Arquivos morte - Blog do Saber https://blogdosaber.com.br/tag/morte/ Cultura e Conhecimento Tue, 23 Jan 2024 12:13:37 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.3 Amanhecer https://blogdosaber.com.br/2024/01/23/amanhecer-vida-paris-viagem-sol-mensagem-ensinamentos-pessoa-taxi-metro/ https://blogdosaber.com.br/2024/01/23/amanhecer-vida-paris-viagem-sol-mensagem-ensinamentos-pessoa-taxi-metro/#comments Tue, 23 Jan 2024 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=3877 Ler mais]]>

Amanhecendo nas alturas

O amanhecer é uma das coisas mais mágicas que já pude contemplar. O mundo tem muita magia, basta darmos pequenas pausas, para a percebermos em todo lugar: É a flor que desabrocha em cores que só Deus tem capacidade de matizar, é o canto dos pássaros, o riso cristalino de uma criança, o som da chuva….

São tantas coisas, mas para mim, a magia mais extraordinária de todas, é o amanhecer.

Infelizmente, nossa vida cheia de urgências e coisas inadiáveis não nos dá tempo para apreciar o que temos ao redor. Nosso amanhecer já começa cheio de responsabilidades, de compromissos e correrias.

Certa feita, estava indo de avião para Paris. Como não durmo bem nessas latas de sardinhas voadoras, estava olhando pela janela quando flagrei o surgimento de um facho de luz no horizonte, quebrando a escuridão da noite.

Era o sol, nascendo “lá embaixo” trazendo tons dourados numa faixa luminosa, como se dividisse o horizonte em dois. Depois, as cores foram se espalhando lentamente, como se estivessem com preguiça e antes do astro aparecer completamente, o avião pousou.

Nunca vi outra cena igual, por isso ela é para mim, inesquecível, especial. Foi um amanhecer, “nas alturas”, contudo, um amanhecer.

Enquanto esperava, pacientemente, as malas na esteira, no aeroporto Charles de Gaulle, pensava na simbologia daquele momento tão lindo e nas reflexões ele tem: Amanheceres são recomeços. Um novo dia sempre será uma nova oportunidade para iniciarmos nossos projetos, fazermos o que não conseguimos no dia anterior ou consertar algo que “quebramos.”

Amanheceres

Então, comecei a pensar nos diferentes amanheceres que vivenciei. Lembrei de um amanhecer numa maternidade, como acompanhante de minha prima, na ocasião em que ela teve bebê. A criança chorava tanto, acredito que de alegria por ter vindo ao mundo, que cogitei naquele momento nunca ser mãe.

Também recordo de alguns amanheceres abençoados nas vigílias das igrejas, cuja animação era tamanha, que nos deixava acordados com muita alegria.

Pegando o sol com a mão

Não. Nunca tive um amanhecer naquelas festas carnavalescas ou de grandes cantores com aquelas super produções, onde as pessoas, cansadas, mas felizes (acredito) postam “pegando o sol com a mão.”

E para esse tipo de festa, “não me convide, passe longe de mim num raio de dez mil metros,” como diz a humorista Julinha Joia, pois eu não tenho idade, nem paciência para tal.

Um outro momento peculiar foi há muitos anos, na minha fase universitária, onde tive um amanhecer “On the Wings of Love” (nas asas do amor), como diz a música de Jeffrey Osborne, mas não vou entrar em detalhes, pois aqui não é Whattpad, onde predominam os contos hots.

E o que dizer de meus produtivos amanheceres do “saber” quando via o dia clarear estudando para a prova da Ordem… Quantas memórias!

Quando o amanhecer é difícil…

Mas, convenhamos, nem todo amanhecer é assim, agradável. Como qualquer pessoa comum, tive amanheceres difíceis, que são também memoráveis: o amanhecer da aflição, quando minha irmã foi ter bebê e o parto parecia que não tinha fim; o amanhecer da incerteza, quando acordava com um problema que não conseguia resolver. O amanhecer do luto, quando recebi a notícia que meu pai havia falecido e o amanhecer do adeus, quando passei a noite com familiares, velando o corpo de minha mãe.

