogues ou algo parecido.

Não me entenda mal, caro leitor.

Quero apenas chamar sua atenção para a importância do seu “eu interior”.

Ele é a sua verdadeira identidade! Descubra-o, desperte-o, depure-o, viva em sintonia harmoniosa com ele. Não desista dessa viagem. De minha parte, vou seguindo. Sei para quê estou aqui neste mundo.

E você?

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Valores https://blogdosaber.com.br/2022/11/30/valores/ https://blogdosaber.com.br/2022/11/30/valores/#respond Wed, 30 Nov 2022 22:28:52 +0000 http://blogdosaber.com.br/?p=121 Ler mais]]> A coluna de ponta-cabeça desta segunda-feira chama o leitor a uma reflexão no que diz respeito aos seus valores. Que valor você dá às coisas? Que valor você dá a cada decisão que você toma? Boa leitura!

Qual a sua definição de caro? E de barato? O que vale a pena comprar e o que não vale? Onde vale a pena ir e onde não vale? Quando está valendo fazer uma viagem e quando não está? Alguma aquisição com arrependimento?

Como justificar que para algumas pessoas seja tão fácil tirar o dinheiro do bolso e, para outras, um verdadeiro sacrifício, mesmo quando há para gastar? Muito simples, não é? Quanto mais dinheiro alguém tem, menos valor essa pessoa atribui a ele e vice-versa. Correto?

Mas e quando uma mesma pessoa abre a mão para determinadas coisas e fecha para outras de mesmo valor comercial? Ah, mas, aí, é uma questão de necessidade! Se você não necessita, não tem por que comprar, certo?

A MATEMÁTICA DO NEGÓCIO 

Veja bem, nem tudo é uma questão de matemática básica ou financeira. O que gastamos e como gastamos tem tudo a ver com o valor que atribuímos ao dinheiro, mas não necessariamente tem tudo a ver com o quanto ganhamos.

Quantas vezes você não gastou mais que o orçamento e ficou preso a dívidas ou à reclusão para poupar ainda mais gastos? E por que isso ocorreu? Necessidade? Puro desejo? Mas e o que dizer quando o desejo é tão forte que se torna necessidade? Você saberia distinguir?

CAFÉ

Eu e o meu namorado somos loucos por café. Ele sempre tomou. Três, até quatro vezes por dia. Já, eu tomava uma vez por semana. Até que fui morar em uma das cidades do Brasil mais diversificadas em café e mais empenhadas em espalhar a cultura de apreciá-lo.

Passei a frequentar as cafeterias da cidade durante o meu tempo livre e descobri sabores incríveis. Que eu nunca poderia encontrar nas garrafas térmicas dos escritórios ou do refeitório.

Resolvi me aprofundar um pouco mais e fiz o curso de barista. Identifiquei as diferenças entre o café tradicional e o especial bem como entre as formas de preparo, que podem manter ou alterar a qualidade da bebida. Para mim, desfrutar de um café de alta qualidade é uma grande satisfação. Traz-me sentimentos de conforto e de nostalgia.

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Relacionamento aberto https://blogdosaber.com.br/2022/11/30/relacionamento-aberto/ https://blogdosaber.com.br/2022/11/30/relacionamento-aberto/#respond Wed, 30 Nov 2022 20:38:17 +0000 http://blogdosaber.com.br/?p=86 Ler mais]]> É com muito orgulho e prazer que trago mais um texto inédito da nossa ex-colaboradora e fantástica cronista Ana Madalena para publicar, aqui na nossa coluna crônicas de todas as quartas-feiras do ano. Como sempre, é impossível não ter a curiosidade de ler do começo ao fim, não só pelo prazer, mas principalmente para ver até onde vai a sua imaginação. O título, relacionamento aberto não é, como sempre, o que imaginamos antes de começar a ler e sempre me surpreendo com o desenrolar de suas histórias. Por isso convido você a ler mais essa crônica maravilhosa dessa fenomenal escritora.