Ainda assim, em todas essas ocasiões, o sol nasceu, brilhante, irradiando luz, como se me acalentasse ou segurasse minha mão, me dando apoio e forças para continuar.

E é essa, a magia da vida! Sempre desejamos que nosso amanhecer seja feliz, mas temos que ter sabedoria e resiliência para atravessar os que não são e prosseguir na caminhada.

Amanhecendo com a cidade de Paris

Ainda no aeroporto, muito bem decorado com relógios patrocinados pela Rolex, pegamos as malas e fomos para o local dos taxis, que tinham amanhecido esperando por nós, seus passageiros. Demos o endereço do hotel e fomos enfrentando o engarrafamento das primeiras horas do dia.

Ao adentrar no centro de Paris, nos famosos “arrondissements,” a cidade amanhecia conosco: os comerciantes abrindo os Cafés e boulangeries, colocando as cadeirinhas nas calçadas, gente apressada para pegar o metrô, jogando a fumaça de seus cigarros para cima, antes de desaparecerem numa das muitas entradas em art noveau. O cheiro do café e de baguete no ar, que nos saudava naquele frenesi de uma cidade acordando.

Antes de chegarmos, ainda tive tempo agradecer a Deus por cada amanhecer que tive, que me fizeram a pessoa que sou (e continuará me transformando até o último momento). Enfim, ainda tentei imaginar “de quantos amanheceres serão minha vida?”

E você, já teve um amanhecer memorável? Se puder, conte para mim.

]]>
https://blogdosaber.com.br/2024/01/23/amanhecer-vida-paris-viagem-sol-mensagem-ensinamentos-pessoa-taxi-metro/feed/ 12
Empurrando a morte com a barriga https://blogdosaber.com.br/2024/01/16/empurrando-a-morte-com-a-barriga/ https://blogdosaber.com.br/2024/01/16/empurrando-a-morte-com-a-barriga/#respond Tue, 16 Jan 2024 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=3795 Ler mais]]> Possíveis significados para a morte

Eu costumo dizer que nós temos essa mania desafortunada de empurrar a morte com a barriga. Diferentemente de outras culturas, as orientais, por exemplo, que valorizam a velhice e o idoso, a sabedoria, o acúmulo de experiência de vida. Nesses lugares, cada ruga é vista como um presente, algo que se conquista com o passar dos anos. Quanto mais idade uma pessoa tem, mais afortunada ela é.

O dia de finados no México é conhecido como o día de los muertos. Enquanto na maior parte das culturas ocidentais, o 2 de novembro é um dia para visitar túmulos e lamentar a morte de entes queridos, no México, os primeiros dois dias de novembro se transformam em festa. Trata-se de uma grande celebração com “o objetivo de demonstrar amor e respeito pelos mortos”. Tão importante para valorizar a vida indígena – inclusive, tendo os astecas como um de seus ancestrais -, acabou sendo reconhecido pela Unesco como patrimônio cultural. Para saber mais sobre essa data festiva, acesse o artigo da National Geographic, 10 coisas para saber sobre o Dia dos Mortos.  

Há controvérsias

As pessoas costumam associar qualquer assunto que envolve a morte a um significado negativo de morbidez: “que papo mórbido!” e simplesmente mudam de assunto. Apesar de repetirmos constantemente frases como “a única certeza que temos é a da morte” e respondermos negativamente para perguntas como “você gostaria de viver para sempre?”, a prática se mostra um pouco controversa. Afinal, não falamos sobre a morte, e, dessa forma, os nossos familiares ficam sem saber sobre que fim gostaríamos que o nosso corpo tivesse, as crianças ficam sem uma explicação coerente sobre aquele que partiu ou sobre a possibilidade de seus pais não estarem mais presentes, os doentes que amamos, em fase terminal, ficam sem saber que estão próximos do fim e todos perdemos a chance de sermos e fazermos alguém mais feliz. Nem que seja apenas por alguns instantes.

Só mais uma etapa

O fato é que a morte é só mais um estágio da vida: nascemos, crescemos, envelhecemos e morremos. E sabemos que nem sempre as fases de crescimento e de envelhecimento duram tanto quanto se espera da estatística. Afinal, somos seres mortais e vulneráveis tanto a interferências externas quanto internas. Um ciclo tão bem aceito para as plantas que cultivamos em nossas hortas, mas com o qual não sabemos lidar quando se refere àquela pessoa com a qual convivemos. Incluindo nós mesmos.