Que saudade das minhas viagens! Me orgulho em dizer que, quando planejo um passeio, sou disputada pelos amigos; dizem que na minha companhia não ficam entediados, nem sentem o tempo passar. Realmente, viajar, mesmo em pequenos grupos não é para qualquer um. Eu mesma me preparo alguns meses antes; estudo temas variados para entreter quem estiver por perto. Óbvio que sigo algumas regras, como não conversar assuntos delicados, muito menos pela manhã. Geralmente essa é a hora de conversar amenidades, contar algum sonho, eu mesma invento vários, embora na vida real não sonhe nunca. Ou se sonho, não lembro. O café da manhã tem que ser festivo, com sorrisos de bom dia. Claro que muitas vezes não são retribuídos; algumas pessoas só acordam depois das dez, mesmo que fisicamente já tenham feito várias coisas, desde as sete.  Não se brinca com o relógio biológico!


Gosto de dirigir,  fazer viagens onde possa conhecer caminhos e, sobretudo, ver paisagens (adoro a palavra “sobretudo”, dá um ar de sofisticação ao vocabulário, cada vez mais empobrecido). Viajar é uma oportunidade de aprender várias coisas e eu realmente me organizo para tirar o melhor proveito dessa experiencia; faço playlist, lanchinhos e meto o pé na estrada! A única coisa que me irrita é ter hora marcada. Geralmente viajo com hotel reservado somente na chegada e no meu destino final. O meio do caminho é sempre uma surpresa!


Não gosto de viajar de avião, principalmente voos longos. Quem gosta? Além de desconfortável, exige um grau de intimidade que me incomoda, principalmente quando meu assento é na fileira do meio, entre estranhos. Por mais que procure fazer as coisas com antecedência, selecionar meu lugar, as vezes acontece de grande parte dos passageiros terem me antecedido. E o percurso vira, no mínimo, um tédio. Geralmente levo um livro, o que me salva por algum tempo, e. rezo para que as pessoas ao meu redor não ronquem, o que invariavelmente acontece.


Nunca fiz um cruzeiro, embora seja um desejo antigo, mas fiquei com um pé atrás depois de ouvir sobre infecções alimentares e, mais recentemente, surtos de covid, etc. Acho que, tirando esses problemas, é uma viagem muito boa. Não ter que fazer e desfazer malas o tempo todo, além de ter uma estrutura que possibilite fazer mil coisas, é o melhor dos mundos.


O único meio de transporte que tenho fobia, ou melhor, claustrofobia, é o elevador. Sempre tive medo de entrar naquela cabine, desde quando, ainda criancinha, me mudei para um prédio, numa época quando ainda não era comum ter geradores residenciais.   Não, não foi na pré-história, se é o que está pensando. A verdade é que a sina de ficar presa em elevadores me acompanha desde então.


Na primeira vez , eu tinha sete anos de idade e vinha com minha irmã mais nova do colégio, no fim da tarde. Nós morávamos no terceiro andar, uma viagem até rápida, mas  mal entramos, faltou energia. Ficou tudo escuro e eu me desesperei. Ela, muito madura, segurou a minha mão e disse que não me preocupasse. Minha irmã sempre foi uma pessoa corajosa; nunca derramou uma lágrima por nervosismo, nem quando precisava  tomar injeção. Já eu, ao contrário, nasci com todos os medos! Dizem que os filhos mais velhos são um poço de insegurança, por causa da inexperiência dos pais, que depois do “estágio” do primeiro filho, tiram de letra os próximos. O primogênito que lute contra seus fantasmas, no meu caso, muitos!


E como exercício contra a timidez e medos bobos, meus pais me colocaram desde cedo para fazer um curso de música. Quer coisa mais aterrorizante do que se apresentar para uma plateia? Minha professora, percebendo que eu gostava de saber sobre a história por trás da música, aos poucos foi quebrando meu nervosismo, me incentivando a, antes da apresentação, comentar um pouco sobre a autoria da música a ser apresentada. Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida! Eu discorria sobre tudo, desde a vida do músico, em um grau de intimidade como se fôssemos os melhores amigos, até sobre questões técnicas da partitura. Isso quebrava um pouco minha timidez e dali seguia com menos medo de errar.


Trouxe esse ensinamento para minha vida. No colégio, eu sempre pedia para apresentar trabalhos, mesmo que na véspera não conseguisse dormir e chorasse de nervoso. Sou canceriana e “chorar” é quase como respirar; os sentimentos vêm antes de mim, para o bem e para o mal. E foi assim que me tornei uma pessoa comunicativa, embora tímida. Só eu sei o deserto que tive que atravessar para me tornar quem sou hoje.


Fiz intercâmbio em uma época que não era  comum. Ali eu realmente quebrei barreiras! Ter que conviver com pessoas de uma realidade totalmente adversa da minha foi, em princípio, um susto, mas também uma libertação. Eu não só tive que superar medos, como também superá-los noutra língua. Minha família estrangeira era maravilhosa, conversava bastante comigo e eu, envergonhada e sem saber o que falar, comecei a inventar histórias. O café da manhã era a minha hora da mentira;  eles prestavam atenção a cada detalhe do que eu contava. Lembro que meu “pai americano” sempre perguntava se a história era em cores ( inventei uma vez de dizer que sonhava em preto e branco) e se em inglês. No dia que respondi “yes” para as duas perguntas, ele me deu parabéns e disse que eu estava totalmente adaptada à minha nova vida. Nova vida? Quer dizer que posso ter mais de uma? Que maravilha!


Como já disse antes, sou canceriana. Levo esse signo muito a sério, até porque explica grande parte das minhas ações. Esse ano, pelos astros, vai ser um grande ano para mim! Dizem que Júpiter me atrapalhou nos últimos onze anos e finalmente mercúrio, que aqui comparo com minha professora de música, vem com tudo para abrir meus caminhos. E pelo que li, vai ser uma guinada daquelas! Novas oportunidades, desafios e, sobretudo (olha minha palavrinha preferida), uma nova vida! Há a previsão de eu viajar, para outro país! Um novo intercâmbio se abre para mim, só que dessa vez não ficarei com uma família. Depois do Airbnb, a possibilidade de me hospedar em um lugar onde possa “participar” diretamente da vida de outra pessoa é muito instigante. É quase como um relacionamento, onde inicialmente trocamos algumas informações, depois conversamos um pouco sobre nossos interesses e finalizamos quando ocupamos o espaço daquela pessoa que aluga não só seu imóvel, como parte da sua vida. É o que chamo de  relacionamento aberto! Compartilhar uma casa, manusear objetos de outra pessoa, folhear seus livros, ver fotos de família na estante… O meu primeiro relacionamento aberto foi em um outono distante, quando aluguei um quarto numa casa linda, cercada de pinheiros e esquilos, o famoso “bed and breakfest”. Depois que selecionei o local, que entrei em contato com o proprietário e quando já estávamos quase amigos, ele precisou viajar na véspera da minha chegada. Para minha surpresa, ele deixou um bilhete de boas vindas, em cima do balcão da cozinha, junto com vários cupcakes que devo ter mencionado que gostava nas nossas conversas. A geladeira estava abastecida, e na porta, pregado com um imã, nome de vários mercadinhos e dicas de locais interessantes para conhecer.


E foi assim que vivi outra vida, de tantas que já tive oportunidade de viver. Raramente me hospedo em hotéis, gosto de conhecer novas pessoas e formas de viver. De comum, todos “Airbnbistas” que conheci, têm a cultura do desapego, de uma vida minimalista, além de uma lista de regras para boa convivência, que poderiam perfeitamente existir em todos os lugares, inclusive nas nossas próprias famílias. Sou muito a favor do que é dito, do não deixar  subentendido. Todas essas pessoas com quem pude partilhar um pouco, tornaram-se amigos, principalmente com a ajuda das redes sociais.


Alguém disse, certa vez, que não é a distância que separa as pessoas, mas o “tanto faz”… Tenho amigos espalhados pelos quatro cantos do mundo, de várias vidas que já vivi, para quem nunca fui “tanto faz” e com quem divido minha “camuflada” timidez. À eles, dedico meu patrimônio emocional.

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