Ainda há esperança!

Mas há quem faça questão de falar sobre a morte! O Death Cafe é uma franquia social criada pelo antropólogo e sociólogo suíço Bernard Cretazz com o intuito de “aumentar a conscientização sobre a morte visando ajudar as pessoas a fazer o máximo de suas vidas (finitas)”. A iniciativa teve tanta aceitação que se espalhou pelo mundo e, hoje, é uma organização internacional, em que pessoas de uma comunidade se encontram mensalmente para tomar um café enquanto falam das suas experiências e angústias em torno do tema. Para saber mais sobre, leia na íntegra o texto da Academia Nacional de Cuidados Paliativos, Café, bolo e um dedo de prosa sobre a morte.

Ao empurrarmos a morte com a barriga, empurramos também a vida. Adiamos o nosso presente, as nossas vivências. Vivemos de futuro, de planos e projetos. Estamos fadados ao destino. Passamos por cima de tudo aquilo que está disponível para nós neste exato momento. Por outro lado, quando aceitamos a morte como mais uma etapa disso que chamamos de vida, passamos a valorizar o agora. O descanso agora. A atenção agora. O amor agora. Afinal, amanhã, de fato, pode ser tarde demais. 

Sabe aquela história do “morreu feliz”? É isso. E você, como está vivendo? Da melhor forma que você poderia?

]]>
https://blogdosaber.com.br/2024/01/16/empurrando-a-morte-com-a-barriga/feed/ 0
A felicidade enquanto delírio https://blogdosaber.com.br/2023/12/19/a-felicidade-enquanto-delirio/ https://blogdosaber.com.br/2023/12/19/a-felicidade-enquanto-delirio/#respond Tue, 19 Dec 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=3500 Ler mais]]> Saída de emergência

Passados os meados de dezembro, se a gente não foi feliz nos outros meses, então, essa é a nossa última oportunidade! Mês de festas, férias, muitas postagens no Instagram e de criar muitas expectativas para o ano que vem. Se, ao longo do ano, não foi fácil esconder os problemas, em dezembro, temos os festejos para usarmos de distração até para nós mesmos. No entanto, distrair é uma espécie de alívio vazio, ou seja, ausente de significado. O que, inclusive, deveria nos fazer atentar para o maior número de suicídios durante esse período. 

A felicidade, que já foi tema de artigo, aqui na coluna De Ponta Cabeça, este ano, é a peça-chave fake das vidas que todos tentamos construir. Em outras palavras, é a peça do quebra-cabeça que o sistema capitalista tenta vender em forma de produtos, mas que, em mensagem decodificada, significa “fuga da morte”. Que é o que vínhamos refletindo no texto da semana passada, A experiência estética do homem-deus.

A dor no capitalismo

Byung-Chul Han é o filósofo sul-coreano que escreveu Sociedade paliativa – a dor hoje. Neste livro, Han se debruça sobre o tema dor, que, em termos psicanalíticos, é algo da ordem da sensação de morte. Ou seja, o capitalismo tenta nos vender cada vez mais soluções para as dores que sentimos: comidas ultra processadas, artigos de luxo, bebidas e drogas (lícitas e ilícitas). Tudo, para mascarar as nossas dores. A fim de reforçar essa ideia, cito passagem de resenha do livro de Han na Revista Cronos, periódico de divulgação científica vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRN:

Na intelecção de Han, há associação da sociedade paliativa com a sobrevivência, que absolutiza o sobreviver a qualquer custo. Han trabalha com a ideia de que, para sobreviver, é sacrificado voluntariamente tudo o que faz a vida digna de ser vivida. Afirma que falta ao capitalismo a narrativa da vida boa. O capitalismo absolutiza a sobrevivência que nutre a crença inconsciente em que mais capital significa menos morte. O capital é acumulado contra a morte.
Como num passe de mágica

A questão é que a morte, ou pelo menos a sua sensação, continua lá. Com capital ou sem capital. Prova disso é o número crescente de suicídios e de venda de medicamentos tarja preta. Afinal, que delírio é esse? Sigmund Freud, em “O mal estar na cultura”, já discutia sobre o delírio coletivo:

O caso que pode reivindicar uma importância especial é o de que um número maior de pessoas empreenda conjuntamente a tentativa de criar para si garantia de felicidade e uma proteção contra o sofrimento através de uma reconfiguração delirante da realidade.

Freud ainda adverte que “(…) o delírio jamais é reconhecido por aquele que ainda o está compartilhando.” Aquele que compartilha a famigerada ‘positividade tóxica’, que também poderia ser rotulado de ‘negacionista’. Por que não? Afinal, é aquele que nega os problemas, que passa por cima deles sem, de fato, entender como solucioná-los. Acreditando que essas coisas podem simplesmente sumir, como num passe de mágica. Para esses, Hans…

Prossegue  sustentando  que  a  dor  não  desaparece.  Ela  muda  de  manifestação.  Evidencia o paradoxo de que, na sociedade paliativa que foge da dor, nunca se sofreu tanto de  dores  crônicas,  vindo  a  traçar  um  paralelo  entre  a  ideia  da  violência  da  negatividade  decorrente  das  repressões  como  fontes  de  sofrimentos  e  o  excesso  de  positividade  com  o qual as pessoas se lançam à exaustão no hiperdesempenho, na hipercomunicação e na hiperestimulação.  É  o  processo  que  Han  denuncia  de  explorar  a  si  mesmo  acreditando  que está se realizando até desmoronar.

Ou até sumir. Quem sabe? Como num passe de mágica.

]]>
https://blogdosaber.com.br/2023/12/19/a-felicidade-enquanto-delirio/feed/ 0
“Ansiedade climática” o assunto do momento. https://blogdosaber.com.br/2023/11/28/ansiedade-climatica-o-assunto-do-momento/ https://blogdosaber.com.br/2023/11/28/ansiedade-climatica-o-assunto-do-momento/#respond Tue, 28 Nov 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=3353 Ler mais]]> Ecoansiedade: formas de pensar a morte

De acordo com um artigo da BBC publicado esta semana, “as buscas na internet relacionadas à “ansiedade climática” o assunto do momento, aumentaram dramaticamente (…) Só em português, o aumento foi de 73 vezes nos primeiros dez meses deste ano comparado a igual período em 2017. (…) As consultas no Google pelo termo também subiram em outros idiomas, como inglês (27 vezes) e mandarim (8,5 vezes), na mesma base de comparação.”

Com a formação dos ciclones extratropicais, gerando tempestades no sul do Brasil, e a intensificação do El Niño, potencializando as ondas de calor no Centro-Oeste, Sudeste e parte do Nordeste, as novidades vão se acumulando e as “imprevisões” do que há por vir, do incerto, do desconhecido, vão dando forma ao horror. Dai o porquê de “ansiedade climática” o assunto do momento ser o título deste artigo.

A ideia de apocalipse, de morte, de fim da história, da nossa história costuma ser aquilo que mais nos apavora. Aquilo cuja borda, muitas vezes, é onde desejamos estar para nos sentirmos vivos. Por mais contraditório que possa parecer. Talvez, por ser a única certeza que temos em vida. Afinal, tão perto, tão longe. 

A tecnologia, à medida que nos traz informações em tempo real, traz também a morte: as suas notícias e previsões. Basta sentirmos uma pontada no coração e já estamos procurando no site de pesquisa pelas possíveis causas. Pelos possíveis diagnósticos e sentenças: “É câncer! Vou morrer!”

Questões para reflexão

Às vezes, é como se estivéssemos procurando pela má notícia… Para nos sentirmos mais vivos? Para fingirmos que estamos preparados? Ou porque vemos ali uma oportunidade de nos redimirmos da culpa que sentimos, através da dor, do sacrifício ou da boa ação? Não sei, mas quanto menos sozinhos estivermos, melhor, não?! Que tal pagarmos os pecados juntos?

As mudanças climáticas são fato. Mas o que, de fato, sabemos sobre elas? E o que, de fato, podemos fazer para “reverter o quadro”, supondo que haja um quadro passível de reversão?  

O conhecimento e a verdade

Para aquele que desconhece, qualquer verdade é possível. Não que seja possível saber de todas as coisas. Mas, às vezes, é preciso reconhecer que não se sabe. Ou pode ficar extremamente difícil sustentar os cenários imaginários. Reconhecer que nem tudo está sob o nosso controle e que tudo bem fazermos a nossa parte em prol de algo ou alguém e não vermos o resultado esperado.

As identificações que construímos ao longo de nossas vidas são fundamentais para termos um ponto de partida. Afinal, a gente precisa começar de algum lugar, certo? No entanto, quando, das identificações, formam-se as idealizações, cria-se um ambiente fértil para a alienação. Quanto mais cenários imaginários arquitetamos, maior a sensação de controle, mas menor é a nossa real participação em nossas próprias vidas.

E quanto de vida você ainda anseia viver? Porque, às vezes, é preciso simplesmente se deixar ir. Eu sei, parece contraditório…

]]>
https://blogdosaber.com.br/2023/11/28/ansiedade-climatica-o-assunto-do-momento/feed/ 0
O divórcio dos baby boomers: maturidade e dificuldades https://blogdosaber.com.br/2023/08/08/o-divorcio-dos-baby-boomers-maturidade-e-dificuldades/ https://blogdosaber.com.br/2023/08/08/o-divorcio-dos-baby-boomers-maturidade-e-dificuldades/#respond Tue, 08 Aug 2023 09:30:00 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=2114 Ler mais]]> O “divórcio grisalho” nos EUA

Nos últimos anos, os Estados Unidos estão tendo que lidar com um aumento do número de divórcios entre os baby boomers, o que eles chamam de “divórcio grisalho”. Isso significa que mais pessoas estão morando sozinhas depois dos 60 anos. Segundo a reportagem da CNN Nos EUA, “divórcio grisalho” leva mais idosos a viverem sozinhos, apesar de muitos acabarem encontrando novos parceiros, aproximadamente 50% das pessoas passam a morar sozinhas durante os primeiros anos após o “divórcio grisalho”. 

A reportagem ainda traz o seguinte: “De acordo com a advogada, algumas pessoas mais velhas que abrem o processo de divórcio sentem que simplesmente se afastaram muito de seus cônjuges, enquanto outras sofreram abuso ou descobriram transgressões chocantes. Todos – incluindo alguns clientes na casa dos 80 anos – sentem que os anos de vida que restam são preciosos demais para gastar com a pessoa errada”.

Bom, esse não deve ser um fato isolado dos Estados Unidos da América. À medida que envelhecemos, vamos ficando mais seletivos. Vivemos muitas coisas e, portanto, temos mais bagagem para decidirmos o que queremos, ou, pelo menos, o que não queremos. Acompanhando isso, chegam as novidades tecnológicas e as conquistas de direitos que, de fato, evidenciam a nossa posição de seres humanos. 

O que é perceptível aos baby boomers?

Apesar de terem nascido em uma época completamente diferente da de hoje, os baby boomers vêm acompanhando as mudanças e tentando se adaptar a elas. O fato de terem vivido realidades tão diversas ao longo do tempo permite que eles imaginem outras possibilidades com certa facilidade. Mas o fato de também estarem vinculados a uma formação de caráter tão diferente da que temos hoje deve acabar impedindo-os de tomar uma decisão. É provável que somente o encontro com a possibilidade da morte permita a saída de uma posição para outra.

Embora passemos a vida fugindo da morte, no fundo, sabemos que ela é a única coisa certa nas nossas jornadas. E essa percepção vai se evidenciando à medida que chegamos mais perto do que imaginamos ser o fim do nosso ciclo de vida

Amadurecer, reconhecer e encontrar uma solução!
Casal de idosos

O problema é que a morte elimina toda a nossa importância, certo? Mas a questão é: para quem que a sua vida é importante? À medida que amadurecemos – envelhecer não significa amadurecer, apesar de existir uma tendência de uma coisa acontecer em função da outra -, vamos nos dando conta de que a vida se trata muito mais de nós do que dos outros. E entender que, se temos que provar algo para alguém, é para nós mesmos acaba simplificando as coisas: nós nos tornamos mais aceitáveis para nós mesmos. A batalha chega, então, ao fim. 

Passamos a reconhecer o valor que temos. Em consequência disso, o valor que o outro tem já não é mais o mesmo. O outro é diminuído frente a nós. Esse é o ponto de giro da chave. Por isso é comum observarmos essa seletividade, uma sinceridade pronunciada e, muitas vezes, até uma certa intolerância por parte dos baby boomers

Parece, então, que temos uma tendência a nível mundial, não? O que pode variar de uma nação para a outra é uma cultura mais ou menos católica ou uma sociedade mais ou menos rica. Esses pontos devem influir diretamente sobre uma decisão de divórcio. Apesar do amadurecimento. Se o divórcio, por exemplo, não traz segurança financeira ao sujeito, é provável que ele permaneça casado e, até mesmo, dividindo a casa com o ex-parceiro. Mesmo que não divida a cama! Bom, cada país com os seus problemas!

]]>
https://blogdosaber.com.br/2023/08/08/o-divorcio-dos-baby-boomers-maturidade-e-dificuldades/feed/ 0
Você é um leão ou um cordeiro? https://blogdosaber.com.br/2023/03/30/reflexao-da-nossa-preparacao-para-a-finitude/ https://blogdosaber.com.br/2023/03/30/reflexao-da-nossa-preparacao-para-a-finitude/#respond Thu, 30 Mar 2023 12:40:42 +0000 https://blogdosaber.com.br/?p=1167 Ler mais]]> Uma reflexão da nossa preparação para a finitude

Parece que a atriz Rosamund Pink, transformou a garota exemplar, filme lançado em 2014, em uma mulher de negócios determinada a conquistar o sonho americano a qualquer preço. No filme “Eu me importo”, lançado em 2020, filme que faz parte do catálogo da Netflix. Conta a história de uma mulher que aplica golpes em idosos para roubar as suas economias, sem escrúpulos, pena ou compaixão, mas a minha atenção aqui não é para o enredo do filme e sim para a reflexão da nossa preparação para a finitude.

Encarando a finitude

Falar sobre finitude, terminalidade, fim de vida, ou qualquer outro termo que substitua a palavra MORTE, é, para muitas pessoas um verdadeiro terror!!!

As famílias não costumam” trazer o assunto a mesa” e sabe o que é mais interessante nisso? É que a morte é a única certeza que temos na vida e mais nada.

Partindo deste fato, e como disse o filósofo Friedrich Nietzsche: “Contra fatos não há argumentos. ”

Eu me peguei pensando em como é que vamos nos afastando tanto de um assunto tão natural como é a morte? Esse comportamento faz com que nos alimentemos da ilusão de que tudo se resolverá.

Delegando responsabilidades

Colocamos muita responsabilidade, para os que creem em algum tipo de religião, em um tipo de salvação e com isso vamos entregando a nossa responsabilidade com a vida ao destino ou a alguma entidade maior.

Ficamos à mercê das decisões de parentes ou de alguém que tenha sido delegado para conduzir um processo que poderia ter sido planejado de acordo com as minhas vontades e não me refiro ao meu querer e sim as condições que eu preparei durante a minha vida.

Envolvendo desde uma programação financeira até um estilo de vida que me permita o maior grau de autonomia possível.

Assistir o filme, e aqui não pretendo dar spoiler, me fez refletir sobre o tamanho da minha responsabilidade com a minha vida e morte. O quanto um planejamento para a forma como eu quero viver o meu envelhecimento em sua fase terminal, pode gerar tranquilidade para mim e principalmente para os meus familiares.

No filme, a protagonista faz a pergunta que intitula o texto: “ Você é um leão ou um cordeiro?”

Não sei como você irá interpretar esta pergunta.

Sugiro que assista o filme e elabore a sua resposta. Quem sabe ela te dará o direcionamento que você precisa?

Enquanto não encararmos a nossa finitude estaremos vulneráveis… pensemos nisso!

]]>
https://blogdosaber.com.br/2023/03/30/reflexao-da-nossa-preparacao-para-a-finitude/feed/ 0